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O sal

Exploração do sal 

A exploração de sal é uma actividade muito antiga. Desde sempre, habituámo-nos à presença na paisagem aveirense de montes de sal acumulado junto às salinas.

A época da produção tinha início em Março, com a preparação das marinhas, decorrendo a extracção desde o fim da Primavera até Setembro/Outubro, altura em que, devido às primeiras chuvas, era necessário cobrir os montes de sal acumulado até esta altura.  

Reprodução da pintura a óleo das salinas de Aveiro existente num café da cidade de Aveiro.

A extracção do sal aqui praticada é um processo experimental artesanal. O sal é tradicionalmente transportado em mercantéis até aos locais de armazenamento e processamento, tais como os palheiros no canal de S. Roque, na zona antiga da cidade de Aveiro.

Nas últimas décadas tem-se assistido a um contínuo decréscimo na produção, acompanhado naturalmente por uma redução no número de salinas activas.

Existem inúmeros factores que contribuem para esta redução. Entre eles destacam-se:

     - As obras portuárias que aumentam as correntes no interior da laguna;
     - A falta de adaptação a novas tecnologias;

     - As condições climatéricas que dificultam a concorrência com outras produções de sal; 
     - O uso generalizado de "frio" que substitui com vantagem a conservação dos alimentos por meio de sal.

Presentemente, cerca de 70% das salinas estão abandonadas. E dado que economicamente deixaram de ser rentáveis, são favoravelmente ocupadas por pisciculturas licenciadas.

 

O Processo de extracção do  sal e o fenómeno da cristalização do sal

O processo de extracção do sal consiste essencialmente na evaporação de soluções saturadas de cloreto de sódio (sal), que é o principal constituinte existente nas salinas. E por este processo separa-se o sólido da solução e recolhe-se o conhecido «sal das cozinhas».

Existe um processo laboratorial rápido de conseguir esta separação que a Natureza executa duma forma mais lenta.

Este processo designa-se por Filtração.

 

Estrutura cristalina do sal

Em quaisquer dos dois processos (laboratorial ou Natureza), o sólido obtido é um sal cristalino que apresenta, como é evidente, uma estrutura cristalina iónica tridimensional representada. 

Estrutura cristalina do cloreto de sódio. 

A estrutura representada apresenta iões positivos (Na+), a vermelho, e iões negativos (Cl--), a verde, que se encontram unidos por ligação iónica.

 

Formação da ligação iónica

Quando um átomo perde electrões, deixa de ser electricamente neutro e é convertido num ião positivo (catião).

Quando um átomo ganha electrões, deixa de ser electricamente neutro e é convertido num ião negativo (anião).

A ligação que se forma entre o catião e o anião é designada ligação iónica, e por estes iões terem cargas opostas atraem-se mutuamente. Este fenómeno é denominado de atracção electrostática e encontra-se esquematicamente representado na figura seguinte.

Transferência de electrões do catião para o anião

Concretizando:

Na estrutura cristalina de cloreto de sódio (NaCl), o átomo de sódio (Na) pode perder um electrão formando-se um ião positivo (Na+) e o átomo de cloro (Cl) pode aceitar esse electrão formando-se um ião negativo (Cl-). Cada ião tem uma estrutura electrónica, em que o último nível de electrões está completo. Conforme se  pode ver na figura seguinte, a configuração electrónica do ião de sódio é 2:8 e a configuração electrónica do ião de cloro é 2:8:8. Estes iões, por terem cargas opostas atraem-se formando uma ligação iónica de que resulta a estrutura cristalina do cloreto de sódio (NaCl), representada anteriormente.

Formação da ligação iónica no cloreto de sódio (NaCl).  


Aveiro

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2001