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             Em diversos números do “Alternativas” têm surgido 
            poetas, quer entre os alunos, quer entre os professores. Neste 
            exemplar, coube a vez ao pessoal auxiliar da acção educativa, com um 
            elemento jovem, Filomena Bola, cujos momentos livres são dedicados à 
            escrita, muito particularmente à poesia. 
            Na selecção que fizemos, encontramos um percurso 
            de vida em forma poética. 
            
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            MENINO DA RUA 
            Menino da 
            rua 
            Sem eira nem beira,  
            Menino que a lua 
            Mesmo que não queira, 
            Lhe aconchega o papelão 
            Quando dorme no chão. 
            E de manhã, ao levantar, 
            Sem nada que comer,  
            Procura o que roubar  
            Que mais não sabe fazer.  
            Menino que teve mãe!  
            Menino que teve pai!  
            Porque não é de ninguém  
            Este menino, meu Pai! 
            A criança 
            e a flor 
            Andam ambas de mão dada. 
            Se a flor quer muito amor, 
            A criança, ser muito amada. 
                          
            19-04-1999  | 
            
            
                             
            SÚPLICA 
            
            Quando eu era pequenino 
            E dormia a sorrir 
            Pai! Era o teu mimo 
            Que eu estava a pedir.  
            Se pegasses na minha mão, 
            Emoções ias sentir 
            Dentro do teu coração,  
            E comigo... ias sorrir. 
            Pai! Estou aqui!!! 
            Sei que não me quiseste! 
            Não fui eu que te pedi 
            Estou, porque me impuseste! 
            Pai! Olha com atenção!!!  
            Olha dentro dos meus olhos  
            E verás que tenho aos molhos, 
            Raízes do teu coração. 
            Pai! Sou a tua eternidade.  
            Mendigo-te um pouco de amor 
            Para que um dia sem dor...  
            Eu te lembre com saudade. 
                                    
            1997  | 
           
          
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             ANDEI EU 
            PELO ALÉM 
            Andei eu, 
            pelo além, 
            Procurando a minha infância. 
            Andei por terras de ninguém,  
            Me alimentei de ignorância! 
            A correr ou a voar, 
            A chorar ou a gritar, 
            Minha alma ensandeceu  
            De tanto procurar. 
            Odisseia sem história...  
            Infância sem luar... 
            De ti não tenho memória  
            De ti... não quero lembrar! 
                                   
            10-1997  | 
            
                  DUALIDADE 
            Cavaleiro homem! 
            Dos tempos medievais  
            Os ventos te movem 
            E eu não sei onde estais! 
            Cavaleiro homem! 
            Meu misto de divino, 
            Não deixeis que me toquem  
            E me lancem no desatino! 
            Cavaleiro homem! 
            Por quem suspiro e suspirei, 
            Mesmo que meu corpo tomem  
            De ti, não esquecerei! 
            Cavaleiro homem! 
            De armadura tão bela, 
            Faz desta alma jovem 
            A tua amada donzela. 
                             
            07-08-2003  | 
           
          
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                  A UM BEIJO! 
            
            Não lembro eu... 
            De uma noite tão calma!  
            Acordar sereno, 
            Sono tão ameno 
            Que me temperou a alma! 
            Não lembro eu... 
            Do que sonhei! 
            Mas tão rasgado sorriso,  
            Não foi por ter juízo 
            Com certeza, eu te amei! 
            Feliz de mim, quem me dera!  
            Que feliz eu te soubera!  
            Foi assim... que te sonhei! 
                      
            25-10-2003  | 
                        
            O MEU RETRATO Se olhasses o mar! 
            Como eu sinto...  
            Não sentias a solidão do desejo. 
            Se olhasses a criança! Como eu 
            sinto...  
            Ver-me-ias tal como eu me vejo. 
            Se olhasses o céu! Como eu sinto...
             
            Serias selvagem e indomado. 
            Se olhasses a terra! Como eu sinto...
             
            Lavavas-te no pranto do meu fado. 
            Se olhasses o transcendente! Como eu 
            sinto...  
            Vias-te, na dimensão do teu olhar. 
            Se olhasses o fogo! Como eu sinto... 
            Queimavas-te na chama de tanto amar.  | 
           
          
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            SAUDADES 
            Saudades! Tantas saudades!  
            Do sonho que não viveu,  
            Do amor que já esqueceu,  
            Do sino a bater trindades! 
            Saudades! Tantas saudades!  
            De um prado verdejante 
            Onde esperançosa e errante,  
            Suguei mentiras às verdades! 
            Saudades! Tantas saudades!  
            Do colo de minha mãe, 
            Da inocência e nudez do além  
            Onde os sonhos renegam idades. 
                                  
            11-11-2005  | 
            
             MEUS FILHOS 
            Rebentos do meu ser, 
            Nudez do meu encanto,  
            Por vos amar tanto 
            Sois a razão do meu viver! 
            Vestes de minha alma, 
            Infinitos do meu querer, 
            Refúgio do meu sofrer, 
            Imensidão que me sustém a calma. 
            Jardins do meu profundo, 
            Primavera em minha vida, 
            Rouxinóis, canção sentida, 
            Meus filhos... são meu mundo! 
                      
            21-02-1999  | 
           
          
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            Filomena Bola  | 
           
          
            
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             Soluções  
            dos Passatempos
            
            Palavras Cruzadas 
            
            HORIZONTAIS : 
            1. Musa; Hera 2. Arola; Paris 3. Ia; ar; ss; si 4. Ana; agi; Eça 5. 
            Obi; ala 6. Da, li 7. Cós; SIC 8. Eos; por; sob 9. Rá; só; ás; rã 
            10. Odres; solac 11. Soer; belo
            
            VERTICAIS: 1. Maia; Eros 2. Urano; coado 3. 
            Só; ab; ds; re 4. Ala; ids; ser 5. Ara; pós 6. Ga; dó 7. Psi; rás 8. 
            Hás; ais; sob 9. Er; el; is; lê 10. Risca; coral 11. Ásia; Baco 
            
            
            ESPELHO INFIEL 
            
            Os oito erros da imagem no espelho: - extremidade 
            superior da bóina; - extremidade da comissura labial; - ruga do 
            queixo; - gravata às pintinhas; - prega no casaco provocada pelo 
            botão apertado; - botão inferior do casaco; - botão na extremidade 
            do punho; - menos um dedo na mão. 
            
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