Bartolomeu Conde

Filho de Álvaro e de Laurinda, Bartolomeu Conde nasceu em Coimbra, a 4 de Maio de 1920.

Toda a infância foi passada em Sarrazola, na freguesia de Cacia, onde iniciou  a aprendizagem da vida e efectuou os primeiros estudos até à 4ª classe.

Em Aveiro tirou o 1º ciclo dos liceus, o correspondente ao actual 5ª e 6º ano de escolaridade.

Os restantes estudos, que o tornaram aquela pessoa de convívio agradável e rica de conhecimentos e histórias, fê-los na escola da vida, aquela escola que é de todos e tão pomposamente designada pelos nossos pedagogos de «escola paralela».

Os cursos de formação foram vários e sucessivos. Na pujança da vida, inicia-os como marçano numa mercearia, situada algures em terra de alfacinhas. Muda de escola e vai trabalhar para Torres Novas, como cerieiro, o que equivale a dizer que adquire os necessários conhecimentos para o fabrico de velas de cera. E como a época é de crise, um período de guerra mundial, procura estudar novas técnicas para melhoria e aumento da produção.

Interrompe a actividade iluminante para, durante três anos e meio, ir cumprir como expedicionário o serviço militar  na ilha de S. Miguel, nos Açores, onde aumenta a bagagem de conhecimentos e de histórias pitorescas, com cachopas e abalos telúricos, com que, de vez em quando, nos brinda em convívios agradáveis na tertúlia João Sarabando.

Concluído o curso durante a prestação do serviço militar, que lhe valeu um louvor pelo bom serviço prestado, conhece novas profissões.

Em Chelas, trabalha como servente numa fábrica militar de pólvora.

Para progressão na carreira e melhoria do nível de vida, ingressa por concurso na Caixa de Previdência da Panificação, para, pouco depois, a fim de mudar de escalão, passar aos Serviços Mecanográficos do Ministério das Corporações, onde se mantém até à deslocação para Moncorvo. Neste novo local, assume o cargo de chefe de escritório das minas de ferro.

É em Moncorvo que toma uma iniciativa de índole cultural que não é bem vista pelas entidades da época. Decide abrir gratuitamente, por conta própria e risco, uma escola para alfabetização dos mineiros. Foi uma iniciativa que lhe trouxe uma série de problemas.

Em 1954, entra numa nova fase de formação. Ingressa na C. P. C., o centro fabril de Cacia, a fábrica de pasta de papel, actualmente conhecida por Portucel. É chefe de secção da Celulose até à data da reforma, em 1983.

É,  simultaneamente, um dos animadores dos Movimentos Artísticos e Culturais dos Trabalhadores desta empresa, desempenhando também um papel dinamizador na direcção de "O Nosso Jornal" de 1974 a 1983.

Foi durante algum tempo o chefe de redacção de "O Aveiro".

Actor amador no C. E. T. A., foi agraciado pelo S. N. I. com um diploma de louvor.

Bartolomeu Conde constitui, para os nossos alunos, um excelente exemplo do que é possível conseguir quando há vontade de aprender. Um autodidacta nato, desde novo procurou aumentar a bagagem de conhecimentos, sem necessidade de passar pelos diversos bancos das escolas. Aprendeu também ensinando, dando explicações gratuitas aos filhos dos trabalhadores da fábrica de celulose e levando a exame da 4ª classe muitos dos seus colegas.

Como homem interessado pela região que o viu nascer, publicou os seguintes trabalhos:


             - Cacia e o Baixo Vouga - 3 volumes

             - Sarrazola. Apontamentos etimológicos

             - A vila de Cacia

             - O Rio Novo do Príncipe

             - Escritos

             - Memorial Histórico de Cacia

 

Para um maior conhecimento da figura homenageada, consulte-se a lista de colaboradores no endereço

ww3.aeje.pt/avcultur/hjco/HJCO/index.htm

Henrique J. C. de Oliveira

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