As costas de Moçambique, foram talvez tocadas pelos
Fenícios e pelas expedições de Necau II (609-594). À volta de África,
mantiveram relações comerciais com a Índia e a Ásia. Moçambique já era
próspero quando os Portugueses ali chegaram (Pêro da Covilhã, 1489 e
Vasco da Gama, 1498) que, no reinado de D. Manuel I, tornaram Moçambique
uma possessão portuguesa.
Moçambique situa-se no continente africano, entre os
paralelos 10º e 27º de Latitude Sul e entre os meridianos 30º e 41º de
Longitude E. Gr. O seu território abrange 789032 Km2.
São vizinhos de Moçambique, entre outros, a República da
Tanzânia, a Norte; as Repúblicas da Zâmbia, Rodésia, Malawi, África do
Sul (Transval) e Suazilândia, a Oeste; a República da África do Sul
(Natal) a Sul. A leste o país é banhado pelo Oceano Índico.
No território de Moçambique, a temperatura aumenta de Sul
para Norte, com médias anuais, respectivamente de 22º a 26º. A humidade
oscila entre os 70 e os 80%.
Os cursos de água são mais numerosos no Centro e Norte do
País devido ao regime fluvial nessas regiões. São as seguintes as
principais bacias hidrográficas do país:
– a do Rovuma, que nasce na Tanzânia e serve de fronteira
a Norte de Moçambique em 630 Km;
– a do Lúrio, que nasce no monte Malena;
– a do Zambeze, que tem origem nos montes Caomba, perto
da fronteira de Angola, e vai desaguar, após um percurso de 2364 Km, por
meio de um Deita.
– a do Save, que nasce na Rodésia, com um percurso total
de 600 Km;
– a do Limpopo, que nasce próximo de Joanesburgo, com um
curso de 1170 Km.
Outros rios importantes de Moçambique são: os rios
Messale, Montepuez e Megcrama, etc.
A carta geológica de Moçambique mostra três unidades
fundamentais distintas: o seu cristalino, continuação da grande
plataforma da África Austral, o Karroo e a cobertura sedimentar de idade
cretácica a recente.
Os principais maciços montanhosos isolados são:
– O Monte Binga – 2436 m
– O Monte Namúli – 2419 m
– Os Montes Massarurero – 2176
– O Monte Massasse – 2134 m
– O Monte Domué – 2096 m
– O Monte Chirabué – 2011 m
– O Monte Miranga, na serra da Gorongosa – 1856 m
– O Monte Txitongo – 1848 m; etc.
Em 1957 o território era bastante rico e no seu solo
criava-se o algodão, o tabaco, o amil, a cana-de-açúcar, cereais e
diversos minérios, que eram notável fonte de comércio e de riqueza;
nasciam e cresciam extensas florestas onde abundavam árvores de
borracha, sândalos, cedros, ébanos, etc. Nesta altura, Moçambique
possuía bons portos, dos quais Lourenço Marques era um dos melhores do
mundo. Nesse tempo, Lourenço Marques era a capital deste vasto
território, nove vezes maior que Portugal.
Em 1972, Moçambique era o maior produtor de castanha de
caju do mundo. Dos produtos agrícolas destinados principalmente a
exportação os mais significativos foram:
o açúcar com 214452 t (1968) e
230000 t (1969); o algodão com 125394 t (1968) e 124000 t (1969); a
castanha de caju com 98000 t (1968) e 160000 t (1969); e outros produtos
como a copra, o sisal e o chá. Dos produtos agrícolas destinados ao
consumo interno ressaltam o milho, o amendoim, o arroz e o trigo.
Também nesta época, Moçambique conheceu um assinalável
desenvolvimento industrial, com uma taxa anual média de crescimento da
ordem dos dez por cento. Nas indústrias extractivas, a de maior valor
económico foi a do calcário (43957 milhões de escudos em 1969), carvão, microlite, granito e outra pedra, columbo-tanalite.
Em 1978, as principais produções agrícolas de Moçambique
eram o coqueiro, a cana sacarina, o algodão, o milho, o sisal e o
chá. Paralelamente, também o sector pecuário merece especial relevo.
As principais províncias nesta altura eram: Maputo, Gaza,
Inhambane, Manica, Sofala, Tete, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e
Niassa. A capital era e continua a ser Maputo. A moeda era o escudo
moçambicano e a população era de 9.335.280 habitantes, sendo em 1979 de
9.929.778 habitantes.
Em 1975, Moçambique tomou-se independente.
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Cristina Borges
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