Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003.

6Utilizações do computador

  Diaporamas tradicionais e em PowerPoint

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O que são diaporamas? Quais os tipos existentes?      

Se recorrêssemos ao que vem em alguns livros, diríamos que um diaporama é uma combinação e encadeamento, de maneira harmoniosa e ritmada, de um conjunto de imagens fixas (a parte estritamente visual) e de um conjunto de sons (a banda ou faixa sonora).

 

Se quisermos ser mais analíticos, diremos que um diaporama (ou slideshow) é um programa audiovisual, porque alia a imagem ao som, constituindo uma sequência de diapositivos devidamente estruturada, à qual só lhe falta a quarta dimensão, para ser igual ao cinema. Esta quarta dimensão é o movimento. Mas a falta de movimento é um inconveniente facilmente ultrapassado, se forem utilizadas técnicas semelhantes às da banda desenhada, e efeitos sonoros que ajudem a imaginação a melhor recriar a realidade.

 

Aquilo que designamos por diaporama distingue-se de uma vulgar projecção de diapositivos pelo facto de toda a sequência se desenrolar de modo completamente automático, sem necessidade da intervenção permanente do projeccionista, que é geralmente o professor.

 

Relativamente aos diaporamas convencionais, isto é, anteriores ao aparecimento dos recursos informáticos, podemos considerar duas categorias, tendo em conta os objectivos e a técnica de projecção.

 

 

Tendo em conta os objectivos, podemos distinguir cinco categorias de diaporamas: didácticos, documentais, de sensibilização, de evocação (ou contemplação) e ficcionais.

 

O diaporama didáctico tem como objectivos fornecer com exactidão um conjunto de noções e informações para uma eficiente aprendizagem, ao passo que o documental visa apenas apresentar com clareza, concisão e objectividade testemunhos sobre factos registados.

                             Exs. - Clonagem

O diaporama de sensibilização tem como objectivo propor, com firmeza, vivacidade e contraste, um ou mais problemas, despertando a sensibilidade do receptor e motivando a sua participação e envolvimento.

                             Exs. - Reciclagem

O diaporama de evocação ou contemplação tem como objectivo procurar criar uma situação de encanto, de suavidade e harmonia, relativamente a um determinado tema.

 

Finalmente, o diaporama ficcional procura desempenhar o mesmo objectivo que um filme. Quando se vai ao cinema ver determinado filme, o espectador pode alcançar simultaneamente vários objectivos. Além de ocupação de tempos livres, pode distrair-se, pode viver as situações projectadas na tela e pode também retirar alguns conhecimentos, se o filme for rico de conteúdos. O diaporama ficcional poderá desempenhar idêntico papel, podendo servir simultaneamente vários objectivos: distracção, vivência de situações, contacto com outras experiências, realidades e modos de vida.

 

Tendo em conta a técnica de projecção, podemos considerar duas grandes categorias: diaporamas simples e diaporamas com fundido encadeado.

 

Os diaporamas simples, para serem apresentados, apenas necessitam de:

            ● um projector acoplável a um gravador especial;

            ● um gravador especial de cassetes para diaporamas;

            ● um bom ecrã de cinema ou, na falta dele, uma parede branca;

            ● uma aparelhagem de som com colunas, se quisermos uma qualidade sonora parecida com o que encontramos nas salas de cinema;

            ● uma sala completamente às escuras;

            ● o conjunto de diapositivos (devidamente colocados nos carregadores) com as respectivas cassetes, onde se encontram a locução, o fundo musical, os ruídos ambientais (se for caso disso) e os impulsos que comandam automaticamente o avanço das imagens.

 

Os diaporamas com fundido encadeado exigem dois ou mais projectores e um gravador com características especiais, capaz de comandar simultaneamente vários projectores, geralmente em número de dois nos sistemas convencionais. Sistemas mais avançados e alguns com componentes informáticos exigem condições especiais de projecção, podendo utilizar vários projectores distribuídos de maneira a cobrir ecrãs panorâmicos ou até mesmo de tipo circular, envolvendo todo o diâmetro da sala. Neste caso, os espectadores ficarão sentados no centro. Nestas situações, só existentes em salas especiais, os espectadores ficam profundamente mergulhados no espectáculo que está a ser projectado, uma vez que estão envolvidos por imagens e por sons que recriam a realidade.

 

O sistema que se pode encontrar em algumas raras escolas portuguesas é o relativo à projecção simples, ou seja, apenas um projector e um gravador de cassetes. E, na maioria dos casos, a projecção é feita recorrendo a um gravador vulgar, sem qualquer sistema de sincronização, tendo o professor o cuidado de ir avançando as imagens manualmente, orientado pela leitura do guião.

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