Hélder Bandarra, O Percurso do
Artista, Aveiro, Novembro 2010, 180 páginas. |
Entre bustos,
medalhas e outros trabalhos, saliento a execução da estátua de Santa
Joana que a autarquia de Aveiro me encomendou, ainda no tempo do
vereador da cultura Jaime Borges. Com a sua compreensão e entusiasmo,
com ele iniciei o projecto de fazer a estátua em bronze, que está situada
em frente ao museu de Aveiro. Executei vários estudos e maquetas em
tempo útil, que teve início em Janeiro de 2002. A construção em barro foi
montada nos ateliers da Casa Museu Teixeira Lopes em Vila Nova de Gaia.
A sua execução foi antecipada pelos prazos apertados da entrega na
Fundição Guedes & Araújo, em Vila Nova de Gaia. A inauguração foi
no dia 12 de Maio de 2002 em Aveiro, com a presença do
Presidente da Câmara de Aveiro, Dr. Alberto Souto, e a de D. Duarte Nuno
e sua esposa, D. Isabel Herédia, Duques de Bragança. Esta cerimónia foi
celebrada pelo Bispo de Aveiro, D. António Marcelino.
O Artista com D. Duarte Nuno
e sua esposa, D. Isabel Herédia – 2002
A Obra do
Hélder
Abomino que me percam
ou misturem papéis onde tenha gizado quaisquer esboços de desenho ou
simples apontamento de texto a escrever. Mas isto aconteceu-me com
aquele primeiro imaginado sobre a obra, agora em seu sítio, do artista
Hélder Bandarra.
Claro que os
merecidos encómios (são sempre os primeiros) saíram tão claros quão
convincentes.
Por isso temo que
esta segunda via seja pobre em clareza e mesmo débil na factura. Mas não
tenho a mínima dúvida de que estamos perante uma obra digna, a todos os
títulos, da nossa franca admiração.
Numa cidade como a
nossa, paupérrima em estatuária, esta obra foi e é um grito contra
caducos ensaios do “dejá vu” tocado nos mais variados tons e escalas,
passando pelo «poseur», visto e revisto, em nossos jardins públicos.
O artista recriou-se
na sua libertação e fê-lo com toda a justiça e sinceridade. Esta
escultura enriquece Aveiro e dignifica a cidade. O resto não passa de
ruminação inconsciente, de quem é ou nasce impado de flatulência. A obra
é sólida na sua factura e, a despeito disso, só espera o milagre que a
faça levantar voo, direita a infinitos impensados.
Vasco Branco
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