JORNAL
N.º 6

FEVEREIRO
1992 ANO IV


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
COLABORA NO ENRIQUECIMENTO DO TEU JORNAL

SUMÁRIO

 

Editorial

 

Breve
notícia
histórica
do liceu
 

 

Acerca da
desactivação
Carta da DAE

 

Carta ao
Senhor
Ministro

 

Carta a
José
Estêvão

 

Entrevista
a Idalécio
Cação

 

Notícias
várias

 

Passatempos

 

 

Fac-símile
da 1ª página

 

 

 

 

 

 












A PROPÓSITO DA DESACTIVAÇÃO DA ESCOLA SEC. HOMEM CRISTO

Da análise do quadro acima apresentado, tiram-se as seguintes conclusões:

1º — As três principais escolas, situadas praticamente no centro da cidade, encontram-se com uma população escolar muito acima das suas reais capacidades;

2º — No total das escolas da cidade, há um excesso de 4626 alunos;

3º — A construção das três escolas previstas resolve apenas o problema de 2100 alunos;

4º — Sendo o excesso de população escolar de 4626 alunos, resultará que ainda ficarão de fora 2526 alunos;

5º — Desactivar uma escola da cidade elevaria para 3616 o número de alunos sem estabelecimento de ensino adequado, agravando a situação;

6º — A solução será, portanto, não desactivar uma escola, cujo valor histórico e papel no ensino é importante, mas construir mais edifícios escolares do que os previstos, em zonas diversificadas da cidade e estrategicamente situadas, de modo a comportarem os 3616 alunos excedentes, se quisermos que as escolas de Aveiro trabalhem de acordo com as suas reais capacidades e de maneira a obterem um ensino cada vez mais eficiente, em sintonia com as novas normas educativas comunitárias.

Henrique J. C. Oliveira


Carta da Associação de Estudantes da Secundária Homem Cristo ao Senhor Ministro da Educação

Senhor Ministro da Educação, Excelência

Eu, Rui Fernando da Silva Varandas, Presidente da Associação de Estudantes e defensor dos interesses dos alunos, vejo-me na obrigação de dar o meu parecer sobre a desactivação da Escola Secundária Homem Cristo, em Aveiro.

A meu ver, o País tem-se defrontado com vários problemas e um dos mais graves é a educação, que se debate com grandes questões, nomeadamente a falta de escolas, excesso de alunos, etc. Assim, não se podem dar ao luxo de querer acabar com uma Escola que, apesar de antiga, é uma das primeiras do País e reúne todas as condições para um bom aproveitamento dos alunos que aqui estudam.

Pode-se constatar que esta Escola funciona bem, há um óptimo relacionamento humano a todos os níveis e o ambiente é bom. Acho, assim, que a desactivação é um capricho das autoridades locais e resulta numa afronta para o ensino.

Aquelas aliciaram toda a gente com a promessa de abrirem três escolas. Ora isto, a meu ver, não faz sentido nenhum, pois todas as escolas são precisas. Além disso, as novas escolas não são da categoria da nossa e a sua colocação na periferia da cidade vai trazer muitos problemas, não só para os alunos, como para a organização familiar.

Nós, os alunos da Escola Secundária Homem Cristo, não queremos que esta desapareça. Aqui andaram os nossos pais, andamos nós e andarão, um dia, os nossos filhos.

Nós, os alunos, tudo faremos para que esta Escola continue a desempenhar as suas funções de instrução e educação. É aqui que nós queremos continuar.

Não à desactivação da Escola. E hoje, que tanto se fala de jovens, que eles sejam respeitados e ouvidos, pois também têm uma palavra a dizer.

Faço votos para que os alunos da Escola Secundária Homem Cristo não vejam por terra os “destroços” do edifício onde aprenderam a ser homens.

Atenciosamente,

O Presidente da Associação de Estudantes

RUI FERNANDO DA SILVA VARANDAS

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