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O Canto Norte, 1ª ed., Pombal, Quilate, 2008, 52 págs.

CANTO VENENO

Não raro, moças diligentes
Discretas, mas insinuantes,
Faziam lânguidas tangentes
A este canto, como desafio
Não se sabendo a quem,
Embora, talvez porquê:
Aquilatar, sondar, ou validar
O virtual certificado de fidelidade,
De intenções, jura ou promessa,
Autenticado pelo rigoroso cruzamento
Dos relampejantes olhares.

E o canto, acolhia depois
As confidências e rumores,
Sobre enganos e traições,
Amalgamadas no cadinho das emoções.

E nós, sós, no destempero
Turbulento das ideias,
No colapso do desespero,
Lá íamos desfiando ilusões.

 

 
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