Alexandre Giusti (ou Justi, como ele assinava).
Nasceu em Roma em 1715
e estudou pintura com Sebastião Conca e escultura com João Baptista
Mayne. Tendo trabalhado na esplendorosa obra da capela de S. João
Baptista, da igreja de S. Roque de Lisboa, foi contratado para vir a
Portugal tratar da erecção da mesma. Depois modelou as estátuas de João
V, da livraria das Necessidades, e de S. Filipe de Nery, S. Pedro e S.
Francisco de Sales, da capela do dito palácio. Quando D. José I resolveu
substituir os painéis das capelas da basílica mafrense, deterioradas
pela humidade, por quadros de mármore, encarregou-o o monarca de tal
obra com o ordenado de 60.000 reis mensais e uma gratificação no fim de
cada relevo. Giusti partiu para Mafra em 1753 com sua família e os seus
ajudantes desbastadores Francisco Alves Canada e Pedro António Luquez.
Daí a 20 anos, em 1773, manifestou-se-lhe a cegueira, que,
gradualmente, o inutilizou antes de acabar o relevo da Coroação da
Virgem.
Joaquim José de Barros Laborão. Foi discípulo de João Grossi e o
sucessor de Giusti na direcção da escola de escultura. Executou também
algumas estátuas alegóricas do vestíbulo do palácio d' Ajuda.
Joaquim Machado Castro.
O 1.º grande escultor português, nascido em
Coimbra, em 1731. Com o pai, escultor e organista,
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desde novo se exercitou a modelar. Em 1746 fugiu para Lisboa,
por causa dos maus tratos da madrasta, onde trabalhou na loja do
escultor Nicolau Pinto e depois na escola de José Almeida, pensionista
do rei em Roma e o 1.º escultor do séc. XVIII que esculpiu
em pedra. Nesta escola se notabilizou com obras próprias, entre
as quais a imagem de S. Pedro de Alcântara, feita para a porta
deste convento. Entrou em Mafra em 1756 como ajudante de
Giusti, onde se demorou até 1770 e onde trabalhou em alguns
retábulos das capelas. Mafra foi para ele um centro de educação
artística da maior importância. Pombal convidou-o para o concurso
da estátua do rei e então regressou a Lisboa.(3)
António Pecoraro
– Cunhado e discípulo de Justi. Trabalhou nove anos em Mafra, depois do que, seduzido pela vida
musical, foi para Nápoles.
Roberto Luiz da Silva, de Lisboa.
Salvador Franco, de Mafra. Ao fim de nove anos de trabalhar como escultor, entregou-se
à engenharia.
Lourenço Lopes,
de Mafra. Era afilhado de Ludovici e trabalhou durante dezasseis anos.
José Joaquim Leitão, de Mafra.
José da Silva Pevides, de Mafra, onde trabalhou dezanove
anos. Era especialista em roupagens.
Alexandre Gomes,
do termo de Mafra.
José Patrício
– Era filho de Pedro Luquez e nasceu em
Mafra. Em 1803 ingressou na Ordem dos Cónegos Regrantes.
João José Elveni
– De origem alemã, mas nascido em Lisboa.
João José de Aguiar, de Belas. Estudou em Roma com
Angelini e Labruzzi. Ocupou o lugar de escultor da fundição.
Francisco Leal Garcia,
de Santarém.
Manuel Dias. Foi discípulo de Manuel Andrade e executou
em madeira as imagens dos nove andores da procissão da Ordem de S.
Francisco.
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Silvério Martins, de Linda-a-Pastora.
Joaquim António Macedo, de Lisboa. Trabalhou cerca de
doze anos.
José de Almeida, Estudou em Roma. Fez também a estátua
de S. Paulo do palácio das Necessidades.
Braz Toscano de Melo, de Alvito. Modelava com perfeição,
foi o 3.º director da escola de Mafra, como sucessor de Laborão.
ESCULTORES (ESCOLA ITALIANA)
Jacob Barata – Joannes Barata – Ticiatti – António Montante
– Simão Martinez – Joannes Philipus Tanzi – B. Vacca – Faggini – Pincellotti
– Victorius Barbierus – Giuseppe Piemontini – Agostinho Corsini Bologniese
– Petrus Brucci Romano – Carlo Monaldi Romano – J. B.
Mayne – Giuseppe Piemontini – J. Fortuni – Bernardinus Ludovicus Romano, etc.
Autores das estátuas do vestíbulo e da igreja.
PINTORES
1) Artistas que trabalharam na basílica:
Trevisani
– Notável artista italiano.
Inácio de Oliveira Bernardes. Nasceu em 1695 e morreu em
1781, estudou em Roma, sendo discípulo de Lutti e Mathei. Era filho de
António de Oliveira Bernardes. O seu desenho, embora
correcto, padece de frouxidão. Pintou o quadro do altar da sacristia (S.
Francisco recebendo as chagas), os quadros dos oratórios do palácio e o
quadro da portaria-mor conventual (A Virgem, o Menino e Stº António).
Pedro Bianchi. Autor do quadro da mesma portaria:
Cristo, a Virgem, S. Domingos e S. Francisco.
Pedro António Quillard. Veio a Portugal, no tempo de João V, induzido por um médico suíço para o auxiliar na reprodução, pelo desenho, das peças ilustrativas de uma Historia Natural
de Portugal, que projectava escrever. O rei vendo um quadro seu ficou
tão
satisfeito que o nomeou seu pintor e desenhador da Academia de História,
com o ordenado mensal de 60.000. Pintou
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os painéis da Capela do Campo Santo (A Ceia) e da Capela do Palácio
(Lava-pés). Há na sua maneira vislumbres de Watteau.
Angelo Massucci. Executou os quadros da Capela do Palácio:
Sacra Família e N.ª S.ª e os Mártires.
Giaquinto Corrado. Autor do painel da Coroação da Virgem.
Sebastião Conca. Foi o realizador do quadro da Sala dos Actos (A Virgem
da Conceição), obra mui estudada, de excelente transparência de colorido
e de estilo delicado.
Francisco Solimena. Pintou o quadro A Crucifixão, de
primorosa execução, hoje na galeria da Ajuda.
Vieira Lusitano. Autor do painel Sacra Família, destinado
à Capela dos 7 altares, e que foi rejeitado, por intrigas dos émulos.
2) Artistas que trabalharam no Palácio:
Vieira Portuense.
Pintou o quadro Duarte Pacheco defendendo o passo de Cambalão.
Archangelo Foschini. Nasceu em Lisboa e estudou na aula do Rocha. Em
1788 foi para Roma, onde foi discípulo de Labruzzi. Voltou a Portugal em
1792. Pintou o quadro Vasco da Gama desembarcando em Calecut.
Bartolomeu António Calixto. Estudou na aula do Rocha e foi discípulo de
Labruzzi, regressando ao país em 1797. Pintou o quadro D. João de Castro
triunfante de Jusar-Khan.
José da Cunha Taborda
–
Foi também discípulo do Rocha e de Labruzzi. Realizou o quadro António da Silveira obrigando
a levantar o Cerco de Diu.
Domingos Sequeira. Pintou o quadro Os Almeidas derrotando Cutialle em
Panane, assim como os frescos da Sala de Audiência, a melhor obra de
pintura do palácio.
Cyrilo Volkmar Machado. Estudou em Roma. No seu regresso, em 1796, foi
encarregado de dirigir as pinturas das salas do palácio (os frescos),
com a pensão mensal de 60.000 reis.
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Pintou o quadro Afonso de Albuquerque edificando a fortaleza de Cochim(4).
Manuel da Costa, de Abrantes. Foi discípulo de Simão Nunes
e pintou algumas figuras alegóricas (frescos). Em 1811 foi para o
Rio de Janeiro.
Bernardo A. Oliveira Góis, de Mafra. Foi ajudante de
Volkmar e executou algumas figuras alegóricas e alguns frescos
dos tectos das salas.
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