Na
opinião de Frederic I. Halpering, presidente da Association of
Business Communicators, «a
comunicação excelente
é a comunicação estrategicamente gerida, que atinge os
seus objectivos e que contrapõe as necessidades da organização
com as necessidades dos públicos-alvo, através da comunicação
simétrica em dois sentidos».
Num
discurso sobre a comunicação excelente, Frederic Halpering
sumariza três factores, que influenciam incisivamente os
programas de comunicação das organizações que querem ser
excelentes:
a)
O
valor que o director da organização atribui à comunicação e
à união organizacional: os
presidentes das organizações com excelentes programas de
comunicação acreditam que esta deve desenvolver o entendimento
mútuo entre a gestão e os públicos afectos à organização.
Neste sentido, querem que os comunicadores pesquisem o ambiente
externo e interno, informando-os sobre os públicos-chave da
organização, querem uma comunicação nos dois sentidos e
resultados vitoriosos.
b)
O
papel e o comportamento do director de comunicação:
o director de comunicação toma as decisões da política de
comunicação, participa activamente no planeamento estratégico
e na tomada de decisão, trabalha com a gestão de topo na
resolução de problemas que envolvem a comunicação e as relações
interpessoais, facilita a comunicação em dois sentidos e
utiliza técnicas de pesquisa formais e informais para coordenar
as tendências e para obter a compreensão do ambiente externo
à organização.
c)
A
cultura corporativa da organização: uma
cultura organizacional participativa, contrariamente a uma
cultura organizacional autoritária, favorece a comunicação
excelente. Este tipo de cultura é descentralizada, partilha o
poder e a tomada de decisões, valoriza a cooperação e a
igualdade e aceita as inovações e as ideias do exterior.
Na
opinião do autor, é difícil defender um programa de comunicação
quando as organizações esperam milagres e têm poucos
conhecimentos para indicar aos executores o que devem fazer e
quais os efeitos esperados.
No entanto, estes são elementos essenciais quando uma organização
pretende alcançar uma comunicação excelente.
Tajada
acrescenta ainda dois pontos básicos para conseguir uma
comunicação eficaz:
a)
Identificar os receptores - o que exige um conhecimento
individual dos receptores da comunicação, que são numerosos e
heterogéneos;
b)
Diferenciar grupos de indivíduos com comportamentos
(atitudes e desejos) homogéneos dentro de cada grupo e
comportamentos diferentes entre grupos. Desta diferenciação
dependerá o êxito da comunicação empresarial.
A
comunicação excelente tem características próprias que se
podem resumir nos pontos seguintes:
a)
A comunicação constitui um intercâmbio de ideias,
mediante a aplicação de um código geral;
b)
Tende a produzir um comportamento esperado;
c)
Tem um efeito bilateral, em que se diferencia a comunicação
da simples informação que actua num sentido;
d)
A comunicação é fundamental nos mercados competitivos
da empresa, onde as Relações Públicas e a Publicidade
constituem uma ajuda imprescindível.
Numa
organização excelente, para que a função de comunicação
seja eficaz, deve estar organizada e estruturada da seguinte
forma:
a)
posicionar-se na estrutura organizacional de forma a ter
acesso directo ao subsistema de gestão;
b)
desenvolver uma estrutura horizontal dinâmica e flexível
dentro do departamento, para poder atingir os objectivos estratégicos;
c)
integrar
todas as funções de Relações Públicas/comunicação num
departamento para facilitar a gestão estratégica;
A
comunicação excelente tem que ser simétrica, melhorando as
relações da organização com os seus públicos, internos e
externos, baseando-se num diálogo biunívoco que procure a
compreensão e o diálogo.
Grunig
enumera as características de uma organização com uma visão
simétrica da comunicação:
a)
os públicos não são afastados pelas fronteiras
organizacionais;
b)
o sistema organizacional procura um equilíbrio através
da cooperação e do mútuo aperfeiçoamento;
c)
os empregados são fortemente autónomos;
d)
a organização sobrevaloriza a inovação à tradição;
e)
o sistema político é visto como um mecanismo de negociação
entre grupos de interesse;
f)
existe um compromisso para eliminar consequências
adversas às acções da organização;
g)
a comunicação e a negociação são os factores de
resolução de conflitos;
h)
a informação flui facilmente.
Segundo
Annie Bartoli, «[…]
o domínio da comunicação na organização deve partir da
consciencialização de que os problemas de comunicação não
se resolvem por milagre nem por um único tipo de resposta. Agir
no domínio da comunicação, supõe identificar os objectivos e
as necessidades, ter em conta as facetas psicológicas e
interpessoais, de reconsiderar as técnicas utilizadas e de
organizar os processos de coordenação e de concertação
necessários.»
Uma
comunicação excelente, ao melhorar as relações da organização
com os seus públicos, contribui para maiores oportunidades de
negócio, ou seja, contribui para o seu lucro, que determinará
o seu sucesso no mercado competitivo.
Lindeborg,
Richard A., “Excellent Communication”, in
Public Relations Quarterly,
N.º 39, Spring 1994, p.5.
TAJADA, Luís, Op. cit., p.73.
Grunig,
James E. - Excellence in Public Relations and
Communication Managemente, New Jersey, Lawrence Erlbaum
Associates, 1992, p.8.
Lindeborg,
Richard, Op. cit, p.8.
BARTOLI,
Annie, Op. cit., p.93.
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