BOLETIM   CULTURAL   E   RECREATIVO   DO   S.E.U.C.  -   J.  ESTÊVÃO


PÁGINA 1
Editorial
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 2
Repensar as
medidas pedagógicas

João Paulo C. Dias
PÁGINA 3
Jornais Escolares
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 4
Contos populares
portugueses

Dá-me o meu meio tostão
PÁGINA 5
Dia da Poesia com
Rui Grave

HJCO e Paula Tribuzi
PÁGINA 6
Divulgação
HJCO e J. Paulo C. Dias
PÁGINA 7
Computadores e Prof2000
HJCO
PÁGINA 8
25 de Abril de 1974 - Uma leitura possível
Alcino Cartaxo
PÁGINA 9
De alienação em alienação
Isabel Bernardino
PÁGINA 10
O destino - Já traçado?
Sérgio Loureiro
PÁGINA 11
Dia da África
Alunos PALOP
PÁGINA 12
Escrita da Casa e Humor
Diversos
PÁGINA 13
Hora do Recreio
HJCO
PÁGINA 14
Fac-símile da versão impressa
 


COMPUTADORES
 E PROF2000

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Mas o que é que tudo isto tem a ver com o jornal “Alternativas”?

Tem! E muito! Graças ao «cargo» com que nos brindaram, foi possível criar um espaço onde podem figurar os jornais escolares em versão electrónica. O jornal “Alternativas” pode ser consultado em qualquer parte do planeta, graças ao porto de abrigo disponibilizado pelo Prof2000. E não está só! Está acompanhado de muitas escolas, de todas aquelas que se interessam por uma actividade de alto valor pedagógico como é a criação de jornais escolares.

Graça ao «cargo», passámos também a dispor do acesso diário a uma famosa «Lista T», só acessível a líderes e a ex-líderes, onde muita informação é partilhada. 

Às vezes, diga-se em abono da verdade, é uma partilha exagerada, porque levamos com informação que não nos diz respeito e que deveria ser endereçada apenas aos destinatários. Mas não há bela sem senão...

Graças à «Lista T», acedemos em tempos a uma mensagem interessante de um antigo colega desta escola, actualmente pisando sal e areias da Torreira. Recebemo-la na altura em que acabava de sair o número anterior do “Alternativas”. Ficou na máquina, no disco duro do bicharoco esquisito com chips e circuitos integrados, à espera desta oportunidade. Ele que nos desculpe o atrevimento. Ele, o colega, não o bicharoco informático. Referimo-nos ao Manuel Arcêncio. É quem vai ter de nos desculpar pelo atrevimento, pela ousadia de lhe publicarmos, sem prévia licença, nem camarária, nem institucional, e muito menos dele, o texto que irão ler. O conteúdo, para já não falar do estilo, continua a ter interesse. Cinco meses já passaram, mas está aqui ainda fresco, vivinho da costa da Torreira, a saltar para as páginas deste jornal.

Foi também uma espécie de desabafo, como o nosso! E um incentivo a todos aqueles «maluquinhos» dos computadores como nós. Felizmente há muitos e cada vez mais a engrossar a nossa equipa. Foi um desabafo e um incentivo para todos aqueles que insistem teimosamente em manter-se agarrados ao bichinho, a dar à tecla. E fiquemos por aqui, que já teclámos demais. Passemos à dita mensagem em que se fala de gente que dá à tecla.                    Henrique J. C. de Oliveira


OLÁ, GENTE DA TECLA

Como eu vos compreendo, meus filhos virtuais...

Quem me dera poder dizer mal do Netd@ys e outras iniciativas quejandas... Se os tipos que mantêm o esquema português a funcionar percebessem o que a Lusitana, Gouveia e «sus muchachos» já fizeram ao Netd@ys, a coisa nunca mais voltava a ser editada com sabor a português...

Reparem bem: O Zé Paulo (Nota: um dos muitos que, como nós, também dão à tecla) e eu aplaudo a coragem deste tipo nascido à sexta-feira... — afirma que esta coisa é um folclore. Mas é que é mesmo, nem duvidem dessa verdade! O Netd@ys é um folclore. E serve para que muitas e muitas escolas justifiquem a sua razão de estar a gastar dinheiro ao Orçamento de Estado, enquanto órgãos ligados a uma linha paga pelos contribuintes, e que consome algumas centenas de contos (cada) por mês. Paralelamente, pululam uns tipos e umas tipas pseudo-pedagógicas que dão gritinhos de excitação sem fim, e que compõem as meias e as gravatas logo que vislumbram no horizonte um carro preto de grande cilindrada, pois o ministro da coisa não deve andar longe... E, assim, justificam a sua sobrevivência por mais um ano à frente de algo que ninguém sabe o que é...

Depois, desenham uns inquéritos que disseminam por tudo quanto é computador para, meses mais tarde, iniciar uma tarefa hercúlea de registo e tratamento dessa informação que, alguns meses mais tarde, vai parar a uma tipografia para sair em forma de livro...

Estão a ver?

É assim que se produz em Portugal.

Depois... Depois temos o Gouveia (Nota: mais um dos que dá à tecla) e «sus muchachos»... Sem ministro por perto... Sem assessorias... Sem livros e tipografias... Por vezes, sem computador...

Depois... Depois temos os líderes... Silenciosos... Autênticos burros de carga da coisa... Que sonham... Que desejam coisas melhores... Que lamentam o entusiasmo que os outros não mostram igual ao seu... Que chamam os alunos ao redil... Que imploram mais uns bytes de largura de banda... Que lutam com cabos e fichas... Que respondem ao inquérito dos tipos e das tipas channel e hugo boss... Que são responsabilizados pelo povo como responsáveis de algo de que ninguém os responsabilizou, mas por cuja responsabilidade eles empenharam o seu bom nome e credibilidade... Que criam novos passatempos todos os anos, que clamam num deserto de ideias... Que esperam por melhores dias... A quem são retirados créditos horários... Que não terão qualquer benesse no dia em que o machado do Orçamento Zero lhes cair em casa e os obrigar a mudar de escola e de terra...

Mas são estes que fazem com que as iniciativas telemáticas (todas elas!) possam ter níveis positivos de adesão e de resultados visíveis... Mas deles poucos falarão, pois estão fora do inner circle e serão apenas um algarismo no mar de números dos livros de capas coloridas e papel brilhante.

Não são destes que o Zé Paulo fala... Ele e eu falamos dos outros... Esses estarão sempre bem...

(...) Creio que está chegada a hora de sacudirmos dos ombros o pó do esquecimento e tomarmos o nosso lugar à mesa. Devemos levantar a voz e fazer sentir a quem tem poder de assinatura que a iniciativa Prof2000 tem mais fundamento e substância que muitos projectos que absorvem rios de dinheiro e de fama. Devemos fazê-los sentir que a nossa acção nas escolas é fundamental em termos de política geral de educação, e não apenas como projecto localizado em determinadas escolas. Foi com base nesta ideia peregrina que o Ministério nos lixou e a DREC remeteu-se ao silêncio dos culpados, deixando-nos sós.

Estamos a provar-lhes que, apesar de nos considerarem como projectos localizados em determinadas escolas (manias passageiras), conseguimos aguentar o desafio, esquecer o roubo das horas de atribuição nacional, e continuar a agir como se nada se tivesse passado.

Mas... Cuidado!

Não nos podemos dar ao luxo de deixar que isso volte a acontecer no próximo ano. Temos que iniciar, quanto antes, acções de pressão sobre o Ministério e sobre os órgãos intermédios, para que comecem já a perceber que não desejamos continuar a ser considerados como projectos localizados... Ou assumem o projecto como válido e o Ministério da Educação per se não tem outro, ou dizem-nos na cara, e com argumentos de peso, que somos necessários ao esforço da educação e que temos andado enganados todos estes anos...

Abraços, com sal e areia da Torreira

Manuel Arcêncio.


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