Maria Helena Azevedo
(7.º ano)
Mãe, querida Mãe,
Beijar-me-á alguém como tu me beijas?
Amar-me-á alguém como tu me amas?
Educar-me-ia alguém como tu me educas?
Criar-me-ia alguém como tu me crias?
Oh, não! eu sei.
Não chorariam por mim como tu choras,
Não me perdoariam como tu perdoas,
Abandonar-me-iam e tu não me abandonas.
Não lutariam mais como tu lutas.
Quanto sofres por mim!
Também eu queria sofrer por ti como tu sofres,
Viver para alguém como tu vives,
Defender alguém como tu defendes,
Correr. para os perigos como tu corres.
Mas não tenho forças,
Não sei enfrentar os perigos e correr,
Só sei de ti e de todos receber.
Mas, se um dia o for preciso fazer,
Por ti, Mãe, me deixarei morrer. |
Penin Pisol
Fugiste...
Não saíste do meu peito,
mas fugiste...
–
Sim, meu amor,
senti a tua falta.
–
Tu não sentiste?
Partiste...
Eu fiquei triste, meu bem,
mas esquecer-te não posso
– porque esquecer não sabe ninguém.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Meu doce amor, que fugiu,
nem adeus disse, ao partir.
Agora sou como
as rosas
– até a chorar sei sorrir. |