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farol n.º 15 - mil novecentos e sessenta e quatro ♦ sessenta e
cinco,
pág. 12. |
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Intervalo Poético |
Dor
Silente |
Agostinho Vidal de
Pinho
Rasga-se-me o peito.
Estala o coração.
Minha alma sedenta
Procura a Verdade,
O Silêncio,
A Paz.
Mas o seu grito interior,
Estrangulado, louco,
Brutal,
Não encontra eco...
Não há Verdade!
Não há Silêncio! Não há Paz!
E os lábios não gritam, de cansados.
E os dedos apontam o chão:
Só lama,
Só areia,
Só pântano,
Só sombras... |
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Sonho, só... |
Fernando Maciel Estima
Era noite escura,
Altas horas!...
Eu não sabia
Que coisa estranha
Atormentava meu pensamento.
Ao amanhecer
do novo dia,
Uma voz doce e meiga dizia:
«Levanta-te meu filho,
Já é dia!»
«Quem é?» – disse eu.
Minhas mãos tremem...
Quem vejo?
Uma voz doce, sã, respondeu:
«Meu filho, fala o teu Deus»,
Não sabia o que estava a ver.
Meus olhos, fitos nas alturas,
Em vão procuraram,
Fugidio Corpo, oculto Ser. |
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