António Virgílio M.
Silva
1.° Prémio – Poesia – 2.° Ciclo
SENHOR!
escuta
Minha Oração;
Vale na luta
Que travo em vão
Vale, Senhor!
Ao desgraçado;
Que o Tentador
Domina ousado
Se me não deres a tua mão
Cairei sempre em tentação
Cairei sempre!... Sê tu, Senhor!
Arrimo e guia do pecador
E não me dês riqueza,
Nem glória;
Nem da beleza
A graça transitória.
Nem a vaidade de mandar e querer
Maior do que outros ser
Senhor!
Eu me confesso
Pecador.
E reconheço
Que não mereço
Teu santo amor
Mas também sei, Senhor! Que és Deus e pai
E que jamais, dos filhos teus, um ai
Soou em vão:
Por isso venho confiante e triste,
Trazer-te um coração que não resiste
À tentação.
/ 16/
Purifica-o, Senhor!
Para que eu seja,
(Graças ao Teu amor)
Teu e da Tua Igreja
– Servidor –
Não olhes para o trapo nauseabundo
E apodrecido, que esvoaçava só;
Talvez mais pervertido que o pó!...
Espezinhado e errante vagabundo
De quem ninguém tem dó.
Não olhes não!
Mas, purifica, ó Deus! meu coração,
Para que sendo, embora em bens do mundo
Tão pobrezinho, como os pobres são;
Em tudo imite Job:
Teu servidor leal e meu irmão.
Recebe pois senhor!
Minha oração:
Sincera confissão
E adoração
do pecador.
Concede-me o favor
Do Teu amor
– O maior bem! –
E o teu perdão.
Amen.
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