A Comunicação Interna - Objecto de Estudo e Metodologia do
Trabalho
1
- Enquadramento e Justificação do Problema
Sendo
a comunicação interna uma das áreas de actuação das Relações
Públicas de uma empresa, foi realizada uma pesquisa para
verificarmos como se processa a comunicação interna no C.E.T.
Este
trabalho surgiu da necessidade de conhecermos a opinião dos
colaboradores do C.E.T.
como um contributo imprescindível à realização do estudo que
pretendemos fazer sobre a situação actual da comunicação
interna nesta organização. Pretendemos verificar como se
estabelece o fluxo de comunicação em ambos os sentidos da
hierarquia, entre os trabalhadores e as chefias e, ao nível
horizontal, entre os trabalhadores.
Pretendemos
ainda que nos levasse ao conhecimento dos factores que
determinam a situação existente, possibilitando a identificação
de necessidades, interesses e expectativas dos trabalhadores.
2
- Objectivos
O
principal objectivo deste trabalho foi identificar a comunicação
interna e verificar a percepção dos Trabalhadores, das Chefias
e da Direcção sobre a comunicação existente.
Com
este trabalho pretendemos alcançar três objectivos,
verificando:
a)
Os parâmetros de eficácia da comunicação, sabendo se
é bem
compreendida
e se satisfaz as expectativas;
b)
A percepção e a opinião que os colaboradores têm da
comunicação
que
existe, contrapondo-as às sentidas pelos responsáveis pela
informação e comunicação;
c)
O papel e os procedimentos das chefias no processo de
comunicação
e
como isso é percebido pelas pessoas.
3
- Hipótese
Apesar
de não existirem modelos perfeitos que estruturem a comunicação
interna das empresas, os resultados dos inquéritos pretendem
concluir se a comunicação no C.E.T.
se estabelece de uma forma eficaz e identificar eventuais
aspectos do processo de comunicação que, possivelmente, possam
ser melhorados, servindo de indicadores para a definição de
algumas propostas de alteração que contribuam para uma melhor
gestão.
4
- Delimitação do Problema
Um
trabalho deste género, no qual se pretende avaliar a situação
actual da comunicação interna no C.E.T.,
abrange a totalidade dos recursos humanos da organização. No
sentido de fazermos uma pesquisa o mais completa possível,
permitindo uma análise adequada da situação e com a
finalidade de fazer sugestões adequadas para melhorar a
comunicação, a auditoria fez-se a três níveis, segundo
objectivos específicos:
1-
Ao nível da Direcção de topo (D.C./D.C.A.),
no sentido de obter informações sobre a comunicação interna,
fazendo um paralelo com a opinião dos trabalhadores e externa,
para fazer o seu enquadramento na comunicação global, visando:
a)
Obter informações sobre a política de comunicação;
b)
Identificar a percepção sobre a comunicação interna e
externa existente;
c)
Obter a opinião sobre os objectivos da comunicação
interna e externa;
d)
Obter a opinião sobre técnica de comunicação.
2-
Ao nível das chefias de topo e de nível médio (A.F.’s
e B.F.’s) para:
a)
Identificar a percepção e a opinião sobre a comunicação
interna existente;
b)
Identificar procedimentos no processo de comunicação e
de envolvimento;
c)
Obter a opinião, expectativas e atitudes relativamente a
iniciativas para a evolução da comunicação.
3-
Ao
nível dos trabalhadores sem funções de chefia:
a)
Identificar a percepção sobre a comunicação interna
existente;
b)
Identificar o processo de recepção e emissão da
comunicação;
c)
Identificar quais as principais fontes de informação;
d)
Obter a opinião e expectativas relativamente à evolução
da comunicação.
5
- População
e Amostra
O
campo do inquérito abrange toda a população ou universo do C.E.T.,
nos meses de Maio e Junho de 1996.
Gráfico 1:
Universo do C.E.T
mostrando a distribuição por categorias e sexo.
O universo do C.E.T.
é constituído por um total de 232 trabalhadores dos quais
65,5% são elementos masculinos (152) e 34,5 (80) são do sexo
feminino. Por categorias profissionais, à excepção dos
“administrativos” e “outros”, verifica-se que a
percentagem de elementos masculinos é notoriamente superior. Os
quadros superiores são quase o quádruplo dos elementos
femininos e, nos quadros técnicos, o elemento masculino é duas
vezes e meia superior ao feminino. Estes valores invertem-se nos
cargos administrativos em que os elementos femininos são seis
vezes superiores. Na categoria “outros”, predominam os
elementos femininos com uma diferença apenas de 1,7%.
Em relação aos níveis de qualificação, os quadros
superiores apresentam, no total, o índice mais elevado (62,1%),
o que nos mostra ser um requisito para o funcionamento e
desenvolvimento da organização.
Dado que o inquérito pretendia fazer uma análise sob duas perspectivas
diferentes, considerámos dois universos para a nossa pesquisa.
O universo dos trabalhadores com funções de chefia, num total
de 24 elementos (10,3%) e o universo dos
trabalhadores sem funções de chefia, num total de 208
pessoas (89,7%). Para cada um dos universos foram elaborados
inquéritos específicos, distribuídos à totalidade dos
elementos, tendo havido alguns que não forneceram qualquer
resposta.
Utilizámos uma amostra por quotas de conveniência, envolvendo uma selecção
das pessoas a entrevistar mediante a divisão da totalidade do público
em grupos componentes e a indicação do número a ser
interrogado por grupo.
A amostra do primeiro universo é constituída pelo conjunto dos 147
trabalhadores que responderam ao inquérito e que representam
70,7% desse grupo (208 pessoas).
A amostra do segundo universo é constituída pelo conjunto dos 20
trabalhadores com funções de chefia que responderam ao inquérito
e que representam 83% desse grupo (24 pessoas).
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