| As
                pessoas, quando estão envolvidas no seu trabalho, tornam-se
                mais comunicativas, o que só acontece quando a comunicação de
                cima para baixo e de baixo para cima funciona bem. Neste
                sentido, a comunicação deve ter um tratamento especial a cada
                nível. ‘Quem e onde’ e ‘todos em todo o lado’ é, a
                todos os níveis hierárquicos e entre todas as pessoas, o
                primeiro passo para uma comunicação eficaz.
 Michael
                Bland e Peter Jackson dizem que, para a comunicação ter um
                tratamento adequado, é necessário que, para além do
                profissional de Relações Públicas, existam pessoas responsáveis
                pela comunicação a diferentes níveis que façam passar a
                comunicação em todos os sentidos. Estas pessoas podem ser os
                directores dos departamentos ou os supervisores entre outras
                pessoas que desempenhem a função de incentivar e disciplinar o
                processo de comunicação.
                
                 Segundo
                os autores, na maioria das empresas não existe uma comunicação
                eficaz, porque ela se faz só no sentido descendente através de
                relatórios, do jornal de empresa ou do boletim informativo, que
                fazem passar as informações, mas no entanto, não permitem uma
                comunicação efectiva. O retorno da comunicações deve ser
                assim uma preocupação constante para que os emissores possam
                avaliar as mensagens recebidas pelos empregados, assim como os métodos
                utilizados. Esta actuação contribui para a credibilidade das
                informações que partem da direcção e evita que as mensagens
                adquiram carácter propagandista.
                
                 Na
                opinião de Fernandes Evaristo,
                numa organização «[…]
                os
                homens são o factor mais importante da sua rentabilidade e
                eficiência[…]»
                pelo que a comunicação, informação e a participação do
                indivíduo devem ser estruturadas de forma a que os membros se
                sintam colaboradores e não simples executantes. Uma vez que a
                dinâmica de uma organização resulta da adesão dos seus
                elementos aos objectivos que ela persegue, logo a sua
                rendibilidade e eficiência dependem das atitudes ou
                comportamentos das pessoas relativamente à estrutura, aos
                objectivos e aos sentimentos de pertença relativamente à
                organização.
                
                 De
                acordo com as últimas pesquisas efectuadas pelo guru Ed Lawen
                sobre o comportamento organizacional, verificou-se que o
                envolvimento dos empregados é muito relevante nos níveis hierárquicos
                inferiores, mas que, no entanto, a incidência desta prática
                nas organizações é desproporcionalmente baixa relativamente
                ao estímulo que recebem. Este especialista advoga que o
                envolvimento dos empregados implica a organização de comissões
                de união e de gestão, equipas de trabalho auto-geridas, a
                distribuição de lucros, a formação e a comunicação de
                informação sobre a empresa e a sua actividade.
                
                 Actualmente,
                é essencial para a organização adoptar processos de
                envolvimento dos empregados e ter uma estratégia de comunicação
                bem planeada, forte e eficaz, com base em recursos adequados. A
                estratégia de comunicação de uma organização tem de
                resultar do total empenhamento da direcção nos objectivos e
                exigências de comunicação e, especialmente, do envolvimento
                dos gestores de nível médio.
                
                 A
                Direcção ao comunicar e mostrar o seu interesse e empenhamento
                faz com que os empregados se sintam mais envolvidos, desempenhem
                melhor as suas funções e causem menos problemas, o que reverte
                em lucro e êxito para a empresa. 
                
                 6.1
                - A Comunicação Interna Pessoal
                
                «[…]
                não
                basta à empresa disponibilizar um bom conjunto de regalias
                sociais aos trabalhadores se não souber promovê-los
                internamente».
                
                 A
                empresa deve desenvolver mecanismos de comunicação interna
                eficazes para manter os trabalhadores bem informados sobre o que
                diz respeito a todos no geral e, sobretudo, a cada um em
                particular
                
                 Presentemente,
                as empresas de excelência assumem que o papel que desempenham
                junto dos seus trabalhadores é decisivo, mantendo-os
                regularmente informados sobre tudo o que caracteriza a relação
                laboral e profissional.
                
                 Existem
                sistemas de comunicação interna eficazes que utilizam o jornal
                da empresa ou o correio electrónico para informar as pessoas
                sobre a envolvente da empresa e sobre outros acontecimentos de
                interesse geral. Mas, relativamente à comunicação interna
                pessoal, pouco ou nada se fez ainda. Embora estejamos na era da
                comunicação da alta tecnologia, não há aparelhos que
                substituam completamente uma palavra directamente proferida a
                alguém.
                
                 Phillip
                Clampitt
                aborda esta questão sob o ponto de vista dos meios de comunicação,
                acrescentando que a utilização dos meios de telecomunicações
                avançados provoca um contacto face-a-face mais reduzido, do
                qual depende a boa vontade, a adopção de métodos de trabalho
                em grupo e a complementariedade de objectivos. Segundo o autor,
                torna-se então muito difícil para as partes envolvidas
                conseguirem coordenar esforços sem que estes pré-requisitos sócio-psicológicos
                estejam presentes.
                
                 O
                trabalhador é cada vez mais sensível a tudo que o distingue
                dos outros, porque o esforço individual é cada vez mais
                reconhecido, para além do desempenho colectivo.
                
                 A
                comunicação interna pessoal deve revelar com clareza o que
                interessa ao trabalhador, isto é, as preocupações que a
                empresa tem com o seu bem estar e o da sua família, atribuídas
                em função das suas próprias características. A organização
                deve, por isso, estar atenta às características pessoais e
                familiares dos colaboradores, aos seus ensejos e aspirações o
                que implica, naturalmente, uma maior proximidade no contacto
                formal e informal facilitando assim a comunicação
                interpessoal.
                
                 A
                existência de falhas na comunicação pessoal interna entre a
                empresa e o trabalhador levou ao surgimento de novos serviços
                que pretendem ajudar a empresa a comunicar directamente com os
                seus trabalhadores no sentido de as motivar. As mudanças que se
                vislumbram no mundo empresarial, de que é exemplo a concorrência
                entre as empresas e ao seu redor, indicam que é necessário dar
                uma maior atenção ao estado geral da motivação e do moral
                dos colaboradores das organizações, sendo necessária uma
                forte estratégia de comunicação para se conseguir obter mudanças
                positivas.
                
                 
                  
                  
 
                    
                   
                    
                   
                    
                   
                    
                   
                    
                   
                    
                    Anónimo, “O Extracto de Recebimentos e Regalias
                    Sociais e uma Gestão de Recursos Humanos”, in
                    Pessoal-APG Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos
                    dos Recursos Humanos, n.º 72, Out./Dez, 1995, p.14
                    
                     
                    
                   
                    
                    A título de exemplo, referimos o “Extracto de
                    Recebimentos e Regalias Sociais” (ERRS), um serviço com
                    tarefas que extravasam as funções de recursos humanos.
                    Produz documentos personalizados, dirigidos especificamente
                    a cada trabalhador, que servem como manual de apoio para
                    esclarecimento sobre o funcionamento dos benefícios,
                    podendo ser também ser utilizado para difundir a cultura da
                    empresa. in APG-Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos
                    dos Recursos Humanos, n.º 72, Out./Dez, 1995, p.15
                    
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