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Henrique J. C. de Oliveira, Gramática da Comunicação, Col. Textos ISCIA, Aveiro, FEDRAVE, Vol. I, 1993, 311 pp., Vol. II, 1995, 328 pp.


Acerca desta versão electrónica

Publicados os dois volumes da Gramática da Comunicação respectivamente em 1993 e 1995, em breve estava a edição esgotada. Deveria ter continuação num terceiro volume, no qual seriam abordados os diferentes tipos de textos produzidos nos mais variados domínios da actividade humana.

No IV capítulo do segundo volume (o IX desta versão electrónica) apresentámos alguns quadros com propostas de classificação taxonómica dos diferentes tipos de texto e concluímos com a carta comercial.

Motivos de diversa ordem fizeram com que o terceiro volume ficasse apenas no projecto. Outros ventos enfunaram as velas, fazendo-nos tomar rumos jamais previstos e conhecer outras praias da vida activa, passando pela formação de professores e outras actividades, até aportarmos a um universo de várias constelações, entre as quais a dinamização de um projecto relacionado com as novas tecnologias, com que já brincávamos desde os finais da década de 1980, numa altura em que o computador era ainda uma palavra nova e praticamente desconhecida da maioria das pessoas. Embora mais se assemelhassem a brinquedos de reduzida capacidade, mesmo assim esses computadores primitivos permitiam-nos, à custa de programação e numa linguagem básica, idealizar e produzir programas didácticos, que, aos poucos, fomos introduzindo na sala de aula, despertando o interesse dos mais novos e dos mais abertos à inovação para as potencialidades que já se adivinhavam numa máquina então ainda bastante incipiente.

De porto em porto, nos finais da década de 1990, numa altura imediatamente a seguir à fase dos BBS[1], em que a Internet apenas era acedida por alguns já familiarizados com as novas tecnologias da informação e da comunicação, vimo-nos subitamente desviados para rumos diferentes dos que havíamos traçado. Andávamos então entusiasmados com um projecto, talvez demasiado ambicioso, de escrever, no genuíno sentido da palavra, um romance híbrido de guerra, em género epistolar, que deveria ocupar, à semelhança dos grandes romancistas europeus, uns cinco a seis volumes. Tudo estava devidamente estruturado, com a produção imaginária alicerçada em bases concretas, bases bem reais e verosimilhantes, sem nada de fantasioso. Tudo devidamente pensado e bem diferente do que alguns modernos escritores fazem, dando-se ao luxo (deveríamos antes dizer lixo!) de atafulhar a História com elevada quantidade de dislates, alguns de tal calibre que conseguem chocar os leitores mais atentos. Verdadeiros disparates que saem de penas irreflectidas, inspiradas, talvez por falta de capacidade criadora, em certas produções televisivas, em que a história se desenvolve com base em historietas inverosímeis que, não raras vezes, ultrapassam tudo o que alguma vez se possa imaginar. Mas deixemos os outros e voltemos ao nosso caso. Quando os ventos sopravam forte e favoravelmente e já íamos a meio de um quarto volume, fomos imprevisivelmente desviados para outros destinos.

Estávamos no virar do milénio. Nascia em Portugal um projecto novo: o Prof2000. Mudámos de nau e partimos para outros destinos. Era-nos pedido, no curso então frequentado, primeiro nas instalações da Portugal Telecom, em Aveiro, depois na Secundária Jaime Magalhães Lima, que demonstrássemos as nossas aprendizagens mediante a criação de uma página pessoal para colocar nos servidores do Ministério da Educação, mais precisamente, da DREC. De um dia para o outro, alijámos toda a carga da antiga barca, arrumámo-la nos porões do esquecimento, à espera de melhores dias, e apresentámos um bloco de páginas devidamente estruturadas e com conteúdo pessoal de acordo com o solicitado. Todavia, para que não o ficássemos a considerar como perda de tempo, propusemos que aquelas páginas fossem o ponto de partida para um projecto novo de navegação comunitária, onde todos pudessem embarcar, ainda que não dispusessem de grandes conhecimentos tecnológicos, mas demonstrassem uma grande vontade de partilhar os seus bens culturais. Aprovado o projecto e porque na partilha devemos ser os primeiros a dar o exemplo, começámos a reconverter para os novos formatos o espólio acumulado ao longo de vários anos. E os conteúdos referentes ao presente trabalho, embora os tivéssemos colocado em lista de espera, foram sendo relegados para segundo plano, em favor do material alheio que nos ia chegando. Correria o risco de cair no esquecimento, se densas nuvens de tempestade não tivessem surgido ameaçadoras no horizonte em meados de Dezembro de 2009.

Perante o risco de soçobrarmos e de se nos esgotar a validade da vida sem vermos cumprido o desígnio de reconversão deste trabalho, no espaço de uma semana desenhámos a estrutura das páginas e colocámos o primeiro volume na Internet. Hoje, passados cerca de dez meses, em finais de Setembro de 2010, concluímos o segundo e último volume. Está assim completamente disponibilizado em novos formatos o trabalho impresso para todos os que se interessam pelas questões da comunicação.

Nos dois exemplares da Gramática da Comunicação, para além do índice geral de conteúdos, existe um índice de gravuras e um índice analógico ou de ideias, que permitem ao leitor uma rápida localização dos conteúdos pretendidos. Nesta versão, suprime-se o índice ideológico, uma vez que se torna fácil localizar qualquer conteúdo, quer recorrendo ao índice geral e clicando sobre as respectivas hiperligações, quer utilizando o motor de busca do Prof2000[2], cujo acesso poderá ser feito a partir da primeira página do espaço «Aveiro e Cultura», clicando no ícone por debaixo da rubrica «Jornais escolares».
 

Aveiro, 25 de Setembro de 2010

Henrique J. C. de Oliveira

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[1] Bulletin Board System, ou seja, sistema anterior à World Wide Web (Internet), que nos permitia comunicar e partilhar documentos e programas informáticos à distância, utilizando as ligações telefónicas e computadores fornecedores do serviço.

[2] Infelizmente, o motor de busca do Prof2000 deixou de funcionar em meados de 2015, pelo que os leitores não terão outra solução que a de recorrer ao índice geral ou, na melhor das hipóteses, aos motores de busca tradicionais, de entre os quais destacamos o Google. (Aditamento efectuado em 21-12-2016)


 

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