Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003.

4Requisitos fundamentais e  perigos do computador

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As razões que levam a uma certa aversão dos docentes ao computador resultam essencialmente do facto daquilo que ele implica:

  • - Uma revolução completa nos hábitos de trabalho;

  • - Uma disponibilidade temporal e psicológica para adquirir os conhecimentos básicos para se poder trabalhar com o computador;

  • - Uma quebra com a rotina e a estagnação e uma vontade de adesão às novas potencialidades trazidas pelo computador;  

  • - Para além de uma aversão natural pela máquina, que até tem periféricos a que o elemento feminino, por exemplo, é por natureza adverso, como um rato, que é preciso segurar na mão e aprender a utilizar com a mesma facilidade com que se utiliza a caneta ou o lápis, há por vezes  o receio, em situação de aula, de vermos a nossa ignorância informática confrontada com o grande à-vontade de muitos dos nossos alunos. E esquece-se o professor que essa facilidade com que os alunos mexem no computador pode ser uma mais valia. Em vez de ser o professor a apresentar o que pretende, pode muito bem aproveitar a competência dos alunos para lhes pedir que sejam eles a explorar o material educativo e a apresentá-lo, inclusive, aos colegas com mais dificuldades ou menos familiarizados com as novas tecnologias.

 

O professor não é obrigado a saber tudo. Ele não é uma enciclopédia, com resposta pronta para tudo, com resposta para todas as situações imprevistas. Mas deve ser o elemento capaz de contornar as situações e saber dinamizar as capacidades dos seus alunos, tornando-se, mais do que um mero «expositor» de saberes, o motor de uma dinâmica de aprendizagem, em que todos têm alguma coisa para partilhar e aprender.

 

Apresentadas algumas hipóteses que poderão ser o travão de uma maior abertura dos professores às novas tecnologias, será que elas são a panaceia que vem resolver todos os problemas?

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