Um dia
Um dia uma bela história foi-nos contada. Uma história que
falava, acima de tudo, de sentimentos, sentimentos que todos
deveríamos espalhar por onde passássemos.
Falaram-nos então do NATAL e contaram-nos a história do menino
Jesus.
O tempo passou e a história foi ficando estátua num canto das
nossas recordações. Continuávamos a vivê-lo ano a ano, mas
cada vez o ligávamos menos aos sentimentos que um dia nos
tentara inspirar. Não falo sequer em crer na história, não, não
é isso o mais importante... O importante é que, mesmo quem não
crê, pense nela como algo que transporta através dos séculos
uma mensagem que deveria ficar gravada dentro de cada um. Uma
maneira de encarar a vida e de rasgar nela novos horizontes.
Porque, para viver o NATAL, não precisamos de ser cristãos, não
temos de pertencer a nenhuma religião, podemos simplesmente ser
nós próprios, não crendo em nenhum Deus, mas sempre, sempre
procurando pequenas coisas, aqui e ali, que nos ensinem algo.
Viver não se aprende num só dia... No entanto, hoje, o NATAL
é comercial e não mais nos faz desenhar os contornos de algo
novo e maravilhoso, portador de surpreendentes nostalgias...
A publicidade explora-o e usurpa-lhe, réstia a réstia, os últimos
raios de luz que possui ainda... Passou a um dar e receber sem
pensar porque se dá ou porque se recebe...
O NATAL começa a tornar-se um ritual mecânico, onde a alegria vem
apenas do que nos oferecem... E do que nos oferecem sem ser isso,
o que não é material, quem se lembra?
Sim, porque, apesar de tudo, ainda há quem dê muito de si aos
outros nesta época, colocando-o no seu verdadeiro contexto!
Nós também quisemos dar algo de cada um de nós para que o vosso
NATAL ficasse um pouco mais preenchido (somos todos muito boas
pessoas...) e, assim, aqui têm esta nossa prenda, um JORNAL de NÓS,
ALUNOS (e PROFESSORES!), para VOCÊS, ALUNOS (e PROFESSORES!)
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FELIZ NATAL!!!
P.S. - O Pai Natal já nem sequer aparece nos centros comerciais -
é triste, não é?
TITA, 11º C |
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AVEIRO CITY
Os Bares Da Cidade
por Anti-Betos/90
Os bares da cidade!
Porque não?!?
Afinal de contas até temos muitos: começando pelo “Bar do Suicídio”
(mais conhecido por TERRAÇO), passando pelo “Banco das Urgências”
(o URGÊNCIA), o “BAR DOS TRABALHADORES’ (o FÁBRICA) e
acabando... no “PIRITIXI”?!?
Não!!!
“TIXIRIPI” ?!?
NÃO!!! AH! O BAR “XIRIPITI”!
Todos estes, frequentados pela geração ‘PEPSI”, os betos e
betinhas, surfistas do lavatório (sim, porque nem da banheira o
são !!!), são bares finíssimos!
Com espaço relativamente pequeno (porque sabem, à partida, que a
clientela não é muita!!!)
— Raios os partam!!!
Que snobismo!!!
Qualquer um destes bares é como que uma «passerelle»; lá
apreciam-se (ou desapreciam-se) as “Benettóinas”, as “Stefanelles”,
as “D. QUIXOTE” (desculpem-me, as “D. ALGODÃO”), ETC...
Que decoração horrível! Todos!!! Os tecidos “tutti-fruti”,
as paredes riscadas, a canalização toda à vista desarmada
(que falta de gosto!!!), as bebidas azuis (sim, porque metem
estilo, mas, no fundo, não passam da “pura” e simples água
de torneira!!!), os preços malucos (malditos sejam aqueles que
não têm inteligência suficiente para ver que os donos dos
ditos bares roubam “à grande e à francesa”!!!), o sistema
de “pagas e tornas a pagar, quer bebas quer não bebas”, ETC...
ETC... ETC...
Ah! Como eu detesto a mediania!
Mediania, sim!!!
Todos(as) usam as mesmas camisolas, as mesmas “LEVIS”, os
mesmos casacos, vão ao mesmo cabeleireiro, usam a mesma pasta
de dentes, a mesma escova p’ra cabelo, o mesmo gel (ou
brilhantina!) e, como está claro, vão todos aos mesmos
bares!!!
Nestes bares, as conversas são interessantíssimas: falam das
novas “máquinas de cortar fiambre” (as abelhas ou vespas,
se preferirem!), dos novos discos dos BROS e CA. LDA (que todos
dizem detestar, mas, se formos a ver, os discos vendem-se e quem
os compra?!?)
Os metálicos, não?!?
Bem, poderia continuar com este blá, blá, blá!!! Coitados, não
passam de uma simplissíssima “produção em série”!!!
OCOS!!!
MOURÃO, 12º F
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