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Helena Maria Ferreira Pinto Ramos, A Comunicação Interna. Estudo de Caso no C.E.T., 1997.

A Necessidade de Gestão da Comunicação Interna


Segundo Annie Bartoli, existe na maioria das organizações uma certa confusão entre os conceitos de “plano de comunicação” e “sistema de informação”. Segundo a autora, as organizações implementam sistemas de informação acreditando que, desta forma, têm uma boa comunicação interna e acrescenta que os sistemas de informação das organizações sofrem de algumas patologias categorizadas em três espécies: problemas de volume, problemas de qualidade e problemas de transmissão.

Quanto ao volume da informação, podemos ter sistemas que produzam uma superabundância de mensagens, o que origina uma incapacidade de exploração e provoca falhas de informação a certos níveis. Por outro lado, podemos ter sistemas que produzam poucas informações ou as divulguem a poucas pessoas.

Quanto à transmissão inadequada de informação, podemos ter uma velocidade de transmissão muito lenta ou muito rápida, ter uma difusão exclusivamente descendente da informação ou ter problemas de descodificação da mensagem que conduz à falta de compreensão por certos receptores.

Quanto à qualidade insuficiente de informação, verifica-se uma certa imprecisão das mensagens, as quais não são pertinentes relativamente às necessidades, problemas de acesso às mensagens e uma certa inadequação entre a utilidade da informação e o momento da difusão.[1]

Estas patologias que a autora refere, revelam falhas na organização da comunicação. Para controlar estas falhas, é necessária uma comunicação organizada, o que implica uma análise das necessidades da organização, a definição de objectivos dentro de um plano global de comunicação e um conjunto de acções coerentes.

Annie Bertoli declara que, ao inverso, as organizações habitualmente adoptam uma comunicação tecnicista que se reduz à implementação de mecanismos e de suportes de comunicação, mas que, apesar da importância e da necessidade tanto das técnicas como dos suportes de comunicação, não podemos esquecer que, por si só, são insuficientes para resolver os complexos problemas da comunicação.



[1] BARTOLI, Annie, Op. cit., p.69.

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