1520-10-23 — Por um alvará deste dia, foram dados alguns
moios de trigo ao Mosteiro de Jesus, da vila de Aveiro (Torre do Tombo,
Corpo Cronológico, 1-26-80) – A.
1521-01-22 — A pedido das respectivas religiosas, D. Jorge,
«duque de Coimbra, senhor de Montemor e Torres Novas, de Aveiro e das
Beatrias», por alvará datado de Montemor-o-Velho e lavrado por Francisco
Coelho, passou para o Mosteiro de Jesus o direito que tinha «de
apresentar na igreja de Santa Eulália de Vale Maior» (Torre do Tombo,
Convento de Jesus de Aveiro, Documentos avulsos, B. 77-7, Maço 71, nº.
89; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro,
II, pg. 577) – J.
1521-05-31 — Foi concedido um privilégio aos calafates de
Aveiro, pelo qual eram escusos dos encarregos do concelho (Torre do
Tombo, Estremadura, livro 12, fl. 48v) – A.
1522-09-22 — Por carta passada em Tomar, El-Rei D. João III
pôs termo a uma questão, largamente debatida, sobre a alcaidaria-mor de
Aveiro. O Senhor D. Jorge havia nomeado alcaide-mor da vila de Aveiro
Álvaro de Sousa, comendador de Santo Isidoro de Eixo, da Ordem de
Cristo, do Conselho de D. João III e vedor da Casa da Rainha D.
Catarina. Os aveirenses impediram-no de tomar posse, utilizando para
isso o privilégio, concedido pelo Infante D. Pedro e confirmado por D.
João II, de nenhum fidalgo ou pessoa poderosa se poder demorar na vila
de Aveiro mais de três dias sem o beneplácito dos seus moradores. Álvaro
de Sousa cedeu da mercê que lhe havia feito o Senhor D. Jorge e os
aveirenses cederam do seu privilégio – sendo então passada a carta de
composição (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, ano de 1522, fl.
22; D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real,
Livro XIV, tomo XII, cap. 21, 1.ª parte) – A.
1522-11-27 — Em carta de confirmação de um aforamento de 22
de Outubro de 1522, figura o nome de Diogo Homem, contador dos
almoxarifados de Coimbra e de Aveiro (Câmara Municipal de Coimbra Indice
Chronologico, 1.ª parte do inventário, 2.ª ed., fasc. único, pg. 65) –
A.
1524-01-20 — Segundo a tradição, El-Rei D. João III, por
ocasião da peste deste ano, ofereceu a Aveiro uma relíquia do mártir S.
Sebastião, que se guardava num primoroso cofre, colocado no altar da
igreja matriz de S. Miguel que lhe era dedicado. A relíquia era
conduzida processionalmente pelas ruas da vila no dia 20 de Janeiro de
cada ano, durante as imponentes festividades realizadas a expensas do
Senado Aveirense (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos,
I, fls. 34-35) – A.
1524-03-17 — João Nunes Cardoso, cavaleiro da Ordem de
Cristo, e sua mulher D. Isabel da Costa Corte-Real deram o terreno de
uma horta para nele se construir o Convento Franciscano de Santo
António. João Nunes Cardoso, pessoa abastada, proprietário de
embarcações que iam à pesca do bacalhau à Terra Nova e com grande trato
de comércio era conhecido por «o rico de Aveiro»; foi fidalgo da Casa
Real e senhor de Gafanhão (Castro Daire), Freiriz (Vila Verde) e
Penegate (Guimarães), bem como de uma grande quinta em São João da
Madeira (Rangel de Quadros, Apontamentos Históricos, V, fl. 2, e Voz de
Santo António, Maio de 1901; Arquivo, XI, pg. 198) – A.
1524-05-11 — O Senhor D. Jorge, senhor de Aveiro, aforou a
ilha do Trovisco – mais tarde denominada do «posso» – na ria e termo de
Aveiro, que confrontava pelo norte com a Cale do Espinheiro e pelo sul
com a Cale de Lobeira, a Simão Henriques ou Simão Henriques de Quadros,
natural desta vila e fidalgo da Casa Real (Arquivo, XXXV, pgs. 81-83) –
J.
1524-07-06 — Ao fidalgo Francisco de Tavares foi passada
carta de doação do lugar de Mira e da dízima nova do pescado de Aveiro e
Esgueira (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 15, fl. 19v)
– A.
1524-08-16 — Simão Rodrigues – ou Simão Henriques de Quadros
– natural da vila de Aveiro e fidalgo da Casa Real, tomou posse da ilha
do Trovisco, na ria e termo de Aveiro, que aforara ao Senhor D. Jorge
(Arquivo, XXXV, pg. 84) – J.
1524-11-12 — Foi passada ao fidalgo Simão de Tavares carta de
doação de uma torre dos muros da vila de Aveiro, para nela fazer casas
(Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 45, fl. 136, e livro
72, fls. 69-69v) – A.
1525-10-30 — Foi passada carta de confirmação dos privilégios
concedidos por D. Dinis à vila de Aveiro e seus homens bons (Torre do
Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 12, fls. 75v-76) – A.
1525-11-07 — Foi passada carta de confirmação de uma tença de
30.000 reis concedida ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro (Torre do Tombo,
Corpo Cronológico, 1-32-117; Chancelaria de D. João III, livro 72, fls.
109v -110) – A.
1525-11-19 — Faleceu no Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a muito
virtuosa Madre D. Maria de Ataíde, filha da fundadora D. Beatriz Leitão,
que durante mais de quarenta e dois anos governou o convento, como
prioresa, por forma a conquistar as maiores simpatias e a merecer os
mais rasgados louvores (Crónica, pg. 245) – A.
1526-01-20 — Uma sentença do juiz ordinário da vila de Aveiro
escusou os marnotos e pescadores, em atenção aos privilégios de que
gozavam, de acompanharem os presos (Tombo da Confraria de Santa Maria de
Sá, fl. 77; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs.
90-92) – A.
1527-11-06 — El-Rei D. João III houve por bem confirmar
diversas mercês feitas ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro, por D. Manuel I
(Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 30, fl. 188v; Rangel
de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 258, indica a
data de 6-11-1527) – J.
1527-11-27 — El-Rei D. João III confirmou os privilégios
concedidos por D. João II ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 238) – J.
1528-01-08 — Faleceu em Évora, com mais de setenta anos de
idade, o virtuosíssimo dominicano aveirense Frei Pedro, que de grumete
se tornou frade leigo e foi porteiro dos conventos de Aveiro e de Évora,
merecendo, pelas suas invulgares qualidades, ser biografado pelo grande
humanista Mestre André de Resende (André de Resende, A santa vida e
religiosa conversação de Frei Pedro, porteiro do mosteiro de S. Domingos
de Évora, 1570; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 27) – A.
1528-06-21 — No Convento Dominicano de Nossa Senhora da
Misericórdia professou o insigne aveirense D. Frei Jorge de Santa Luzia,
primeiro bispo de Malaca, na Índia, ilustre por saber, espírito
profético e santidade, que se notabilizou em trabalhos apostólicos e na
defesa da Pátria. Posto que Frei Luís de Sousa diga que professou «por
Julho do ano de 1528», Rangel de Quadros assegura que constava do «Livro
das Profissões», fl. 12, verso, ter professado em 21 de Junho daquele
ano (Frei Luís de Sousa, História de S. Domingos, II Parte, Livro III,
Cap. XI; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I. fl. 11) – A.
1528-09-09 — El-Rei D. João III, por uma carta de António
Godinho, mandou que o ouvidor António Dias, por si ou pelo corregedor da
Comarca, indagasse a verdade sobre os objectos e os valores que o
cunhado do insigne aveirense D. Frei Duarte Nunes, bispo titular de
Laoidiceia e primeiro prelado português da Índia, falecido neste ano em
Aveiro, havia sonegado e que os mandasse entregar ao Convento Dominicano
de Nossa Senhora da Misericórdia (Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, fls. 34-35) – J.
1528-09-25 — Nesta data e em Lisboa, El-Rei D. João III
confirmou a mercê feita à vila de Esgueira por D. Manuel I em alvará de
14 de Julho de 1497 (Biblioteca Municipal do Porto, Códice n.º 498;
Arquivo, I, pg. 317) – A.
1529-06-24 — Entraram para o Convento Dominicano de S. João
Baptista, em Setúbal, sete religiosas idas do Mosteiro de Jesus, de
Aveiro, que foram as primeiras daquele cenóbio (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fls. 258-259) – J. |