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Helena Maria Ferreira Pinto Ramos, A Comunicação Interna. Estudo de Caso no C.E.T., 1997.

- Capítulo 3 -
Apresentação e Análise dos Dados da Investigação:

 
1 - Inquérito aos Trabalhadores
2 - Inquérito às Chefias


1.     Inquérito aos Trabalhadores

Do universo dos 208 ‘trabalhadores’ sem funções de chefia (89,7%), responderam 147 elementos, perfazendo uma percentagem de 70,7%.

Com base nos dados recebidos vamos fazer a análise das variáveis independentes da população, da subclasse dos trabalhadores, que respondeu ao inquérito.

Gráfico 2: Distribuição da amostra dos trabalhadores por sexo.

Gráfico 3: Distribuição da amostra dos trabalhadores por escalões etários.

Os gráficos 2 e 3 permitem-nos analisar as variáveis independentes. Relativamente à variável sexo, verifica-se que 57,8% são do sexo masculino, 32,7% do feminino, havendo 9,5% de inquiridos que não deram qualquer resposta. A elevada percentagem de elementos masculinos sobre os femininos é explicável pela especificidade da actividade da organização na área de investigação e desenvolvimento, na medida em que as actividades desenvolvidas pelos quadros superiores estão todas relacionadas com a área da electrónica.

Quanto à variável idade, podemos ver no gráfico 2 que a percentagem mais elevada dos trabalhadores (24,5%) situa-se entre os 26-30 anos e nos escalões etários 31-35, e 36-40 o que nos permite concluir que a população do C.E.T. é uma população jovem. A média das idades indicadas situa-se nos 35 anos e a moda entre os 26-30 anos.

Gráfico 4: Grupo profissional dos trabalhadores.

Gráfico 5: Tempo dos trabalhadores ao serviço do CET.

 

O gráfico 4 da distribuição dos recursos humanos pelas categorias profissionais, permite-nos ver que a maioria dos empregados são quadros superiores (56,5%), sendo 18,4% quadros técnicos, 17% administrativos e 4,8% outras categorias.

Relativamente ao tempo de integração dos trabalhadores na organização, verificamos que o C.E.T. se caracteriza por uma certa estabilidade nos trabalhadores ao seu serviço. O gráfico 5 mostra-nos que o maior número de trabalhadores se encontra no escalão compreendido entre os  5 e 10 anos de serviço, perfazendo uma percentagem de 34%. Há ainda três outros escalões em que as percentagens, embora menores, são também apreciáveis, situando-se entre os 10 e 25%.

Os resultados indicam a possibilidade de existirem diferentes níveis de conhecimento e envolvimento das pessoas com a organização, facto que poderá originar uma certa diversidade de respostas.

 

Pessoas à responsabilidade

Respostas

%

Nenhuma

119

81.0%

Uma

6

4.1%

Duas

4

2.7%

Três

3

2.0%

Quatro

1

0.7%

Cinco

1

0.7%

Seis

1

0.7%

Oito

1

0.7%

Nove

1

0.7%

Tem/Não diz quantas

1

0.7%

Não responde

9

6.1%

Quadro 1: Trabalhadores responsáveis por grupos de trabalho.

 

Quanto ao número de responsáveis por grupos de trabalho, verifica-se pelo quadro 1 que 81% dos trabalhadores não têm ninguém à sua responsabilidade. A percentagem de pessoas com responsabilidade por grupos é de apenas 13,9%, tendo em conta que houve nove inquiridos que não deram qualquer resposta. Estes 13,9% correspondem a dezanove pessoas que são responsáveis por um número de trabalhadores situado entre um e nove.

A análise do quadro 2 procura determinar a percepção dos trabalhadores acerca dos instrumentos de comunicação que existem no C.E.T. e a periodicidade de utilização. Do conjunto dos instrumentos apresentados sabemos que seis deles não existem, correspondendo àqueles que estão a azul.

 

Instrumentos considerados

Não responde

Dias

Semana

Mês

Ano

Ás vezes

Nunca

Não existe

Comunicação Oral

 

 

 

 

 

 

 

 

Discursos

8.2%

0.0%

3.4%

1.4%

44.9%

22.4%

8.2%

11.6%

Seminários

8.2%

0.0%

0.7%

8.8%

22.4%

50.3%

3.4%

6.1%

Conversas formais individuais

10.2%

2.7%

8.2%

3.4%

2.7%

43.5%

16.3%

12.9%

Conversas informais

8.8%

23.8%

10.2%

4.8%

1.4%

42.2%

6.1%

2.7%

Reuniões p/ departamento

3.4%

0.0%

8.2%

21.1%

4.8%

34.0%

14.3%

14.3%

Reuniões c/ a Direcção

6.8%

0.0%

29.9%

4.1%

10.9%

18.4%

21.8%

8.2%

Encontros de convívio

2.0%

0.7%

0.0%

0.7%

68.0%

27.2%

1.4%

0.0%

Cursos de formação

5.4%

6.8%

4.1%

4.1%

17.0%

55.8%

5.4%

1.4%

Média percentual

6.6%

4.3%

8.1%

6.0%

21.5%

36.7%

9.6%

7.1%

Comunicação Escrita

 

 

 

 

 

 

 

 

Revista do C.E.T.

12.2%

0.0%

0.7%

2.0%

2.0%

17.0%

12.9%

53.1%

Quadros Informativos

5.4%

24.5%

19.7%

10.9%

2.0%

35.4%

1.4%

0.7%

Manual do empregado

12.9%

0.0%

0.0%

0.0%

1.4%

4.1%

8.2%

73.5%

Jornal ou boletim interno

15.0%

0.0%

0.7%

10.9%

1.4%

6.1%

8.2%

57.8%

Brochuras ou folhetos

12.9%

1.4%

2.7%

4.1%

3.4%

57.8%

6.8%

10.9%

Correio interno

2.7%

56.5%

8.2%

2.0%

0.0%

27.2%

3.4%

0.0%

Notas internas

7.5%

23.8%

5.4%

7.5%

2.0%

49.7%

3.4%

0.7%

Revista de imprensa

17.7%

1.4%

7.5%

11.6%

0.7%

26.5%

10.2%

24.5%

Relatório de actividades

10.9%

0.0%

0.7%

10.9%

50.3%

20.4%

3.4%

3.4%

Sistema sugestões e reclamações

15.0%

0.7%

0.0%

1.4%

0.0%

12.2%

8.2%

62.6%

Média percentual

11.2%

10.8%

4.6%

6.1%

6.3%

25.6%

6.6%

28.7%

N.T.I.

 

 

 

 

 

 

 

 

Audiovisuais (filmes, slides)

13.6%

0.0%

0.7%

0.7%

5.4%

43.5%

19.0%

17.0%

Videotexto

17.7%

3.4%

0.0%

1.4%

0.7%

23.8%

29.9%

23.1%

Videoconferência

10.2%

2.7%

2.0%

4.8%

4.1%

51.7%

14.3%

10.2%

Correio electrónico

4.8%

55.8%

6.8%

2.7%

0.0%

23.1%

4.1%

2.7%

Média percentual

11.6%

15.5%

2.4%

2.4%

2.6%

35.5%

16.8%

13.3%

Quadro 2 :Percepção dos trabalhadores sobre as existências e a periodicidade de utilização dos instrumentos de comunicação interna. A azul os instrumentos inexistentes. A vermelho os que existem em maior frequência. N.T.I. - novas tecnologias da informação.

A leitura do quadro mostra-nos que, na sua maioria os trabalhadores têm essa percepção relativamente a quatro, havendo dois que  fogem a essa situação - a revista de imprensa tem uma percentagem de 26,5% que a refere como sendo utilizada às vezes; no caso do videotexto apenas 23,1% afirmam não existir, ao passo que 53,7% o considera como existente sendo este valor distribuído pelas categorias às vezes (23,8%) e nunca (29,9%). Possivelmente o valor referente ao “nunca” será devido ao facto de ter existido em tempos na organização.

Na globalidade dos instrumentos e independentemente da tipologia, verifica-se que a maior frequência de utilização diz respeito à categoria “às vezes”.

Relativamente aos meios de comunicação oral, os discursos (44,9%), e os encontros de convívio (68%) apresentam os maiores valores na categoria “ano”, as reuniões com a direcção (29,9%) apresentam a maior frequência na categoria “semana” e as reuniões por departamento (34%) apresentam uma maior frequência na categoria às vezes. Quanto aos meios de comunicação escrita obtiveram uma maior frequência na categoria “às vezes”, as brochuras/folhetos (57,8%), as notas internas (49,7%) e os quadros informativos (35,4%). O correio interno apresenta a maior frequência da categoria dias” (56,5%) e o relatório de actividades na categoria “ano” (50,3%). Relativamente às N.T.I., o correio electrónico obteve a maior frequência (55,8%) na categoria “dias”.

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