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Helena Maria Ferreira Pinto Ramos, A Comunicação Interna. Estudo de Caso no C.E.T., 1997.

A Importância da Comunicação Interna


Para a realização do trabalho e a consecução dos objectivos organizacionais são necessários dois elementos básicos: a partilha de informação, de ideias e de problemas entre o grupo, um acompanhamento constante e a transmissão do feedback sobre as tarefas e desempenho do grupo. Como nos diz Michael Bland e Peter Jackson, uma comunicação interna bem planeada é essencial a qualquer empresa que deve estar atenta ao estado geral da moral e motivação dos trabalhadores.[1] Para isso deve estabelecer um programa estruturado  de comunicação interna baseada numa forte estratégia de comunicação. Esta percepção surge do reconhecimento que os trabalhadores contribuem para o aumento da margem de lucro da empresa e que a sua participação nas actividades da empresa tem contrapartida no investimento.[2]

Uma boa comunicação exerce um efeito positivo sobre o ambiente interno e, consequentemente, sobre a imagem global da empresa. Para a construção de uma imagem coerente, a comunicação interna deve ter a prioridade, ou seja, as mensagens que a organização quer difundir, devem ser dirigidas em primeiro lugar ao público interno.

Segundo Claudia Canilli,

 «[…] desde o momento que o comportamento de uma instituição é consequência do comportamento de cada indivíduo; desde o momento que o comportamento de uma instituição define a sua imagem, o comportamento de cada indivíduo deveria ser coerente com a imagem que se pretende dar.»[3]

Esta definição significa que a função de Relações Públicas devia envolver todo o conjunto da empresa.

Os empregados representam um público muito importante para a administração de qualquer empresa, porque constituem uma parte substancial de outros tipos de públicos, os quais concorrem para determinar a aceitação pública da organização e dos seus produtos ou serviços. O empregado participa simultaneamente de uma pluralidade de públicos - pode ser público proprietário, público consumidor, público eleitor ou público comunitário. Assim, ter boas relações com os empregados é assegurar a compreensão e o respeito das pessoas ligadas à instituição, o que se consegue mediante a explicação da sua política e intenções e, principalmente, sobre a sua actuação no interesse dos seus membros. É também proporcionar às pessoas a oportunidade de exprimir as suas opiniões à administração.

Segundo Lendrevie, as empresas devem investir em acções de Relações Públicas, comunicação e envolvimento, explicitamente com os públicos internos, para um desenvolvimento harmonioso do projecto de empresa, atendendo a que:

a)     os públicos internos são veículo de divulgação externa da imagem da empresa, podendo assumir essa função pela negativa se não forem envolvidos;

b)     a coerência entre a comunicação interna e externa é necessária a uma comunicação eficaz;

c)      a organização tem que saber motivar e envolver em primeiro lugar o público interno, para o conseguir eficientemente ao nível externo.[4]



[1] Bland, Michael, Jackson, Peter, Op. cit., pág.17.

[2] Idem, ibidem, p.32. 

[3] Canilli, Claudia, Op. cit., p.44.

[4] Lendrevie, Jacques et al, Op. cit., p.357.

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