EM BUSCA DA VERDADE
“LE
PATRIARCHE”
Quando nos foi proposto pela professora Stela Pinheiro, no âmbito
da disciplina de Relações Públicas, fazer um trabalho de
campo sobre a imagem de uma instituição, pensámos quase de
imediato em LE PATRIARCHE.
Preocupadas com a problemática da droga e curiosas quanto ao
funcionamento desta instituição de recuperação de
toxicodependentes, saímos para a rua, inquirimos, conversámos,
observámos... e, chegámos à conclusão de que a maioria da
população de Aveiro, embora preocupada com o problema da
droga, considera-o um problema alheio a si próprio. Também
verificámos, que não conhecendo, na sua maioria, a organização
LE PATRIARCHE, partilham da opinião de que o Estado deverá
criar mais e melhores instituições de recuperação para
toxicodependentes.
Fomos também visitar as instalações desta organização e
entrevistámos uma amostra representativa de jovens em
recuperação, que nos falaram das suas experiências
pessoais, dos seus problemas...
Das várias entrevistas que fizemos, concluímos que muitos são os
caminhos que levam os jovens, bem cedo, ao mundo da droga; e,
na maioria dos casos, os amigos são os que mais influenciaram
as suas vidas. Mostraram-se preocupados com a falta de
interesse da população que, segundo eles, apesar das publicações
do “Le Patriarche”, tais como o jornal “Antitox” e os
livros, acham que a droga é um problema já muito discutido e
que não lhes diz respeito.
Das várias entrevistas que fizemos, seleccionámos para este
jornal a de uma jovem de 24 anos, que muito nos sensibilizou.
P - Quais os motivos que a levaram a drogar-se?
R - Descobri que era ilegítima e que as pessoas com quem vivia
eram pagas pela minha família para me terem. Saí de casa e
comecei a prostituir-me. Foi na altura em que se usavam os
comprimidos estimulantes... esta foi a minha primeira droga.
P - Com que idade começou a consumir Droga?
R - Com 18 anos.
P - Na sua opinião, quais os responsáveis pelo aumento da
toxicodependência nos últimos anos?
R - A sociedade... porque não sabe proporcionar aos filhos educação
que lhes mostre o que a droga faz, e porque não consegue
dar-lhes carinho para que não tenham que recorrer a drogas.
P - Sente que a sociedade a marginaliza? Se sim, de que modo?
R - Sim. Quando tive a “overdose” fui para o Hospital e as próprias
enfermeiras tinham medo.
P - Qual a reacção da sua família ao tomar conhecimento da sua
situação?
R - Saía de casa sem avisar, por isso não sabem.
P - O que a levou
a reconsiderar a sua situação e a tentar recuperar?
R - Encontrei verdadeiros amigos que me ajudaram a deixar a droga
... quando tive a segunda “overdose”.
P - Durante este período de recuperação teve muitas recaídas?
R - Bastantes. Já era muito viciada e por vezes o desespero
consumia-me
P - Concorda com o preço estabelecido pelas instituições para a
admissão de toxicodependentes?
R - Sim, porque há contas a pagar.
P - O que a levou a escolher LE PATRIARCHE para a sua recuperação?
R – Foi-me recomendada por um terapeuta.
P - Acha que existem no nosso País iniciativas suficientes para
alertar e apoiar os toxicodependentes? Se não, que tipo de
iniciativas é que propõe?
R - Já cá estou há 2 anos e acho que, embora as pessoas tenham
consciência de que o problema existe, nunca pensam que as
possa afectar. Mas, não sei o que se pode fazer para as
obrigar a abrir os olhos. Acho que os livros não chegam,
mas... é preciso insistir.
Queremos ainda dizer a todos os jovens que, embora antigo, o
problema da Droga não deve ser esquecido. Discuti-lo e
contribuir para a sua solução passa pela nossa vontade. A
nossa vida depende da nossa reflexão na descoberta da
verdade.
Carla, Lina, São e Sandra, 11º
B
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