1500-05-27 — Por carta feita em Lisboa, El-Rei D. Manuel I
instituiu a favor de D. Jorge, filho bastardo de D. João II, duque de
Coimbra, a Casa e o Senhorio de Aveiro, no intuito de por sua morte ser,
nos seus descendentes, trocado em duque de Aveiro o título de duque de
Coimbra. Logo se estabeleceu a forma da sucessão, que constituiu um caso
especial na história do direito familiar português (António Caetano de
Sousa, Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo VI,
pg. 3; Arquivo, VIII, pg. 242, XI, pg. 52, e XXXV, pgs. 82-83) – A.
1500-05-27 — Foi passada a D. Jorge, senhor de Aveiro, carta
de doação de Montemor-o-Velho, Penela, Reguengo de Camporês, com suas
rendas e direitos (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 71,
fls. 309-311) – A.
1500-08-25 — Por uma sentença da jurisdição eclesiástica de
Coimbra, conclui-se que a Confraria de Santa Maria de Sá fora instituída
pelos pescadores de Aveiro havia já cerca de trezentos anos (Tombo da
Confraria de Santa Maria de Sá, fls. 63-64) – J.
1501-03-20 — Foi passada a D. Jorge, filho bastardo de El-Rei
D. João II e duque de Coimbra, carta de doação de Montemor-o-Velho,
renda do pão e coisas do campo da vila de Penela e seu termo, vila de
Aveiro com suas lezírias e «ilhas de dentro da foz» (Torre do Tombo,
Estremadura, livro I, fl. 252v) – A.
1501-04-29 — Brás Ferreira, procurador dos moradores de
Aveiro e Vagos, alcançou sentença contra D. Branca, para não levar
portagem, nas passagens, às pessoas que por ali iam, sem direito (Torre
do Tombo, Gavetas, 15-16-28) – A.
1501-09-17 — El-Rei D. Manuel I fez mercê ao Mosteiro de
Jesus de poder haver e herdar bens de raiz ou outros quaisquer, assim de
pessoas seculares como das religiosas do dito Mosteiro, com encargos e
obrigações ou sem eles, que rendam ate 50.000 reis cada ano, e para
poderem comprar fazenda da mesma quantia (Arquivo da Universidade de
Coimbra, Convento de Jesus de Aveiro, Tomo 79, fls. 7r-8r, e
Pergaminhos, Gaveta 5, n.º 238; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O
Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pgs. 511-512) – J.
1502-10-17 — Em carta de confirmação de um aforamento, feito
em 26 de Setembro de 1498, figura Diogo Homem, contador dos
almoxarifados de Coimbra e de Aveiro (Câmara Municipal de Coimbra,
Indice Chronologico, 1.ª parte, 2.ª edição, fascículo único, pg. 57) –
A.
1502-10-31 — Foi passada carta de esmola de cinco moios de
trigo e 10.000 réis de tença ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da
Misericórdia, da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro 12,
fl. 32v) – A.
1502-10-31 — Confirmando outra de D. Afonso V, foi passada
carta de esmola de 6.000 reis ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da
Misericórdia, da vila de Aveiro, para nele se cantar uma capela pelos
que estão na cidade de Ceuta (Torre do Tombo, Estremadura, livro 12,
fls. 53-53v) – A.
1502-10-31 — Foi passada carta de esmola anual de uma arroba
de açúcar ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da
vila de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro 12, fl. 53v) – A.
1502-10-31 — Nesta data, «derradeiro dia de Outubro», El-Rei
D. Manuel I fez mercê do donativo de «dez arrobas de açúcar» ao Mosteiro
de Jesus, de Aveiro, com vencimento em 1 de Janeiro e a partir de 1503,
a pagar anualmente «do quinto que havemos em a nossa ilha da Madeira, da
parte do Funchal» (Torre do Tombo, Corpo Cronológico, 2-2-1940.
Confirmação em 6-11-1527. Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III,
livro 72, fl. 109v, em Crónica, pgs. 283-286, há um erro no dia do mês)
– J.
1502-11-01 — Foi dada carta de privilégio ao concelho da vila
de Aveiro para que não fosse obrigado a dar casa para a cadeia (Torre do
Tombo, Estremadura, livro 12, fl. 50v) – A.
1502-11-06 — Foi passada carta de privilégio ao Mosteiro de
Jesus, de Aveiro, para um hortelão, um carpinteiro e um almocreve, que
serviam no dito Mosteiro, serem escusos de certos cargos (Torre do
Tombo, Estremadura, livro 12, fl. 33) – A.
1503-03-24 — El-Rei D. Manuel I doou ao fidalgo Gonçalo de
Tavares uma torre das antigas muralhas de Aveiro, junto da qual foi
edificado a sumptuoso palácio dos Tavares, que em 1774 seria destinado a
Paço Episcopal (D. Fernando de Tavares e Távora em Arquivo, IV, pg. 277)
– A.
1503-05-01 — O insigne aveirense Mestre Aires Barbosa,
nomeado professor proprietário da cadeira de Retórica da Universidade de
Salamanca, fez o seu juramento «de bene legendo» (Arquivo, XIV, pg. 48)
– A.
1503-11-25 — El-Rei D. Manuel I mandou passar carta de
privilégio aos pescadores de Aveiro, em que lhes concedeu «todas as
liberdades de que têm e que gozam os pescadores de quaisquer lugares dos
nossos Reinos, a que temos dado nossos privilégios», como não serem
obrigados, «contra suas vontades», a darem roupas, nem galinhas, palhas,
louças, gados, alfaias de casa, barcas, caravelas, batéis, bestas,
«salvo sendo para meu serviço e por meu especial mandado»; nem serão
tutores nem curadores de nenhumas pessoas, «salvo sendo tutores lídimos
e dentro da dita vila» (Santarém 25-11-1503; Torre do Tombo, Chancelaria
de D. Manuel I, livro 22, fl. 72v. Confirmação de D. João III, e m
25-6-1345; Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 35, fl. 94.
Cartório Paroquial da Vera-Cruz, Tombo da Confraria de Santa Maria de
Sá, fl. 86v; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs.
85-87) – J.
1506-03-01 — O Papa Júlio II concedeu indulgências, em
determinadas condições, aos irmãos da Confraria de Nossa Senhora da
Graça, da freguesia de S. Miguel, da vila de Aveiro (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 91; Arquivo, XXVI, pgs.
106-108) – A.
1506-07-01 — Nos Paços do Concelho de Esgueira, foi passado
um termo de restituição à vila de Aveiro da posse em que estava de não
ter alcaide-mor, que pretendiam impor-lhe, contra vontade do concelho.
Há no documento referências a Vilar e à Forca (Livro dos Registos, fls.
96-97; Colectânea, II, pgs. 180-182) – J.
1506-07-02 — El-Rei D. Manuel I enviou cartas aos juízes de
Esgueira, encarregando-os de intervir no conflito suscitado entre os
moradores de Aveiro e o ouvidor, Bacharel Diogo Fernandes, que empossara
Pero Moreira no cargo de alcaide-mor contra a posse em que Aveiro estava
de não haver tal cargo no quadro administrativo local (Livro dos
Registos, fls. 95-96; Colectânea, II, pgs. 177-180) – J.
1506-10-14 — Um alvará de El-Rei D. Manuel I ordenou o
pagamento da dízima do pescado da Terra Nova; este imposto chegou a
render em Aveiro, a importância de 4.000$900 réis (Padre João Vieira
Resende, Monografia da Gafanha, pg. 273) – J.
1508-01-16 — O Cardeal Rafael Sansão Riário fez expedir as
letras apostólicas em que declarou pagas as antigas anatas da igreja
paroquial de São João de Loure, cujo padroado pertencia ao Mosteiro de
Jesus, de Aveiro (Arquivo da Universidade de Coimbra, Convento de Jesus
de Aveiro, Pergaminhos, Gav. 5, n.º 143; Domingos Maurício Gomes dos
Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pgs. 575-576) – J.
1508-10-03 — D. Sancho de Noronha, na qualidade de senhor de
Aveiro, como donatário do Coroa, deu de emprazamento aos enfiteutas
Henrique de Almeida, fidalgo da Casa Real, e sua mulher Inês Fernandes,
por trinta reais brancos, o chamado «Prazo da Lamarosa» (Principaes
peças do processo de acção ordinária intentada por Manuel Gonçalves Neto
e outros contra Manuel Francisco do Casal e outros, Porto 1903 –
publicação interessantíssima, com a transcrição de muitos documentos
importantes para a história de Aveiro) – A.
1509-03-09 — O insigne aveirense Mestre Aires Barbosa
concorreu, tendo sido aprovado, à cadeira de prima de Gramática na
Universidade de Salamanca, vaga pela transferência de António de Nebrija
para a Universidade de Alcalá (Arquivo, XIV, pg. 48) – A.
1509-03-22 — Uma bula do Papa Júlio II aprovou e confirmou o
escambo feito entre o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e o Mosteiro de
Grijó, donde resultou Grijó receber, além do mais, a igreja paroquial de
S. Pedro Fins de Aradas e os casais que Santa Cruz possuía em Ílhavo,
Verdemilho, Alqueidão e Sá (Arquivo da Universidade de Coimbra, Bulário
em pergaminho do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, fl. 39) – J. |