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Famílias
Anónimas partilham experiências para ajudar |
«São
relatos contados na primeira pessoa, que apenas podem
impressionar aqueles que desconhecem as realidades
apresentadas. Parecem pequenas histórias, mas são
verdadeiros momentos de partilha, que ajudam a navegar
os que viajam no mesmo barco. Juntamente com a vontade
de exprimir o que ‘vai na alma’, surgem os ‘nós
nas gargantas’ e o nervosismo próprios do relato
destes momentos demasiado difíceis, que não se
conseguem apagar da memória. Algumas experiências
foram ontem apresentadas no Sameiro, num encontro das
Famílias Anónimas.
Cláudia
Pereira - in: "Correio do Minho"
de 14 de Abril de 2002
...Quando,
numa recaída dele, que por coincidência se deu na
altura em que o meu marido faleceu, olhei para trás e
percebi que, durante aqueles anos todos, eu fiz muito,
mas em vão, porque não era eu quem tinha de fazer; era
ele, e era de dentro dele que tinha que vir a força e a
vontade de se recuperar. Senti um vazio, mágoa e,
sobretudo, revolta, que me levou a tomar a decisão de
me “retirar”.(...) Eu estava tão descrente dele,
que não aceitei sequer acompanhá-lo mais às consultas
no Cate. (...) Ele entendeu que estava só, o pai tinha
acabado de falecer, e que eu não lhe iria mais
facilitar a vida. Fiquei com uma grande angústia pelas
consequências que poderiam advir da minha decisão de o
deixar entregue a ele próprio, pois o meu filho já
tinha tentado suicidar-se anos atrás, e também porque,
nessa altura, não sabia se essa atitude era correcta.
Eu estava muito doente e fui aconselhada a procurar
ajuda. Graças a Deus vim parar a F.A.
Extracto
de uma partilha feita no 7º Encontro dos Grupos do
Intergrupo do Norte — Braga Amélia
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