A
ausência de informação gera erros e cria falsas interpretações
que podem repercutir-se na empresa de forma devastadora.
Witinghausen
concluiu, após inúmeras experiências, que grande parte dos
conflitos internos são devidos à ausência de informação e
à falta de conhecimentos sobre a empresa.
«[…]
a
informação objectiva multiplica o expoente da compreensão,
aumenta o grau da persuasão, reforça e aprofunda as relações
humanas, introduz um estilo humano na condução dos homens,
facilita a aprendizagem e aumenta a rentabilidade e eficiência
[…]a informação não é uma finalidade secundária anexa à
condução dos homens…faz parte da própria essência da condução[…]»
Vejamos
o que Lionel Brault e Phillip Clampitt dizem sobre o problema
referido.
Lionel
Brault diz que um problema de comunicação nem sempre
corresponde a um défice da mesma e que algumas empresas
confrontadas com problemas de informação, tentam resolvê-los,
criando novos suportes de comunicação, o que pode não ser o
ideal «[…]
demasiada
informação aniquila a comunicação[…]».
Phillip
Clampitt vai mais longe, ao dizer que o aumento da quantidade de
veículos de comunicação não é proporcionalmente equivalente
a um aumento do grau de informação das pessoas.
A proliferação das tecnologias da comunicação no local de
trabalho cria a ilusão de uma disseminação efectiva da
comunicação, no entanto, é completamente errado fazer esta
relação porque «[…]os
canais não comunicam, as pessoas sim[…]».
De
acordo com Lionel Brault apresentamos alguns problemas de
comunicação que podem surgir em qualquer organização:
a)
- distanciamento
entre departamentos;
b)
- quadros
que não exercem a sua função de comunicação interna;
c)
- disparidade
entre pessoas motivadas e eficazes e outras que levantam
-
discussões constantemente;
d)
- pedidos
justificados de autonomia;
e)
- pedidos
injustificados de aumentos gerais;
Michael
Bland e Peter Jackson citam os mesmos problemas
acrescentando ainda outras variáveis de uma comunicação
deficiente:
f)
- falta de
compreensão dos objectivos da empresa;
g)
- incapacidade
de realização de tarefas individuais com a máxima qualidade
possível;
h)
- falta de
percepção das exigências do consumidor e dos desafios da
concorrência;
i)
- relações
deficientes com os superiores imediatos;
j)
- críticas
e mal entendidos entre departamentos;
k)
- incapacidade
de dar informações francas aos subordinados;
l)
- avaliação
insuficiente da necessidade de qualidade e perfeição;
m)
- preferência
pelo recurso rápido à acção empresarial em detrimento de um
diálogo
esclarecedor com vista a soluções harmoniosas;
n)
- queda
geral da moral.
Ainda
segundo estes autores, «[…]
diferentes grupos de empregados precisam de informações
diferentes, apresentadas de diferentes forma […]».
Os autores alargam o âmbito da questão ao referirem que as
necessidades de informação variam relativamente ao grau, à
profundidade e ao tipo de informação requerida, de acordo com
a localização, a responsabilidade e a função do indivíduo,
o que obriga a utilizar técnicas específicas de comunicação.
É preciso, de acordo com Mickael Bland e Peter Jackson,
estabelecer uma distinção, principalmente, entre os gestores e
os empregados, porque apesar de partilharem objectivos comuns,
relativamente às suas necessidades, estas variam
significativamente quanto ao grau e à profundidade da informação
requerida. Por exemplo, a maioria dos gestores precisa de
informação pormenorizada sobre os objectivos financeiros,
enquanto os operacionais talvez precisem de informações muito
pormenorizadas sobre salários e regalias. É essencialmente aos
níveis de supervisão e de gestão que há estrangulamento da
comunicação,
devendo-se concentrar esforços para melhorar a comunicação a
este nível.
O
sucesso na transmissão das informações depende da
natureza e qualidade da informação recebida que, por sua vez,
depende da natureza e da qualidade de relacionamento entre as
pessoas envolvidas no processo.
Parece
estar bem cristalina nestes três autores, a ideia de que os
problemas de comunicação se devem, por um lado, à ausência
de informação,,
mas que existem ainda outros factores que provocam problemas de
comunicação, como são as diferentes necessidades de informação
dos grupos a natureza e a qualidade da informação e a natureza
e a qualidade de relacionamento entre as pessoas envolvidas.
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