A
imagem corporativa é a representação mental que um indivíduo
faz de uma organização. É aquilo que se pensa que ela é.
Tajada define-a como o conjunto de representações afectivas e
racionais que um indivíduo ou um grupo associa a uma empresa ou
marca. A representação é para este autor «[…]o
resultado nato das experiências, crenças, atitudes,
sentimentos e informações do grupo de indivíduos associados
à empresa em questão».
O
autor evidencia o facto da imagem não ser estática. Ela tem
uma estrutura dinâmica que depende das mudanças empresariais
estratégicas e das mudanças sociais do ambiente onde se
insere.
«
Uma imagem constitui um conjunto de significados segundo os
quais um objecto é conhecido e através dos quais as pessoas o
descrevem, recordam e se relacionam. É o resultado da interacção
das crenças, ideias, sentimentos e impressões de uma pessoa
sobre um objecto.»
A
imagem é, então, a percepção exterior de uma identidade.
De
acordo com Tajada, os elementos componentes da imagem são a força,
o conteúdo
e a notoriedade. A força é a rapidez e a espontaneidade com
que uma empresa se associa a um estímulo, o conteúdo são os
atributos ou as características que se associam à organização
e a notoriedade refere-se ao grau de conhecimento que as pessoas
têm da organização.
Riel
consubstancia a importância da imagem quando refere:
«[…]
uma imagem corporativa positiva é um incentivo à venda de
produtos e serviços. Contribui para recrutar os melhores
empregados, é importante no meio financeiro e junto dos
investidores e gera o sentimento de confiança entre os públicos-alvo,
internos e externos. Uma imagem positiva dá autoridade à
organização e é a base do seu sucesso e da sua continuidade.
Já não se limita ao campo de atenção do marketing, passando
a ser um instrumento estratégico da gestão de topo.»
Para
Tajada a imagem corporativa de uma empresa é a síntese de
todas as acções de comunicação da organização para os seus
públicos, aos vários níveis da Publicidade e das Relações Públicas.
O autor classifica as técnicas de projecção da identidade
corporativa em:
1)
Publicidade
Corporativa
- é a técnica de transmissão da identidade por excelência e
tem a finalidade de se repercutir directamente na imagem
corporativa que os públicos têm da empresa;
2)
Relações
Públicas
- é a técnica cujo objecto é criar a compreensão e a aceitação
da organização e manter uma imagem positiva. Na vertente das
Relações Públicas, destacam-se a Publicidade, o Patrocínio,
o Mecenato e o Lobby.
a)
Publicidade
- dentro da técnica de Relações Públicas, é a actividade
que procura obter espaço editorial gratuito nos meios de
comunicação, e que produz impactos de alta retenção na memória
dos receptores, devido ao seu carácter de credibilidade.
b)
Patrocínio
- consiste em suportar, total ou parcialmente, os custos de um
programa ou actividade. É um complemento da Publicidade
corporativa em que se podem economizar custos, mas onde são visíveis
os elementos identificadores da empresa.
c)
Mecenato
- é uma forma de Patrocínio associado às actividades
relacionadas com as ciências, as artes e as letras.
d)
Lobby
- é uma prática regulamentada de influência sobre os públicos
decisores. É uma técnica fortemente influente na imagem
corporativa.
Na
opinião de Tajada, as Relações Públicas atendem aos aspectos
gerais dos atributos de identificação e tipificação da
empresa, assim como à organização da mesma. A principal
tarefa das Relações Públicas é, assim, uma actividade de
comunicação corporativa.
3.1
- A Formação da Imagem Corporativa
A
imagem forma-se através de um grupo de determinadas impressões
que as pessoas experimentam quando confrontadas, directa ou
indirectamente, com um objecto e que são simplificadas em
conceitos de
bom-mau, agradável-desagradável, sobre a realidade.
Forma--se, pois, através de todas as comunicações ou
mensagens que recebemos de uma organização.
Quanto
maior for a quantidade de sinais que uma organização emitir
para os seus receptores e quanto maior for o envolvimento
destes, com maior facilidade surgirá uma imagem mais clara da
instituição.
Vejamos
o que Tajada, Carrascosa e Bernstein dizem sobre a imagem.
Segundo
Tajada, «[…]
a
imagem não é a identidade da empresa mas deve-se configurar a
partir dela
»
Para Carrascosa, a imagem é o resultado da interacção de
todas as experiências, crenças, ideias, conhecimentos,
sentimentos e impressões que os públicos internos e externos
percebem a respeito de uma organização. A imagem é o
resultado das suas percepções sobre a personalidade da
empresa.
Para Bernstein,
«[…]
a imagem é uma representação mental que afecta as atitudes
e o comportamento. Nenhuma organização pode ignorar a imagem
porque a impressão que ela cria, consciente ou inconsciente,
voluntária ou não, afecta inevitavelmente as pessoas com que
se relaciona.»
Segundo
Alvesson, a imagem refere-se a uma impressão viva, retida por
um grupo em particular sobre uma organização, que resulta em
parte do processo de informação conduzido para o exterior
pelos seus membros, e de uma comunicação agregada sobre a
natureza da organização, ou seja, a imagem fabricada e a
imagem projectada.
A
imagem de uma organização não é absoluta porque se
diferencia consoante os públicos. Pode tomar aspectos
diferentes, em função dos atributos próprios de cada grupo
implicado.
Tajada
diz que a imagem não se cria só a partir de comunicações
planificadas, ou seja, a imagem controlada, porque nela
influenciam também as várias correntes informativas alheias à
organização e que produzem a imagem não controlada. Deste
modo, a estratégia de comunicação tem de assentar em comunicações
estruturadas.
TAJADA, Luís,
Op. cit., p.131.
RIEL, Cees B.M. Van, Op. cit., p. 73.
TAJADA, Luís, Op.
cit., p.133.
RIEL, Cees B.M. Van, Op. cit., p.76.
TAJADA, Luís, Op. cit., p.147.
RIEL, Cees B.M. Van, Op. cit., p.73.
TAJADA, Luís, Op. cit., p.137.
Carrascosa,
José Luís, Comunicacción. Una Comunicación Eficaz
para el Exito en los Negocios, Madrid, Ciencias de la
Dirección, 1992, p.30.
RIEL, Cees B.M. Van, Op. cit., p.76.
Alvesson, Apud
RIEL, Cees B.M. Van, Op. cit., p.78.
TAJADA, Luís, Op. cit., p.106.
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