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Várzea, hora da sesta
E a Malta, arrebatada
Pela crispada onda da Primavera
A subir quente como um afago
E majestosa como furtivo beijo,
Explodia d'alacridade e receios,
Erguendo muros de promessas
Para cumprir sem prazo certo, e
Lá vinhas tu, ligeirinha,
Passinho certo ou a descompasso
Olhos em horizontes imaginados,
A projectares a tua dúvida
P'la inquietude dos sonhos,
Entre bacocas atoardas da Malta
E o vermelhão das rosas.
Era assim
A simplicidade das coisas
O acta ritual, o gesto,
A musa discreta, algures
Nas fragrâncias do jardim. |