BOLETIM   CULTURAL   E   RECREATIVO   DO   S.E.U.C.  -   J.  ESTÊVÃO


PÁGINA 1
Editorial
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 2
Repensar as
medidas pedagógicas

João Paulo C. Dias
PÁGINA 3
Jornais Escolares
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 4
Contos populares
portugueses

Dá-me o meu meio tostão
PÁGINA 5
Dia da Poesia com
Rui Grave

HJCO e Paula Tribuzi
PÁGINA 6
Divulgação
HJCO e J. Paulo C. Dias
PÁGINA 7
Computadores e Prof2000
HJCO
PÁGINA 8
25 de Abril de 1974 - Uma leitura possível
Alcino Cartaxo
PÁGINA 9
De alienação em alienação
Isabel Bernardino
PÁGINA 10
O destino - Já traçado?
Sérgio Loureiro
PÁGINA 11
Dia da África
Alunos PALOP
PÁGINA 12
Escrita da Casa e Humor
Diversos
PÁGINA 13
Hora do Recreio
HJCO
PÁGINA 14
Fac-símile da versão impressa
 

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PRIÕES

Ainda a propósito da alimentação, tem-se falado no perigo do consumo da carne de vaca – parece que neste momento não há perigo, concretamente, das vacas loucas (encefalopatia espongiforme bovina), que se forem consumidas provocam a correspondente doença (variante da doença de Creutzfeld-Jakob). 

Estas doenças devem-se a priões, que são pequenas proteínas que podem existir em duas formas: a forma normal (Pn), que existe no cérebro de um animal normal; e a forma infecciosa que causa a doença (Pd).

Quando uma proteína Pd chega ao cérebro e contacta com as proteínas Pn, aquelas desencadeiam uma reacção em cadeia: transformam as Pn em Pd, passando a haver cada vez mais Pd que promovem aquela transformação. Ao fim de pouco tempo, a maioria das proteínas está na forma Pd. O cérebro deixa de funcionar normalmente e surgem os sintomas da doença. Como as duas formas Pn e Pd são semelhantes, é ainda difícil detectar a presença das Pd numa fase inicial.

 

A ESFERA - O SÓLIDO PERFEITO

Sabias que a tendência natural de uma gota de água é a de assumir a forma esférica? E que é possível fazer rolar uma gota de água num plano inclinado, tal como se fosse uma bola, registando as variações de forma por ela assumidas por efeito da força centrífuga?

Curiosamente, apesar de verificarmos frequentemente que uma gota de água, quando cai sobre uma superfície gordurosa, tem a tendência imediata para assumir a forma esférica, ela é geralmente representada como uma lágrima, com um aspecto mais ou menos fusiforme, idêntico ao que encontramos nos pingentes de cristal de alguns candeeiros.

A forma perfeitamente esférica da gota de água é observável, por exemplo, nos pingos de chuva. Enquanto em suspensão na atmosfera, na sua queda inevitável por acção da gravidade, as gotas conservam a forma esférica. Só a perdem quando se esborracham no chão. E se caem dentro de uma poça de água, têm ainda tendência a saltar e a recuperar a forma esférica. Mas é tentativa gorada!

Recentemente, têm-se efectuado curiosas observações em laboratórios, utilizando-se gotas de água que não se derramam sobre as superfícies onde são colocadas. Isto é conseguido utilizando-se um pó ultra-fino de esporos de fetos, uma substância que se caracteriza pelas suas qualidades hidrófobas, isto é, de aversão aos líquidos.

Adicionando-se este pó fino a gotas de água, obtêm-se gotas de um novo tipo, uma espécie de esferas líquidas constituídas por 1% de matéria sólida e 99% de matéria líquida. Colocadas cuidadosamente sobre a superfície da água, estas esferas flutuam. E sobre superfícies planas, conservam a forma esférica, em vez de se espalmarem. Colocadas num plano inclinado, deslizam como qualquer esfera. Todavia, o seu estatuto pseudo-líquido faz com que, alcançada a velocidade de um metro por segundo, a esfera assuma a forma de uma roda por efeito da força centrífuga. Se o centro da roda se desloca ligeiramente, provoca uma oscilação que deforma o sólido e o transforma numa espécie de amendoim saltitante.

Qual o interesse prático disto?

A alteração das características das gotas de água tem elevado interesse, por exemplo, na agricultura.

Quando os produtos vegetais são pulverizados, as gotas saltam na superfície das folhas, perdendo-se a maior parte do produto, que deixa de produzir o efeito pretendido e acaba por ir poluir os solos. Com a alteração das propriedades habituais das gotículas de água, mudam-se as propriedades moleculares. As gotas perdem a energia obtida durante a pulverização, agarrando-se à superfície das plantas. Eleva-se a eficácia das pulverizações para o dobro e diminuem-se as perdas e a contaminação dos solos.

Adaptado de "Science et Vie", n.º 1011, págs. 60-65.


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