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Ficha técnica
 

 

 

 

 

 

 

 

12º Passo

Tendo tido um despertar espiritual como resultado destes passos, procurámos levar esta mensagem a outros e praticar estes princípios em todos os aspectos da nossa vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há algum tempo atrás tive o ensejo de ler um livro de um escritor brasileiro, cujo tema me deixou alguns ensinamentos. Um deles deu origem a esta partilha.

No livro em questão, uma personagem sugeria ao leitor um simples exercício, a que chamava — «o exercício da velocidade». Consistia em caminhar 20 minutos, a metade da velocidade a que normalmente caminhamos, prestando atenção a todos os detalhes como sejam casas, plantas, pessoas; tudo aquilo que, até então, nos teria passado despercebido.

Como gosto de palmilhar, resolvi aceitar a sugestão. Calcei sapatos adequados, vesti um casaco, peguei nas chaves de casa e lá fui eu.

Tinha chovido. As nuvens, ao passarem, já deixavam ver o céu do azul que eu tanto gosto. E o cheiro!... Esse era à terra quente molhada, misturado com o cheiro das rochas molhadas, postas a descoberto pela maré vasa. A minha memória olfactiva há muito que não registava estes odores misturados. Estávamos no Verão e há muito que não chovia.

Comecei a andar, decidida, registando os pormenores que me tivessem escapado de outras vezes. Parei. Uma casa, recentemente pintada, ainda cheirava a tinta. Que bonita! Parecia nova. O jardim, esse deveria ser tratado por alguém que soubesse e, sobretudo, amasse a sua profissão: a gravínea bem aparadinha, a buganvília cor de cereja — uma das minhas plantas favoritas — trepava até à varanda do 1º andar, carregadinha de flores, um autêntico quadro. A palmeira, no meio da gravínea, devidamente estacada por ainda ser nova. Belas mãos essas que, com tanto carinho, trabalhavam, para que o final fosse este: lindo.

Depois havia também um alpendre—sempre gostei de casas com alpendre. Sei ser uma das características das construções nos países quentes; será por esse motivo que vejo tão poucos.

Quantas vezes havia passado por ali e nunca me tinha dado conta. É que a vegetação enchia-o. Mas ela estava devidamente aparada e ali fiquei eu, a olhar as sardinheiras que pendiam do beiral, as cadeiras que eram duas e a mesa em verga. Imaginei-me sentada numa delas, a ver cair a tarde, com o sol a desaparecer como uma bola de fogo.

Lá dizia o autor — “O homem não pode deixar de sonhar porque, se o faz, morre!”

Apanhei um susto ao continuar a caminhada. Um S. Bernardo ladrou à minha passagem, pondo a cabeçorra fora do portão. Falei-lhe baixinho. Calou-se. Um olhar tão terno no meio daquela cabeça de gigante! Os animais, tal como os humanos, também gostam de uma palavra doce...

Mais além uma recente urbanização. Janelas com venezianas. Como eu gosto destas janelas; mas das antigas, em madeira. Estavam abertas, deixando ver as cortinas com um lindo bordado que, antigamente, só as nossas avós faziam. Ainda há quem os faça e os considere um passatempo gratificante.

Toda a urbanização estava ladeada de canteiros com alfazema. Que perfume!... Mas, justamente com este, veio outro: a comida. Alguém preparava o almoço. Era tempo de regressar; também eu iria fazer o mesmo.

Ao passar para o papel todas estas sensações, veio-me à ideia que teria sido impossível fazê-lo há alguns anos atrás. Fui capaz de fazer este exercício, porque tenho vindo a fazer um outro: o dos 12 Passos, o de pôr em prática este programa que, para mim, é uma ‘mais valia’, que tento conservar duma maneira simples — lembrando-me dos lemas, da oração da serenidade e de toda a literatura, que muito me tem ajudado.

Depois deste exercício, tenho que agradecer ao meu Poder Superior a graça dos meus sentidos e o estar com saúde para deles poder usufruir com plenitude.

Que bom é ver, ouvir, andar, cheirar e, porque não, saborear!

Que bom é viver!                               Palmira C. — F.A. do Bonfim


A Irmandade

Sozinha um dia cheguei
Com tantas lágrimas e dor
Apoio e amizade encontrei
E levei comigo amor

Afastei a vergonha que senti
Eu até nem sou um falhanço
Amor firme aprendi
Por ter direito ao descanso

Escutei palavras sábias
Enchi o meu coração
Deixei para trás as raivas
Para dar lugar ao perdão

À irmandade agradeço
Tudo aquilo que aprendi
É que se não fossem as salas
O que seria de mim...

Ana F.            F.A.- V. F. de Xira


Ajuda

Li, há tempos, uma pequena história, que encerra um grande ensinamento...

Certo dia um garotito tentava levantar uma pedra pesada, mas não conseguia movê-la. O pai, que o observava, então perguntou-lhe:

— Tens a certeza de que estás usando toda a tua força?

— Estou sim — respondeu o rapaz.

— Não estás, não — replicou o pai — ainda não pediste para te ajudar !

Não pedir ajuda pode ser um acto de orgulho. Só os humildes o fazem. E há pedras tão pesadas, que só se removem com o auxílio dos outros. Ai do só, incapaz de solicitar ajuda aos outros. Morrerá esmagado pelo peso dos seus problemas.

Tenho aprendido, nas F.A., a estender a mão nos momentos mais difíceis da vida, quer partilhando os meus problemas, quer telefonando, quer mesmo no fim da reunião, à saída, aproveitando aqueles momentos tão agradáveis de convívio, tempo propício para dar e receber ajuda.

Não há ninguém tão rico, que não precise de ajuda, nem tão pobre que a não possa dar.

Foi para mim uma grande descoberta o Programa de F.A., que me tem valido nas mais variadas situações, sobretudo através das partilhas, tantas vezes duma riqueza espiritual tão elevada, que nos ajudam a crescer também.

Por isso estou imensamente grato às F.A., para onde o nosso Poder Superior encaminhou os meus passos há mais de 12 anos e que tanto bem me fizeram e continuam a fazer.

Muitas 24 horas de Serenidade, Coragem e Sabedoria

Carlindo F.A. — S. J. da Madeira


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