Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003.

4Requisitos fundamentais e  perigos do computador

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 - Quais os requisitos fundamentais para que o computador possa ser utilizado pelos professores como recurso educativo? E quais as suas vantagens e inconvenientes?

 

Quando reflectimos acerca destas questões, vem-nos à lembrança aquilo que dizíamos, outrora, relativamente aos recursos audiovisuais tradicionais. E estas não ficam isoladas, porque outras nos surgem imediatamente com igual ou maior pertinência:

- Que razões levam a que uma elevada percentagem de professores continue a recusar o computador? Serão apenas de natureza pecuniária? Ou mantêm-se as mesmas razões que impediam, outrora, a utilização de recursos mais simples, como um retroprojector ou um diaprojector?

 

Em 1995, se consultarmos os dados estatísticos que obtivemos para o estudo deste problema, a maior frequência de utilização do computador, no distrito de Aveiro, verificava-se entre os professores do ensino secundário (30,3%) e entre os professores não profissionalizados, onde o valor percentual chegava a atingir os 66,7%. De qualquer modo, verificava-se já um aumento significativo, comparativamente com os dados obtidos no distrito de Braga, em 1988. Veja-se o quadro 37.

 

BRAGA

1988

AVEIRO

1994/95

 

Nº Resps.

%

Nº Resps.

%

Muitas Vezes

---

----

29

8,31

Algumas Vezes

2

1,92

55

15,76

Raras Vezes

7

6,73

61

17,48

Nunca

95

91,35

202

57,88

Não conheço

---

---

2

0,57

 

104

100,00

349

100,00

 

Actualmente, a dotação das escolas com computadores é sensivelmente superior às datas atrás referidas, o que permite supor que a utilização deste recurso pelos professores terá já aumentado significativamente. E temos fortes indícios para suspeitar que isto é verdade, dado o elevado interesse manifestado pelos docentes na frequência de acções de formação, com resultados verdadeiramente surpreendentes, se pensarmos na razoável quantidade de módulos didácticos produzidos pelos grupos de trabalho, actualmente disponíveis para toda a comunidade educativa na Internet.

 

Cremos que, actualmente, o recurso ao computador tem vindo a aumentar progressivamente. Embora em muitas escolas o lançamento das notas e das faltas dos alunos já seja efectuada recorrendo aos meios informáticos, isso não significa que os professores tenham passado a utilizá-los. Um número significativo limita-se a efectuar essa tarefa, seguindo as instruções que lhes foram anteriormente fornecidas. E temos verificado que, alguns, quando deparam com o computador desligado, vão solicitar ajuda a colegas mais familiarizados com o «bicharoco» electrónico, para que o ponham a trabalhar e, se possível, já com a base de dados pronta a receber as informações.

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