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A Primavera chegava, fogosa, e
Os corpos amoleciam, dolentes
À sombra das árvores que gritavam
Verde e desencadeavam astenia
Nos corpos e almas ardentes,
Enquanto as febris hormonas
Transpunham todos os muros
Que cercavam a liberdade.
Nessa quase clandestinidade,
E à mercê de instintivos actos,
A Malta, esquiva, lá ia forjando,
Sem manual nem sebenta,
A coberto de néscias artimanhas,
Certas virtudes fingidas,
Que sendo o fruto maduro
Daquele social mimetismo,
Vinha fomentar a revolta
Que incendiava quimeras. |