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Porquê renovar?

O empurrão
3
A Maria responde
4 
Conto fabuloso
5
Quanto a mim...
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Festas em Braga
7
A Convenção 
8
Notícias efeás
9
Ficha técnica

12º Passo

Tendo tido um despertar espiritual como resultado destes passos, procurámos levar esta mensagem a outros e praticar estes princípios em todos os aspectos da nossa vida.

 

 

 

 

 

 

 

  Tempo de Renovar!

Porquê renovar?

Podemos continuar com a nossa vida e a nossa recuperação, mesmo que alguém a quem nós queiramos muito ainda se continue a debater com o consumo.

Imagine uma ponte. De um dos lados da ponte está frio e escuro. E nós ali estamos ao frio, no meio da escuridão, completamente vergados ao peso da dor. Alguns de nós até foram desenvolvendo desordens alimentares para poderem enfrentar a dor. Alguns começaram a beber; outros usaram algumas drogas. Houve até quem perdesse o controlo da sua vida sexual. Outros, ainda, focaram a sua atenção, de uma forma obsessiva, na dor em que a família do adicto vivia, para, desse modo, se poderem distrair. Muitos de nós até fizemos ambas as coisas: não só desenvolvemos um comportamento adictivo, como nos esquecemos completamente de nós, ao focarmos a atenção noutras pessoas adictas. Não sabíamos que havia uma ponte. Pensávamos que estávamos encurralados num rochedo.

Então, alguns tiveram sorte. Os olhos abriram-se, pela Graça de Deus, pois era chegada a altura. E então deparámos com a ponte. E algumas pessoas disseram-nos o que estava do outro lado: calor, luz e a cura da nossa dor. Mal podíamos imaginar ou acreditar que isso pudesse acontecer; mesmo assim, decidimos encetar o caminho através da ponte.

Tentámos convencer as pessoas, que se encontravam connosco em cima do rochedo, que havia uma ponte, que dava para um lugar melhor, mas elas não queriam ouvir-nos. Não a podiam ver e por isso não acreditavam. Ainda não estavam prontas para a viagem. Decidimos então partir sozinhos, porque até acreditávamos e as pessoas do outro lado da ponte acenavam-nos alegremente. Quanto mais nos aproximávamos do outro lado, mais conseguíamos ver e sentir que, o que nos tinha sido prometido, era mesmo real. Havia luz, calor, cura e amor. O outro lado era um sítio bem melhor.

Mas agora há uma ponte entre nós e aqueles que estão do outro lado. Às vezes estamos tentados em lá voltar e trazê-los connosco, mas não pode ser. Ninguém pode ser puxado ou forçado através da ponte. Cada pessoa tem de ir por sua própria vontade, quando chega a altura certa. Alguns virão; outros irão ficar no outro lado. A escolha não nos pertence

Só podemos continuar a amá-los. E podemos acenar-lhes. Podemos encorajá-los, assim como outros também já nos alegraram e encorajaram. Mas não podemos fazê-los atravessar a ponte.

Se é a altura certa para atravessar a ponte, ou se já a tivermos atravessado e estivermos desfrutando da luz e do calor, não nos devemos sentir culpados. Pois é aí que é suposto estarmos. Não temos que voltar para trás, para a escuridão, pois podemos não ter outra chance. A melhor coisa a fazer é ficar envolvida nessa luz, pois isso irá fazer crer a outros, que há um lugar melhor. E, se outros, algum dia, decidirem atravessar a ponte, nós vamos estar lá para os acolher.

Hoje vou continuar com a minha vida para a frente, não me importando com o que os outros estão a fazer ou a deixar de fazer. Vou saber que é um direito que tenho, o de atravessar a ponte para uma vida melhor, mesmo que, para isso, tenha que deixar outros para trás. Não vou sentir culpa, nem vou sentir vergonha. Sei que o lugar onde me encontro agora é um lugar muito melhor e onde é suposto eu estar!

The Language of Letting Go’ by Mellody Beattie


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