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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XX –

 

1910-01-26 — Nasceu em Aveiro o Dr. José Maria da Fonseca Regala que, indo exercer a medicina para Campo Maior, aí se radicou e faleceu; rico em qualidades de carácter, tornou-se benemérito de pobres e necessitados (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis – Manuscrito, I, fl. 226; Dr. João Fernandes, em Litoral, 29-9-1962) – J.

1910-02-20 — Reiniciou a sua publicação O Correio de Aveiro, agora dirigido pelo Dr. Querubim do Vale Guimarães (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 147) – J.

1910-03-19 — Faleceu em Lisboa o insigne advogado e jurisconsulto aveirense Dr. José Maria Barbosa de Magalhães, que foi também escritor, jornalista e parlamentar distintíssimo (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, Manuscrito, I, fl. 225; Correio do Vouga e Litoral, 24-3-1956; Arquivo, XXIII, pgs. 227 e ss.) – A.

1910-06-16 — Um decreto do Governo classificou como «monumentos nacionais» não só a igreja das Carmelitas e o cruzeiro de S. Domingos mas também o edifício do extinto Mosteiro de Jesus com o túmulo da Santa Joana (Diário do Governo, n.º 136, 23-6-1910) – J.

1910-06-26 — Começou a publicar-se A Verdade, semanário académico dirigido por Manuel dos Santos Pato; terminou em 23 de Agosto de 1911, passando a intitular-se A Briosa em 15 de Novembro de 1911. Com o mesmo título, sendo proprietário Firmino Cadete, publicou-se como quinzenário de 19 de Outubro de 1913 a 8 de Março de 1914 (Arquivo, IX, pgs. 124 e 134) – J.

1910-09-10 — Começou a publicar-se O Satírico, dirigido por João Domingues de Lima Peres, semanário político, noticioso e extra-partidário, que viria a terminar no mesmo mês (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 149) – J.

1910-09-11 — Nesta data, com uma garraiada promovida pela Companhia de Salvação Pública Guilherme Gomes Fernandes, foi inaugurada uma nova praça de touros, erguida no Chão da Palmeira, em Santo António, que teve duração efémera (Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro, 1950, pg. 148) – J.

1910-09-15 — Faleceu em Campo Maior, com 71 anos de idade, o ilustre aveirense Dr. José Maria da Fonseca Regala, médico competentíssimo, extraordinário benemérito de pobres e necessitados, rico em excelsas virtudes, cuja morte foi muito sentida (Litoral, 15-9-1962) – J.

1910-10-06 — A implantação da República em Portugal foi publicamente proclamada em Aveiro; arbitrariamente tomou posse da Câmara Municipal o «Comité Revolucionário de Aveiro» formado por Alfredo de Lima e Castro, Dr. André João dos Reis, Eduardo de Pinho das Neves, Alberto Souto Ratola, José Marques de Almeida, Dr. Padre António Fernandes Duarte Silva e Arnaldo Ribeiro, que esteve em exercício até ao dia 10 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 293) – J.

1910-10-09 — À uma hora da tarde deste dia, efectuou-se o acto de posse da «Comissão Municipal Administrativa do Concelho de Aveiro», após a implantação da República, na presença de muitas pessoas, tendo ficado como presidente o Dr. André João dos Reis (Arquivo Municipal de Aveiro, Livro das Actas e Sessões, Anos de 1910-1926, fls. 1-4) – J.

1910-10-21 — Da igreja de Jesus foi levado para a vizinha igreja paroquial de Nossa Senhora da Glória o Santíssimo Sacramento, sendo lacrados o templo e o mosteiro, encerrados por ordem do Governo da República. Assim terminou definitivamente o ciclo da vida conventual e formativa para que o secular Mosteiro de Jesus havia sido fundado em 16 de Maio de 1461; apesar de algumas sombras ao longo da sua história, fora um centro irradiante de luz no meio aveirense, sobretudo pela presença e pela memória da Princesa Santa Joana (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 300) – J.

1910-10-25 — Implantada a República em Portugal e em obediência às leis postas imediatamente em vigor, saíram neste dia do Convento do S. João Evangelista as últimas moradoras, aí recolhidas desde a morte da última religiosa carmelita (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 298) – J.

1910-10-30 — A Comissão da Freguesia da Vera-Cruz, nomeada logo após o advento da República em Portugal, deliberou demolir a secular capela de S. João Baptista, no Rossio (Livro de Actas de 1909 a 1916, fls. 10-11; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 266) – A.

1910-11-03 — Começou a demolição da secular capela de S. João, sita no Rossio; esta decisão fora tomada dias antes pela Comissão Paroquial da Vera-Cruz, nomeada após a implantação da República (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fls. 226-227) – J.

1911-02-11 — Começou a publicar-se A Liberdade, semanário republicano dirigido pelo Dr. Alberto Souto; foi suspenso em 12 de Fevereiro de 1915 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 149) – J.

1911-02-15 — Começou a publicar-se a Justiça, propriedade do Centro Nacional Democrático, fundado em Aveiro, com a direcção do Padre Dr. António Fernandes Duarte e Silva; foi mandado suspender logo após o segundo número, bem como o referido Centro, pelo Governo da República (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 148) – J.

1911-03-10 — Publicou-se o primeiro número da revista Portugal Philatelico, que durou alguns meses (Arquivo, IX, pg. 300) – J.

1911-08-23 — Um decreto assinado pelos ministros Afonso Costa e José Relvas determinou o seguinte: «1.º – São cedidos à Câmara Municipal do Concelho de Aveiro os edifícios e suas dependências dos extintos conventos de Jesus e das Carmelitas nessa cidade, a fim de neles instalar repartições públicas, escolas, tribunais e quartéis de polícia; 2.º – A parte do convento de Jesus, contígua ao claustro e à igreja, a qual já foi declarada monumento nacional, será destinada à instalação de um museu regional de arte antiga e moderna, na medida do que for sendo necessário e sob a administração da Câmara Municipal». A Edilidade viu-se incapaz de levar por diante a iniciativa do museu, pelo que, em 7 de Junho de 1912, o Estado chamou a si a sua instalação e conservação (Diário do Governo, n.º 198, 25-8-1911, pg. 3608. Em Arquivo, XLI, pgs. 241 e ss., há diversas inexactidões em datas; também há inexactidões em Museu de Aveiro – Roteiro, pg. 4, da autoria de António Manuel Gonçalves) – J.

1911-09-08 — Foi autorizado abrir à exploração o lanço do caminho-de-ferro do Vale do Vouga, entre Aveiro e Sernada, juntamente com o de Sernada a Albergaria-a-Velha; já antes, em 23 de Novembro de 1908, fora inaugurado o troço de Espinho a Oliveira de Azeméis, com a presença de El-Rei D. Manuel II, e, em 1 de Abril de 1909, o de Ul a Albergaria-a-Velha. Toda a linha do Vale do Vouga, até Viseu, ficaria concluída em 5 de Fevereiro de 1914 (Monografia do Vale do Vouga, número único, Novembro de 1983, pg. 154) – J.

1911-10-01 — Começou a publicar-se O Patriota, quinzenário humorístico, noticioso e defensor dos trabalhadores, dirigido por Roque Ferreira Júnior, que terminou em 28 de Janeiro de 1912; reapareceria mais tarde, em 6 de Junho de 1918, sob a orientação de António C. Rocha (Arquivo, IX, pg. 130) – J.

1911-10-05 — Dirigido por Alberto Fonseca, publicou-se nesta data um jornal denominado Cinco de Outubro, que teve por lema: – «Justiça, Liberdade, Igualdade e Fraternidade; o número 2, de 12 de Outubro de 1911, tomou o nome de Povo Livre (Arquivo, IX, pgs. 125 e 131) – J.

1911-10-12 — Apareceu em Aveiro um semanário socialista com o título de Povo Livre, dirigido por Alberto Fonseca (Arquivo, IX, pg. 131) – J.

1911-11-15 — Sucedendo ao jornal A Verdade, iniciou a sua publicação A Briosa, folha académica que tinha como director Manuel dos Santos Pato e como redactor António Gomes da Rocha Madaíl (Arquivo, IX, pg. 124) – A.

1912-01-17 — João Maria S. de Oliveira comprou a D. Leonor Amélia da Silva Santiago Melício a quinta de Nossa Senhora do Carmo ou de Nossa Senhora da Oliveira, sita num pequeno outeiro que confina com «a levada das azenhas», no lugar do Bonsucesso, freguesia de Aradas, «que se compõe de casas térreas de habitação, abegoarias, pomar, terras lavradias e mais pertenças»; a esta quinta anda ligada a história do médico e franciscano Dr. Brás Luís de Abreu – o conhecido «Olho de Vidro» (Amaro Neves, Azulejaria Antiga em Aveiro, pg. 78) – J.

1912-02-04 — Começou a publicar-se em Aveiro A Voz do Povo, como semanário defensor dos interesses do trabalho; terminou em 10 de Março do mesmo ano. Em 4 de Novembro de 1917, reapareceria como quinzenário independente, literário e noticioso. Em 13 de Novembro de 1920, editar-se-ia como semanário independente. Foi sempre dirigido por Firmino Soares Andrade Cadete (Arquivo, IX, pg. 134) – J.

1912-04-17 — Iniciou-se o primeiro «Livro de Visitantes» do Museu de Aveiro, que, como os que se lhe seguiram, é um repositório interessantíssimo de apreciações, muitas vezes subscritas por pessoas eminentes, e constitui um justo louvor da grande obra de João Augusto Marques Gomes (Arquivo do Museu de Aveiro) – A.

1912-04-28 — Numa sala do Museu de Aveiro, ao tempo em organização, o eminente arqueólogo e crítico de arte Joaquim de Vasconcelos proferiu uma conferência notabilíssima acerca dos valores aí guardados (Correio do Vouga, 7-2-1953; Arquivo, XLI, pg. 249) – J.

1912-04-29 — Na freguesia da Glória, da cidade de Aveiro, nasceu o Engenheiro José Ferreira Pinto Basto, filho do Doutor Egas Ferreira Pinto Basto, professor catedrático da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra e capitão de Engenharia; viria a exercer elevados cargos de responsabilidade nos Correios e Telecomunicações de Portugal – CTT., nomeadamente na instalação e direcção do «Centro de Estudos e Telecomunicações», por ele fixado em Aveiro (Conservatória do Registo Civil de Aveiro, Livro dos Nascimentos de 1912) – J.

1912-06-07 — Atendendo à proposta do Conselho de Arte e Arqueologia da 2.ª Circunscrição, Coimbra, o Governo da República, por uma portaria da 2.ª Repartição da Direcção-Geral da Instrução Secundária, Superior e Especial do Ministério do Interior, criou um museu no edifício do extinto Mosteiro de Jesus e nomeou uma comissão local para o organizar e administrar que, por sua vez, escolheria para presidente o Dr. Jaime de Magalhães Lima e para secretário João Augusto Marques Gomes (Diário do Governo, n.º 135, 11-6-1912, pg. 2075; Arquivo, XLI, pgs. 241 e ss., onde aliás se erram datas) – A.

1912-06-14 — Na sede do Ateneu Comercial do Porto, o pensador aveirense Dr. Jaime de Magalhães Lima proferiu uma conferência sobre «O Vegetarismo e a Moralidade das Raças» – que foi impressa (Vd. opúsculo citado) – J.

1912-06-21 — Instalou-se a comissão organizadora e administrativa do Museu de Aveiro, nomeada pelo ministério do Interior sob proposta do Conselho de Arte e Arqueologia da 2.ª Circunscrição, Coimbra; esta comissão escolheu para presidente o Dr. Jaime de Magalhães Lima e para secretário João Augusto Marques Gomes (Cf. efeméride de 7-6-1912; Arquivo, XLI, pg. 250, onde aliás se erra a data) – A.

1912-08-11 — Começou a publicar-se A Portuguesa, que findou em igual dia do ano imediato, sendo seu director César Amadeu da Costa Cabral (Arquivo, IX, pg. 131) – J.

1912-08-21 — O Campeão das Províncias publicou o «Anúncio dos Festejos que têm de celebrar-se em honra de S. João Baptista no Real Convento de Jesus de Aveiro, em Junho de 1857» – uma extensa e curiosa poesia cujo original foi encontrado no arquivo do Mosteiro (Vd. jornal referido) – A.

1912-08-24 — Um decreto do Ministério do Fomento declarou de utilidade pública e urgente a expropriação de três parcelas de terreno para a construção do prolongamento de uma linha férrea de serviço entre a estação de Aveiro e o canal de S. Roque, cujo projecto já fora aprovado em 11 de Abril (Diário do Governo, n.º 201, 27-8-1912, pg. 3038) – J.

1912-11-18 — Faleceu em Aveiro José Ferreira da Cunha e Sousa, comendador da Ordem de Cristo e conselheiro de Sua Majestade, que nascera em Ílhavo em 5 de Abril de 1813; foi secretário-geral do governo civil de Aveiro e exerceu sucessivamente o cargo de governador civil dos Distritos de Viseu, Leiria, Coimbra e Santarém. Além de outros escritos, redigiu a «Memória de Aveiro, no século XIX», que foi publicada no «Arquivo do Distrito de Aveiro» (Arquivo, VI, pgs. 83-100, 177-202 e 259-277. Vd. ainda XLI, pgs. 272-279) – J.

1912-12-25 — O visconde Faria escreveu o prefácio para a tradução de um drama histórico do insigne aveirense General Joaquim da Costa Cascais – tradução que, com o título «Le Château de Faria», foi publicado em Lausanne, em 1913 (Vd. tradução referida impressa) – A.

1912-12-28 — Por decreto desta data, foi aprovado um «Regulamento da pesca e apanha do moliço na Ria de Aveiro» (Jaime Afreixo, Relatórios, Informações e pareceres, pg. 185) – J.

1913-01-05 — Começou a publicar-se O Arauto Escolar, semanário de e para professores, que acabou no mesmo ano, em 20 de Julho (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 152) – J.

1913-02-03 — Dirigido por João Ferreira Félix, começou a publicar-se em Aveiro O Progresso, que seguia a política evolucionista (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 152) – J.

1913-03-05 — O Campeão das Províncias publicou três artigos do Conselheiro Albano de Melo sobre os notáveis aveirenses Mendes Leite, Barbosa de Magalhães e Fernando de Vilhena (Vd. jornal referido) – A.

1913-05-01 — Na freguesia da Glória, da cidade de Aveiro, nasceu o ilustre advogado Dr. David da Silva Cristo que, em 9 de Outubro de 1954, fundou o semanário Litoral, por ele dirigido. Erudito em temas de Aveiro e da sua região, os seus escritos, discursos e palestras revelam-nos muito da nossa história, das nossas artes tradicionais e dos nossos monumentos. Viria a falecer em 15 de Janeiro de 1987 (Conservatória do Registo Civil de Aveiro, Livro dos Nascimentos de 1913) – J.

1913-05-04 — Começou a publicar-se O Trocista, semanário da responsabilidade de R. J. Couceiro da Costa (Arquivo, IX, pg. 133) – J.

1913-09-01 — Saiu o primeiro número de O Clamor, quinzenário da Corporação Telégrafo-Postal (Arquivo, IX, pg. 125) – J.

1913-09-21 — Começou a publicar-se O Grito Social, quinzenário de Aradas, dirigido por Manuel Ferreira Lavrador; terminou em 8 de Fevereiro de 1914 (Arquivo, IX, pg. 128) – J.

1913-09-22 — Na freguesia da Vera-Cruz, em Aveiro, nasceu o Dr. Francisco José Rodrigues do Vale Guimarães, filho do Dr. Querubim da Rocha do Vale Guimarães e de D. Maria Emília Marques Rodrigues, que veio a ser um cidadão dotado de rara finura de carácter, de profundo sentido humano, de vincada personalidade, de inteligência viva e perspicaz, de invulgar capacidade de trabalho e de espírito de tolerância tão ao jeito dos aveirenses; ao longo da sua vida, exerceria diversos cargos políticos e públicos (Conservatória do Registo Civil de Aveiro, Livro dos Nascimentos de 1913; Cartório Paroquial da Vera-Cruz, folhas soltas de 1913) – J.

1913-10-13 — Começou a publicar-se O Proletário, quinzenário dirigido por António Rocha, defensor dos interesses das classes trabalhadoras; antes, em 1907-1908, já se publicara sob a direcção de Manuel Soares de Almeida Cadete (Arquivo, IX, pg. 132) – J.

1913-10-19 — Sob a direcção de Firmino Cadete, começou a publicar-se um semanário académico com a mesma denominação de um outro que se editou nos anos de 1910 e 1911 – A Verdade; terminou em 8 de Marco de 1914 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 151; Arquivo, IX, pg. 134) – J.

1913-11-02 — Começou a publicar-se Na Brecha, cujo lema era «Pela Verdade, Pela Nação, Pela Justiça» (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 152) – J.

1913-11-05 — Como sucessor de O Patriota, saiu o primeiro número de A Concórdia, semanário republicano evolucionista, dirigido por M. Ferreira Lavrador (Vd. 1.º numero) – J.

1913-11-06 — Tomou posse do lugar de secretário-geral do Governo Civil o ilustre aveirense Dr. Joaquim de Melo Freitas, que muito honrou, por diversos modos, a sua terra natal (Arquivo, II, pg. 77) – A.

1914-02-05 — Completou-se a abertura à exploração do caminho-de-ferro do Vale do Vouga, com a inauguração do último troço, das Termas de S. Pedro do Sul a Moçâmedes (Arquivo, XXXVI, pg. 50) – J.

1914-03-01 — Na Costa do Valado, da freguesia da Oliveirinha do Vouga, publicou-se o primeiro número do quinzenário O Aldeão, dirigido por José de Almeida Santos Costa; o segundo e último número tem a data de 15 de Março de 1914 (Arquivo, IX, pg. 122) – J.

1914-03-09 — Faleceu em Anadia, onde casara com D. Maria Emília Seabra, o Conselheiro José Luciano de Castro Pereira Corte-Real, natural da Oliveirinha do Vouga, que, formado em Direito, foi chefe do Partido Progressista, deputado da Nação, conselheiro de Estado, ministro da Justiça e presidente do Conselho de Ministros (Arquivo, XXXIV, pgs. 30-31) – J.

1914-05-11 — Chegou a Lisboa neste dia, vindo de Luanda, o insigne aveirense e bispo de Angola e Conga D. João Evangelista de Lima Vidal, depois de, em 25 de Abril passado, ter nomeado o seu vigário-geral, Mons. Manuel Alves da Cunha, como governador do Bispado (João Gonçalves Gaspar, Lima Vidal no seu Tempo, I, pgs. 567-568) – J.

1914-06-30 — Pelo decreto n.º 615, foi criado nesta data o Curso Elementar de Comércio na «Escola de Desenho Industrial» que, por tal motivo, passou então a designar-se por «Escola Industrial e Comercial de Fernando Caldeira» (Arquivo, XXXI, pg. 70) – J.

1914-10-13 — Começou a publicar-se a Escola Moderna, quinzenário que advogava o livre-pensamento e o socialismo radical, dirigido por António Rocha (Arquivo, IX, pg. 127) – J.

1914-11-10 — Faleceu em Lisboa, onde se sujeitara a uma operação cirúrgica, o insigne aveirense Gustavo Ferreira Pinto Basto, homem de notável iniciativa e acção e dotado de vontade enérgica, revelada sobretudo no exercício das funções de presidente da Câmara Municipal. Os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério central de Aveiro (Cartório Paroquial da Glória, Livro de Óbitos de 1914, fl. 14v; Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 339, errou ligeiramente na data) – J.

1914-11-12 — Dirigido por Francisco do Nascimento Correia, começou a publicar-se O Riso do Vouga, semanário independente, ilustrado, literário e noticioso; pretendia combater «os corvos negros que com suas asas pretendem empanar a luz da instrução» (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 154; Arquivo, IX, pg. 152) – J.

1915-01-10 — O bispo de Angola e Congo e emérito aveirense, D. João Evangelista de Lima Vidal, dirigiu ao ministro das Colónias uma vigorosa e franca exposição sobre as missões católicas e a sua actividade em terras ultramarinas, que anda impressa (A Diocese de Angola e Congo – Exposição do Senhor Ministro das Colónias, 1915) – J.

1915-02-01 — Teve vida efémera a publicação que nesta data começou, denominada Luz e Vida, da iniciativa dos alunos da Escola do Magistério Primário (Arquivo, IX, pg. 129) – J.

1915-03-17 — Saiu neste dia o primeiro número da revista bissemanal política A Ideia Nacional, de que era director Homem Cristo, Filho; acabou em 15 de Maio seguinte, por causa da revolução do dia anterior. NeIa escreveram Ramalho Ortigão, Aires de Ornelas, Homem Cristo-Pai, Luís de Magalhães, José de Azevedo Castelo-Branco, João do Amaral, Conde de Sabugosa, António Emílio de Almeida Azevedo, Rocha Martins e Alberto Pinheiro Torres, entre outros (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 155) – J.

1915-08-05 — Começou a publicar-se o periódico Ecos de Cacia, fundado e dirigido por J. J. Nunes da Silva; no ano de 1930, em segunda série, seria relançado e dirigido por José Marques Damião e, posteriormente, por seu filho, Manuel Damião (Arquivo do referido jornal, em Cacia) – J.

1915-08-13 — O bispo de Angola e Congo, D. João Evangelista de Lima Vidal, preclaro aveirense, proferiu «duas palavras» no acto da distribuição do pão de Santo António, na igreja de Santo António, em Aveiro, às quais deu o título «Dai aos Pobres por amor de Deus» e que foram impressas em opúsculo (Vd. opúsculo referido) – J.

1915-10-07 — O bispo-conde de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva, nomeou o ínclito aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal como visitador das freguesias dos arciprestados de Aveiro e de Oliveira do Bairro (Boletim da Diocese de Coimbra, Outubro de 1915, pg. 276) – J.

1915-10-23 — O aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal apresentou o seu pedido de renúncia de bispo de Angola e Congo (João Gonçalves Gaspar, Lima Vidal no seu Tempo, I, pgs. 623-624) – J.

1915-12-09 — O egrégio aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal, convidado pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Mendes Belo, para seu vigário geral, foi preconizado arcebispo titular de Mitilene, no consistório deste dia (Acta Apostolicae Sedis; Roma, 1915, pg. 518) – A.

1915-12-11 — Sob proposta do ministro da Instrução Pública, João Augusto Marques Comes foi nomeado primeiro director do Museu de Aveiro o qual já havia trabalhado na sua instalação e ordenação (Arquivo, XLI, pgs. 255-254) – J.

1916-01-16 — Realizou-se no Museu de Aveiro uma notável «Sessão d’Arte», durante a qual proferiu uma conferência o Prof. Doutor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz – a qual foi impressa (Campeão das Províncias, 22-1-1916) – A.

1916-03-06 — Sob a direcção do Dr. Alberto Ruela, saiu o primeiro número do jornal A Razão, que se denominou como órgão do Partido Republicano Português em Aveiro (Vd. primeiro número, Em Arquivo, IX, pg. 132, há um erro nesta data) – J.

1916-03-12 — Reiniciou a sua publicação, pela terceira vez, o semanário aveirense Districto de Aveiro, como defensor do Partido Evolucionista, dirigido pelo Dr. Luís Mesquita de Carvalho; este número trouxe um belo, judicioso e oportuno artigo em que se tomava a defesa dos interesses dos proprietários das marinhas e negociantes de sal da ria de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 155) – J.

1916-07-02 — Na praça de touros, montada em madeira no Rossio, no mês de Abril anterior, realizou-se uma garraiada, cujo produto reverteu em favor da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa, de Aveiro (Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro, 1950, pg. 142; Aveiro Antigo, publicação da Câmara Municipal, pg. 68) – J.

1916-11-08 — Saiu o primeiro número de O Académico, semanário ilustrado, literário e noticioso, dirigido por A. D. Costa (Vd. n.º 1; Em Arquivo, IX, pg. 122, diz-se erradamente que o 1º número saiu em 1-11-1916) – A.

1916-11-18 — Pelas 20 horas e 20 minutos produziu-se o encalhe do navio «Desertas» ao norte da Vagueira e a meia milha ao sul dos palheiros e armações da pesca da Costa Nova de Aveiro, iniciando-se a partir deste momento uma odisseia de recuperação e salvamento do navio, que durou até 20 de Março de 1920, data em que o navio saiu da barra de Aveiro (16:40) para voltar a navegar. – HJCO

1917-02-27 — Pelo decreto n.º 3.003, desta data, foi aprovado o «Regulamento da pesca e da apanha do moliço na Ria de Aveiro» (Diário do Governo, I Série, n.º 30, 27-2-1917, pgs. 120-124) – A.

1917-03-16 — Por alvará do Governo Civil de Aveiro foram aprovados os primeiros estatutos da «Associação de Assistência e Educação», da freguesia de Eixo, que, em 1961, passou a denominar-se simplesmente «Associação de Assistência de Eixo» e que, a partir de 1976, mantém em actividade um «Jardim-de-infância» (Governo Civil de Aveiro, Livro de registo de associações de 1917, fl. 148, n.º 693) – J.

1917-09-02 — No tauródromo do Rossio, construído em Abril de 1916, realizou-se uma garraiada sensacional (Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro, 1950, pg. 148) – J.

1917-09-08 — Transferida para a Fonte Nova e completamente modernizada, a fábrica de louça, que fora fundada no bairro dos Santos Mártires em 1905, fez sair a primeira fornada nas suas novas instalações (Litoral, 15-101955) – J.

1917-10-19 — O ilustre aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal, então arcebispo de Mitilene e governador do Patriarcado de Lisboa, ordenou que se procedesse a um inquérito sobre os acontecimentos extraordinários de Fátima, iniciando assim o processo canónico das aparições da Virgem Maria às três crianças (João Gonçalves Gaspar, Lima Vidal no seu Tempo, II, pg. 80) – A.

1918-01-08 — Foram iniciadas as obras em São Jacinto para a instalação da base naval, inicialmente guarnecida por pessoal especializado francês e por pessoal auxiliar da Armada Portuguesa (Aveiro e o seu Distrito, nº. 31, pg. 88) – J.

1918-01-17 — Tomou posse do lugar de presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal o ilustre aveirense Dr. Lourenço Simões Peixinho, que serviu o Município durante mais de vinte e quatro anos consecutivos, realizando uma obra notabilíssima (Câmara Municipal de Aveiro, Livro das Actas das Sessões, anos de 1910-1926, fls. 121v-122) – A.

1918-04-01 — Chegou a Aveiro o primeiro destacamento francês para a base naval de São Jacinto; alguns dias depois, vieram oito hidroaviões D.D. e dois hidroaviões G.L., «hângares» de campanha, ferramentas e materiais (Aveiro e o seu Distrito, n.º 31, 1983, pg. 88) – J.

1918-04-20 — Nasceu em Monsanto da Beira, do concelho de Idanha-a­Nova, D. Manuel de Almeida Trindade, que viria a ser bispo de Aveiro e, por diversas vezes, eleito como presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (Conservatória do Registo Civil de Idanha-a-Nova, Livro dos Nascimentos de Monsanto, fl. 183v) – J.

1918-05-30 — A Câmara Municipal de Aveiro, em reunião desta data, aprovou por unanimidade as diligências efectuadas pelo presidente da Edilidade, Dr. Lourenço Simões Peixinho, em ordem à conclusão do delicado problema das expropriações amigáveis dos terrenos necessários para a abertura da avenida do Cojo à estação do caminho-de-ferro, «louvando-o pela sua energia e acerto na resolução do mesmo assunto, que muito interessa à cidade e às populações que a visitam (Câmara Municipal de Aveiro, Livro das Actas das Sessões, Anos de 1910-1926. fls. 131-131v) – J.

1918-06-03 — Iniciaram-se os trabalhos da abertura da avenida que, partindo da estação do caminho-de-ferro, viria a terminar na ponte-praça, porque não fora avante o projecto inicial que a levava até ao Rossio (O Povo de Aveiro, 9-6-1918; o Diário de Aveiro, 9-6-1986, errou esta data) – J.

1918-06-06 — Reiniciou a sua publicação em Aveiro O Patriota, semanário republicano evolucionista, cujo redactor principal era agora António C. Rocha (Vd. este número do referido jornal) – J.

1918-07-22 — Faleceu o ilustre aveirense José Reinaldo Rangel de Quadros Oudinot, jornalista, escritor e professor, que se distinguiu pelo seu carácter e pela sua dedicação à terra natal, cuja história divulgou em inúmeras páginas de jornais e livros (Inscrição funerária no Cemitério Central, em Aveiro) – J.

1918-11-09 — Iniciou a sua publicação A Concórdia, semanário republicano evolucionista, dirigido por M. Ferreira Lavrador (Arquivo, IX, pg. 130) – J.

1918-12-08 — O Centro Naval de S. Jacinto, com os seus aparelhos e equipamento, foi entregue à Aviação Marítima Portuguesa (Joaquim Nunes Duarte, Hidro-Aviões no Céu de Aveiro, pg. 13) – J.

1919-02-21 — Durante a revolução da «Monarquia do Norte», num feito deveras audacioso, a torre dos Clérigos, no Porto, foi exteriormente escalada por António Gonçalves Dias de Azevedo, natural de Massarelos (Porto), mas que, ainda novo, viria a radicar-se em Aveiro (Diário de Aveiro, 24-2-1986; informação prestada pelo próprio) – J.

1919-03-15 — O Governo da República, pelo decreto n.º 5.262, desta data, conferiu à cidade de Aveiro o grau de oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, «pela tenaz resistência da sua população e heróica defesa das instituições republicanas», por ocasião do levantamento monárquico em Fevereiro passado; as insígnias foram-lhe entregues em 19 de Outubro seguinte (Diário do Governo, I Série, n.º 55, 18-3-1919) – J.

1919-03-15 — Faleceu em Aveiro o Padre Manuel Ferreira Pinto de Sousa, que foi arcipreste de Aveiro, pároco da freguesia da Vera-Cruz e regente da Banda Amizade (Cartório Paroquial da Vera-Cruz, Livro dos Óbitos de 1919, fl. 5v, assento. Nº. 15) – J.

1919-05-01 — Começou a publicar-se A Terra, propriedade da União dos Sindicatos Operários de Aveiro, sendo redactor principal Augusto Cadete (Arquivo, IX, pg. 133) – J.

1919-10-19 — Nos Paços do Concelho, foram entregues à cidade de Aveiro as insígnias do grau de oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito que o Governo da República lhe havia conferido em 15 de Março passado (O de Aveiro, 26-10-1919; Litoral, 18-10-1985) – J.

1919-11-28 — Foi assinada a escritura da constituição de uma sociedade, formada por Dr. André dos Reis, Licínio Pinto, Francisco Pereira, João A. Paula Dias, José de Barros, Manuel Tomás Vieira Júnior, Pompeu Alvarenga e João da Cruz Bento, que deu origem à «Empresa de Louças e Azulejos» – E.L.A. – que se fixou junto do canal do Cojo, em Aveiro, cuja primeira fornada foi em 7 de Agosto de 1920; abriu falência em 1931 (Amaro Neves, Azulejaria Antiga em Aveiro, pg. 167; peças de louça da 1.ª fornada) – J.

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