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Muitos
dos meus colegas de trabalho dizem-me que eu os assusto,
porque existe muita raiva contida no meu modo de ser.
Haverá alguma maneira de as pessoas poderem entender
que isto tem a ver com o facto de eu ser um sobrevivente
de uma relação de abuso físico e emocional?
Se
os seus colegas de trabalho se preocupam, então que
dizer dos seus familiares? Tanto o abuso físico, como o
emocional e, acima de tudo o sexual, são problemas que
acompanham, na maior parte das vezes, o alcoolismo. E,
nesse caso, as reuniões de Al-Anon ajudam mesmo. Em
algumas cidades, qualquer outro programa de 12 Passos,
como p. ex. reuniões de F.A. são de vital
importância.
Deve
procurar fazer tudo para arranjar ferramentas no sentido
de lidar com essa raiva, em especial se já tiver
crianças. Não permita que a sua infância vá dar cabo
da delas!. Mesmo que ainda restem razões válidas para
toda essa raiva, é da sua responsabilidade aprender a
interagir com as pessoas de um modo adequado. E, no fim
de contas, você é quem mais sofre em todo este
processo, não é verdade?
O
meu problema é a minha mãe, autoritária e prepotente,
que me sufoca e quer ‘ter’ a sua filha à viva
força. Como já tem 80 anos, gostaria de me aproximar
mais dela mas, para minha segurança, tenho que
respeitar as distâncias. O que fazer?
Quando
as pessoas mais velhas se queixam por os seus filhos se
afastarem, esquecem-se de que foram elas que deram
início à situação. Os pais controladores, que tentam
manter esta situação muito tempo, depois dos filhos
já serem adultos, estão a levantar barreiras poderosas
a um relacionamento afectuoso. Você não é
responsável pelas escolhas da sua mãe, mas somente
pelas suas. Sei que quer que a sua mãe a aceite
exactamente como você é, sem tentar mudá-la. Mas
então, dê-lhe o mesmo espaço a ela. Aceite-a
exactamente como ela é. E quando ela se repetir, como
acontece com estes padrões de comportamento, poderá
dizer: ‘Olha, aqui vai o nº3 mas, desta vez,
combinado com o n.º 7’... Isto vai ajudá-la a ver as
coisas de uma outra perspectiva e a não reagir sempre,
como se tivesse agora apenas cinco anos de idade.
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