Publicados os dois volumes da Gramática da
Comunicação respectivamente em 1993 e 1995, em breve estava a edição
esgotada. Deveria ter continuação num terceiro volume, no qual seriam
abordados os diferentes tipos de textos produzidos nos mais variados
domínios da actividade humana.
No IV capítulo do segundo volume (o IX desta
versão electrónica) apresentámos alguns
quadros com propostas de classificação taxonómica dos diferentes
tipos de texto e concluímos com a carta
comercial.
Motivos de diversa ordem fizeram com que o
terceiro volume ficasse apenas no projecto. Outros ventos enfunaram as velas,
fazendo-nos tomar rumos jamais previstos e conhecer outras praias da
vida activa, passando pela formação de professores e outras actividades,
até aportarmos a um universo de várias constelações, entre as quais a
dinamização de um projecto relacionado com as novas tecnologias, com que já brincávamos desde os finais da década de 1980, numa altura em
que o computador era ainda uma palavra nova e praticamente desconhecida
da maioria das pessoas. Embora mais se assemelhassem a brinquedos de
reduzida capacidade, mesmo assim esses computadores primitivos permitiam-nos, à custa de programação e
numa linguagem básica, idealizar e produzir programas didácticos, que,
aos poucos, fomos introduzindo na sala de aula, despertando o interesse
dos mais novos e dos mais abertos à inovação para as potencialidades que
já se adivinhavam numa máquina então ainda bastante incipiente.
De porto em porto, nos finais da década de
1990, numa altura imediatamente a seguir à fase dos BBS[1], em que a
Internet apenas era acedida por alguns já familiarizados com as novas
tecnologias da informação e da comunicação, vimo-nos subitamente
desviados para rumos diferentes dos que havíamos traçado. Andávamos então
entusiasmados com um projecto, talvez demasiado ambicioso, de escrever,
no genuíno sentido da palavra, um romance híbrido de guerra, em género
epistolar, que deveria ocupar, à semelhança dos grandes romancistas
europeus, uns cinco a seis volumes. Tudo estava devidamente estruturado,
com a produção imaginária alicerçada em bases concretas, bases bem reais e
verosimilhantes, sem nada de fantasioso. Tudo devidamente pensado e bem
diferente do que alguns modernos escritores fazem, dando-se ao luxo
(deveríamos antes dizer lixo!) de atafulhar a História com elevada quantidade de
dislates, alguns de tal calibre que conseguem chocar os leitores mais atentos.
Verdadeiros disparates
que saem de penas irreflectidas, inspiradas, talvez por falta de
capacidade criadora, em certas produções televisivas, em que a história
se desenvolve com base em historietas inverosímeis que, não raras vezes,
ultrapassam tudo o que
alguma vez se possa imaginar. Mas deixemos os outros e voltemos ao nosso
caso. Quando os ventos sopravam forte e
favoravelmente e já íamos a meio de um quarto volume, fomos imprevisivelmente desviados
para outros destinos.
Estávamos no virar do milénio. Nascia em
Portugal um projecto novo: o Prof2000. Mudámos de nau e partimos para
outros destinos. Era-nos pedido, no curso então frequentado, primeiro nas
instalações da Portugal Telecom, em Aveiro, depois na Secundária Jaime
Magalhães Lima, que demonstrássemos as nossas aprendizagens mediante a
criação de uma página pessoal para colocar nos servidores do Ministério
da Educação, mais precisamente, da DREC. De um dia para o outro,
alijámos toda a carga da antiga barca, arrumámo-la nos porões do
esquecimento, à espera de melhores dias, e apresentámos um bloco de
páginas devidamente estruturadas e com conteúdo pessoal de acordo com o
solicitado. Todavia, para que não o ficássemos a considerar como perda de tempo, propusemos que aquelas páginas fossem o ponto de partida
para um projecto novo de navegação comunitária, onde todos pudessem
embarcar, ainda que não dispusessem de grandes conhecimentos
tecnológicos, mas demonstrassem uma grande vontade de partilhar os seus
bens culturais. Aprovado o projecto e porque na partilha devemos
ser os primeiros a dar o exemplo, começámos a reconverter para os novos
formatos o espólio acumulado ao longo de vários anos. E os
conteúdos referentes ao presente trabalho, embora os tivéssemos colocado
em lista de espera, foram
sendo relegados para segundo plano, em favor do material
alheio que nos ia chegando. Correria o risco de cair no esquecimento, se
densas nuvens de tempestade não tivessem surgido ameaçadoras no
horizonte em meados de Dezembro de 2009.
Perante o risco de soçobrarmos e de se nos
esgotar a validade da vida sem vermos cumprido o desígnio de reconversão
deste trabalho, no espaço de uma semana desenhámos a estrutura das páginas e colocámos o primeiro volume na
Internet. Hoje, passados cerca de dez meses, em finais de Setembro de
2010, concluímos o segundo e último volume. Está assim completamente
disponibilizado em novos formatos o trabalho impresso para todos os que se interessam pelas
questões da comunicação.
Nos dois exemplares da Gramática da
Comunicação, para além do índice geral de conteúdos, existe um índice de
gravuras e um índice analógico ou de ideias, que permitem ao leitor uma
rápida localização dos conteúdos pretendidos. Nesta versão, suprime-se o
índice ideológico, uma vez que se torna
fácil localizar qualquer conteúdo, quer recorrendo ao índice geral e
clicando sobre as respectivas hiperligações, quer utilizando
o motor de busca do Prof2000[2], cujo acesso poderá ser feito a partir da
primeira página do espaço «Aveiro
e Cultura», clicando no ícone por debaixo da rubrica «Jornais
escolares».
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