Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003. |
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1 – O computador como recurso educativo audiovisual |
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Aproximadamente em meados da década de 1980, surgiram os primeiros computadores, de dimensões relativamente reduzidas, no tamanho e no preço, destinados a uma utilização doméstica. Até então, os computadores eram máquinas de grandes dimensões, de preços elevadíssimos e destinados, inicialmente, à área da investigação e da ciência bélica; depois, graças a empresas com a IBM, ao sector empresarial. Eram máquinas exigentes: no preço, nas dimensões das salas onde eram instalados e na formação de pessoal especializado.
Foi
na década de 1970 que os computadores começaram a surgir regularmente em
revistas científicas (p. ex. “Science et Vie”). Eram descritos em artigos
bastante desenvolvidos. Davam-nos a conhecer as potencialidades da máquina que
revolucionaria o final do século XX e se tornaria objecto quase «corriqueiro»
nos princípios do século seguinte. E foi ainda, em finais
da década de 1970, que começaram a aparecer artigos acerca de
computadores de tamanho reduzido, ainda bastante primitivos, lançados por um
inglês de nome Clive Sinclair. Este senhor começava então a captar a atenção
do sector doméstico. Aproximadamente
em meados da década de 1980, Clive Sinclair, que viria depois a adquirir o título
de «Sir» e a enveredar por outras áreas, lançou no mercado um computador
preto, com teclas de borracha. Era um computador pouco maior que um livro de
bolso. Por essa mesma altura, havia em Portugal um número relativamente
reduzido de professores habituados a utilizar nas aulas os diferentes recursos
da época, englobados na expressão «recursos audiovisuais». Entre
essa reduzida minoria, havia já alguns que seguiam interessados e com
curiosidade cada vez maior a evolução dos computadores. E da simples
curiosidade passaram ao prazer da descoberta quando, em Portugal, começaram a
surgir, em algumas casas de electrónica, os primeiros «bicharocos» pretos,
com teclas de borracha. Eram aparelhos de reduzida capacidade, apenas com 48 K
de memória. Trabalhavam ligados aos aparelhos de televisão e necessitavam de
um gravador de cassetes, para armazenamento dos programas. Eram os famosos
ZX
Spectrum, que fizeram as delícias de pais e filhos durante uns tempos. Na mesma altura em que surgiram em Portugal os primeiros computadores Spectrum de 48 KB de memória, começaram também a surgir nos quiosques revistas inglesas e espanholas, com listagens de programas lúdicos e utilitários em linguagem BASIC, que os aficcionados começaram a digitar para dentro da máquina, permitindo-lhes, em pouco tempo, adquirir conhecimentos básicos de programação. |
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