Faz parte da
tradição do SEUC a inclusão, no plano de actividades
anual, de um dia consagrado à cultura e, em especial,
à poesia. Todos os anos, nas página do “Alternativas”,
temos divulgado pormenorizadamente esta importante
iniciativa. Há dois anos, tivemos entre nós uma
poetisa e professora desta escola, Teresa Castro, que
apresentou o livro O Dialecto da Água e Carmen,
recentemente publicado, declamou alguns poemas e
respondeu às perguntas dos nossos alunos. No ano
seguinte, foi a vez da professora Paula Tribuzi falar da
sua poesia, publicada pela autarquia aveirense. Este
ano, foi convidado para participar na sessão um
ex-aluno da Secundária José Estêvão, o jornalista
regional Rui Grave, que, em 1995, ganhou o concurso
«Prémio Literário José Estêvão» na modalidade de
poesia.
As actividades
do «Dia da Poesia», este ano, realizaram-se no dia 21
de Março. E dizemos actividades, porque, tal como vem
sendo hábito, elas não se limitam às entrevistas e à
declamação de poesia. Também este ano, as actividades
iniciaram-se com uma visita guiada dos nossos alunos ao
Museu da Escola, uma visita guiada pela Professora
Luísa Fonseca. E a visita ao museu teve como objectivo
principal uma exposição dinamizada pelo grupo de
Biologia, subordinada ao tema «Insectos».
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E que insectos
pudemos ver! Insectos de tal modo gigantescos e feitos
do mais diverso material que, se ganhassem vida,
torná-la-iam bem negra para o Homem, na mesma
proporção do tamanho de tais bicharocos! E eles eram
centopeias de corpo brilhante, metálico, de peças
articuladas. Eles eram gigantescas moscas de asas
transparentes e antenas e pelos espetados de arame e
piaçaba. Eles eram grilos de proporções colossais,
que se cantassem nos atordoariam muito mais do que as
barulhentas campainhas da escola. Eles eram...
Eram uma
colecção interessante, que ocupou muitas horas de
actividade aos nossos alunos do dia. Deste modo deram
asas, férteis e brilhantes, à criatividade artística,
mantendo-se, tanto quanto possível, fiéis aos
minúsculos modelos vivos que povoam de vida o nosso
universo.
Para todos
quantos não puderam deslocar-se ao Museu da escola e
observar tão insólitos bichos, este jornal teve o
cuidado de capturar alguns exemplares. Não o fez com
aqueles instrumentos tradicionais para apanhar insectos.
Não o fez com aqueles instrumentos espalmados, espécie
de raquetes plásticas de ténis, com que se esborracham
as moscas chatas que nos zumbem a paciência. Também
não recorremos àqueles antigos rolos de papel pegajoso
para insectos domésticos, que os nossos avós
penduravam dos tectos e que constituíam verdadeiros
cemitérios de aspecto nojento. Também não utilizámos
aqueles objectos de vidro, espécie de garrafas com
entradas laterais e um recipiente interior com água
açucarada, com a qual se atraíam as gulosas moscas e
outros insectos, que morriam por afogamento.
Capturámo-los
facilmente e de maneira limpa, até porque estavam
imóveis como toda a matéria inerte. Capturámo-los
através da objectiva de uma moderna câmara digital.
Satisfeitos com
a visita ao museu e nada assustados com o tamanho dos
bichinhos, o grupo deslocou-se para a Biblioteca da
escola, onde decorreu a segunda parte da actividade
cultural deste dia.
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