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O Canto Norte, 1ª ed., Pombal, Quilate, 2008, 52 págs.

CANTO SERENO

A algazarra, neste sereno canto,
Uivante onda a soerguer-se
De hora a hora, pontual e breve
Neste embravecido mar,
Dava vida própria a este jardim,
Que virava deserto, sem a Malta.

Este canto norte, ponto de observação,
Poleiro mais de fracassos
Do que de vitoriosas conquistas,
Aqui, humilhados e revoltados,
Avessos à lei iníqua e à ordem perversa,
Protagonistas de Fados desalinhados,
Se iam destilando em surdina,
Platónicas e siderais paixões, e
Sem Oriente e de olhos vendados,
Largavam para incertos destinos
Carregados de precoces ilusões.

 

 
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