Costuma o povo dizer que quem sai aos seus não degenera. No meu
caso pessoal, penso que está certo. Fazendo uma introspecção, parece-me
que terei herdado um pouco de cada lado. Revendo as minhas
características e cotejando-as com o que observei na fase inicial
da vida com os meus antecedentes mais directos, verifico que, do meu pai, meu
professor e companheiro mais velho, herdei-lhe o gosto pelas tecnologias
e com ele aprendi, para além das primeiras letras, aí por volta dos meus
sete anos, o gosto pela fotografia e pela música; do lado materno,
ficou-me o
gosto pelas leituras e desenhos que fazia em miúdo. Estes e outros
pequenos factos não referidos terão tido o seu papel no momento da opção
do rumo a seguir.
Nos nossos tempos de juventude, a primeira grande opção surgia no final
do segundo ciclo de estudos. Que caminho seguir: Letras ou Ciências?
O aludido no parágrafo anterior e o facto de qualquer dos caminhos
agradar constituiu o primeiro grande dilema da juventude. Colocadas nos
pratos da balança, Letras e Ciências equilibravam perfeitamente o fiel.
Perante isto, que profissão escolher? Fosse qual fosse o percurso, ficava
um por trilhar e a fazer falta. Para cúmulo, as notas dos exames eram
idênticas e qualquer delas permitiria continuar os estudos sem pagamento
de propinas, o que para o ordenado de um professor primário, o único da
família, era uma ajuda a não desperdiçar. A reflexão
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conjunta, pai e
filho, fez pender o fiel para o lado das Letras.
A escolha feita, uma escolha profundamente pensada tendo em conta as
expectativas futuras, levou a um curso que, ao contrário dos tempos
modernos, não traria dificuldades no mundo do trabalho. A Filologia
Românica era uma opção interessante, com saídas para o ensino do
Português e do Francês e a quase possibilidade de acesso a qualquer
liceu do País. Mas a decisão trouxe consequências, também tidas em conta
na análise das opções, mas consequências que não impediram que a mesma
fosse tomada.
Nas décadas de 1950-60, Letras só nas universidades de Coimbra ou
Lisboa. Por isso, houve que mudar de terra e de amigos. E este escriba
foi acabar o terceiro ciclo dos liceus a Coimbra – terra desconhecida
apesar de nela ter nascido –, no então chamado Liceu D. João III,
ficando para trás o Alexandre Herculano, na cidade do Porto.
A troca do Alexandre Herculano pelo D. João III levou ao
conhecimento de novos professores e amigos, além de a algumas surpresas
jamais imaginadas. Eu, um aluno razoável e com média para isenção de
propinas, vi-me sem elas e, pela primeira vez na vida, duas vezes
expulso da aula de Português sem mesmo ter tempo de saber porquê. E não
fora a actuação rápida e sensata do professor de Latim, o Dr. José Nunes
de Figueiredo, a disciplina teria sido anulada sem razão que o
justificasse, apenas porque um professor que, por doença, nunca dera a
aula, surgiu subitamente a meio do ano a substituir o estagiário que a
assegurava desde o início, e o aluno desconhecia as manias estranhas do
Dr. Pechincha, o professor detentor da cadeira.
Os obstáculos imprevistamente surgidos foram ultrapassados. Em breve,
estava findo o terceiro ano na faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra e começadas as férias em Aveiro, ocupadas com os inquéritos
linguísticos nos «estados unidos das gafanhas», banhados pela “ria” de
Aveiro, para conclusão da cadeira de Linguística Portuguesa, região
potencialmente interessante para, dois anos mais tarde, a realização da
tese de licenciatura e conclusão do curso.
Naquela época, o vencimento de um professor primário era apertado. Não
permitia grandes voos a um estudante universitário.
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Por isso, a solução era
alternar o estudo com explicações que dessem para suprir as pequenas e
diversas necessidades de quem se prepara para a vida profissional e procura alargar os conhecimentos
para além do âmbito meramente disciplinar. Conhecendo isto, o professor
de Linguística Portuguesa e futuro orientador da tese de licenciatura,
porque havia uma pessoa ligada à então Junta Nacional do Azeite
interessada no espólio linguístico-etnográfico do ILB relacionado com a
olivicultura, aconselhou o jovem estudante a pesquisar, no Instituto de Estudos Românicos,
tudo quanto houvesse sobre o tema, em troca de uma compensação
pecuniária.
Aceitei. Os fados, talvez com a ajuda da deusa Minerva, colocaram-se do
meu lado. O grande interessado no espólio relacionado com Minerva era o
antigo professor de Latim, o Dr. Nunes de Figueiredo, o mesmo que me ouvira
em tempos os desabafos e me aconselhara a não desistir. Gostou de
rever o antigo aluno e confiou nele plenamente.
Após alguns dias de
pesquisa, a deusa tinha-me sussurrado que a sua área era mais
importante e muito mais interessante que a das gafanhas: abrangia o país
inteiro. Além disso, iria permitir estudar e dar a conhecer tradições e
conhecimentos ancestrais, que já se encontravam em vias de extinção e,
dentro de alguns anos, irremediavelmente perdidas para as gerações
vindouras.
Estes dois factos importantes, o reencontro com o antigo professor de
Latim e, sobretudo, do amigo em quem outrora confiara, e as confidências
de Minerva, deram-me ânimo para a apresentação de uma proposta
ambiciosa, mas não impossível de concretizar: a Junta Nacional do Azeite
concederia um subsídio mensal para a realização de inquéritos directos
em diferentes regiões de Portugal; e, no final, a tese resultante poderia
ser publicada pelo organismo que ajudara na sua concretização.
A ideia foi aprovada. Dezenas de inquéritos foram efectuadas de norte a
sul do país. Com uma pequena parte do material recolhido, porque o tempo
urgia, a tese foi elaborada e defendida. Mas o espectro das obrigações
militares fez cair por terra os projectos de publicação pelo
organismo que ajudou a suportar os custos das deslocações e do material
para registo magnético e
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fotográfico das actividades observadas ao longo
de cerca de ano e meio de viagens por um Portugal até então
desconhecido, mas tão rico de costumes e tradições ancestrais. Todo o
material acabou por ficar durante largos anos em decantação.
Feito este já longo preâmbulo ao prefácio anteriormente redigido para este
trabalho de âmbito linguístico-etnográfico, é altura de dar lugar ao
outrora escrito, mais sóbrio e técnico, próprio de um trabalho
deste género, mas talvez de leitura menos agradável. Passemos, pois, à
transcrição integral desse prefácio original.
De há longa data interessado por assuntos de carácter
linguístico-etnográfico, propuséramo-nos, inicialmente, elaborar uma
monografia de carácter regional. Sondagens várias e a recolha de
elementos no riquíssimo espólio do I.L.B. revelaram-nos, contudo, um
campo altamente interessante e rico de aspectos, não obstante a sua
enorme vastidão de horizontes – o campo olivícola.
Optámos, então, pelo estudo do fabrico tradicional do azeite em
Portugal, não só pelo interesse deste assunto, mas também e sobretudo
por havermos verificado que não existe praticamente nenhum trabalho de
conjunto sobre esta matéria que, sob o ponto de vista linguístico e
etnográfico, estude os diversos processos de laboração, os tipos de
lagar tradicionais existentes no nosso País, os meios de transportar e
conservar a azeitona, os tipos de moinho e de prensa, as formas de
decantar o azeite, e, especialmente, a linguagem popular relacionada com
o tema, tão diferente daquela de carácter estritamente técnico e, sem
dúvida, bem mais rica que esta última.
Apesar do
elevado número de publicações que têm surgido em revistas da
especialidade, poucos são os trabalhos de conjunto que abordam este tema
do ponto de vista linguístico e etnográfico. Excluindo a dissertação de
licenciatura de Maria Margarida Furtado Martins,
A oliveira (Estudo linguístico),
apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1945, e
de que foi publicado o capítulo I no suplemento literário do jornal
“Novidades”, em Agosto do mesmo ano, sob o título
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Apanha da azeitona no Alentejo (Notas etnográfico-linguísticas),
e o estudo de Augusto César Pires de Lima, “As oliveiras em Portugal”,
incluído no vol. VI da obra
Estudos etnográficos filológicos e históricos,
publicada em 1951 pela Junta de província do Douro-Litoral, pouco mais
merece ser citado.
Uma terceira causa que nos levou ao estudo da matéria abordada no
presente trabalho foi, sem dúvida, motivada pelo facto de havermos
verificado que os tempos modernos, com todas as suas inovações e
progressos, tendem a fazer desaparecer tudo o que de antigo e de
tradicional existe em Portugal, facto que, no domínio olivícola, é mais
acentuado, nomeadamente em Espanha, conforme se depreende das palavras
de Tomás Buesa Oliver, por nós transcritas no capítulo de conclusões
(pág. 390).
Como já demos a entender nos parágrafos anteriores, o nosso trabalho
começou, primeiramente, pela recolha de todo o material de carácter
olivícola do I.L.B., existente no Instituto de Estudos Românicos da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, fase que foi sendo
repartida por pesquisas de carácter bibliográfico, quer nas bibliotecas
de Coimbra – Biblioteca Geral da Universidade e Biblioteca Municipal –,
quer nas bibliotecas do Porto e de Aveiro e, especialmente, nesta
última, aonde nos deslocámos por mais de uma vez, durante os períodos de
férias nesta cidade paterna. Cumpre aqui salientar e
agradecer a maneira
simpática como nos foi posta à disposição a Biblioteca Municipal de
Aveiro(1),
num período em que ainda se encontrava encerrada ao público.
Além de numerosos elementos bibliográficos, e no desejo de fazermos um
estudo que abrangesse, senão todo o País, pelo
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menos uma grande parte, e
na impossibilidade de percorrermos todas as regiões, procurámos obter
elementos através de um inquérito por correspondência por nós elaborado.
Remetidos vários exemplares para diversos distritos, foi assim
conseguida elevada percentagem de respostas que, se nem sempre trouxeram
novidades, tiveram o mérito de confirmar os elementos por nós
recolhidos.
Por intermédio do nosso professor de Literatura Brasileira da Faculdade
de Letras da Universidade de Coimbra, diversos inquéritos foram enviados
para o Brasil. Daqui recebemos praticamente todos os exemplares
devidamente preenchidos.
Para concluir essa recolha, optámos pelo recurso ao inquérito directo
junto do povo, dentro das próprias oficinas oleícolas e, tanto quanto
possível, durante a época de laboração. Foram, consequentemente,
percorridos os distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra(2),
Guarda, Porto e Viseu, sendo de salientar a maneira afável e acolhedora
como sempre fomos recebidos pela gente da nossa terra. Para maior rigor
durante a realização dos inquéritos – em número de cem – recorremos à
gravação por meio de cassetes, bem como à fotografia e ao desenho, para
uma melhor documentação dos factos observados.
Durante o
desenvolvimento do trabalho, para o qual foi de elevada importância a
obra de Paul Scheuermeier,
Bauernwerk in Italien der italienischen und rätoromanischen Schweiz,
1943, pelo elevado número de sugestões de carácter metodológico que nos
forneceu, procuramos, sempre que isso se nos afigura conveniente,
comparar o que se passa em Portugal com o que ocorre noutros países
produtores de azeite, designadamente em Espanha e na Itália.
Todas as nossas afirmações vão, por uma questão de princípio,
devidamente documentadas, quer com fragmentos extraídos das conversas
com os informadores, transcritas de forma a reproduzirem o mais
fielmente possível a sua maneira de
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falar, quer com fotografias e
desenhos da nossa autoria.
Sempre que apresentamos alguma ou algumas palavras com interesse
linguístico, vão estas acompanhadas da indicação das obras de onde foram
recolhidas, ou dos números referentes aos das povoações onde foram
registadas e que se encontram no mapa «A oliveira e o fabrico do
azeite», que tivemos o cuidado de elaborar, mas que, infelizmente,
devido às suas dimensões e elevado custo, não será incluído nesta versão
impressa. Obviando esta lacuna, colocámos no final do trabalho um índice
numérico com a indicação de todos os pontos correspondentes ao local,
freguesia, concelho e distrito.
O presente trabalho principia por uma breve INTRODUÇÃO, na qual se chama
a atenção para a importância do azeite na nossa comunidade, importância
essa ainda bem arreigada na gente portuguesa, ao contrário do que ocorre
com outros países. Seguem-se dez capítulos, ao longo dos quais nos vamos
sucessivamente ocupando das três fases da extracção do óleo de Minerva.
No PRIMEIRO CAPÍTULO (pp. 1-20), fazemos como que uma apresentação geral
do lagar oleícola: os nomes pelos quais é conhecido; os factores que
condicionam a sua situação; os seus elementos mais importantes e
significativos; e tentamos estabelecer a sua possível taxonomia.
No
SEGUNDO CAPÍTULO
(pp. 21-48), a nossa atenção incide nos meios de transporte e formas de
conservação da azeitona, quer em casa do produtor, quer nos lagares,
enquanto aguarda a vez de ser laborada. Conclui o capítulo com o estudo
dos nomes para a água-ruça. Embora tenhamos elaborado um mapa
linguístico a cores, com a distribuição geográfica dos diferentes
vocábulos, não está incluído na versão impressa.
No TERCEIRO CAPÍTULO
(pp. 49-115), com o título de moinho, além da definição deste aparelho
oleícola, procuramos determinar a sua situação relativa dentro do lagar,
bem como analisar os diferentes tipos, que distribuímos da seguinte
maneira: moinhos de roda (pp. 59-79); moinhos de rodízio (pp. 79-86);
moinhos de bois (pp. 86-105); moinhos accionados a motor e moinhos
mistos (pp. 105-109).
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Conclui-se o capítulo com uma análise dos
vocábulos surgidos ao longo dele.
O
CAPÍTULO
QUARTO
(pp. 117-147) ocupa-se do estudo dos nomes dados à operação de moagem e
dos vários aspectos verificados durante o seu decurso, dentro dos três
tipos de lagar, sendo dada uma atenção muito particular àqueles em que o
moinho é tocado a sangue, concluindo com uma análise pormenorizada dos
diferentes nomes dados à azeitona miúda.
No
CAPÍTULO
QUINTO
(pp. 149-163), intitulado «seiras e capachos», além das definições
destes termos, procuramos indicar alguns sistemas de conservação das
seiras e capachos, mas sobretudo saber como são feitos, pelo que é
apresentada uma pequena indústria de tipo artesanal, por nós visitada em
Valbom, no concelho de Pinhel, distrito da Guarda.
No
CAPÍTULO
SEXTO
(pp. 165-214), além de estabelecermos uma classificação taxonómica dos
diferentes tipos de prensa, procuramos analisar a sua situação relativa
no lagar, seguindo-se uma análise minuciosa da chamada prensa de vara
(pp. 175-199), que comparamos com a italiana. O capítulo termina com uma
breve análise dos restantes tipos de prensa.
No
CAPÍTULO
SÉTIMO
(pp. 215-258) procuramos analisar minuciosamente as operações de
enseiramento e prensagem nos diferentes tipos de lagar, dando uma
especial e mais demorada atenção aos sistemas mais primitivos, hoje
praticamente extintos.
No
CAPÍTULO
OITAVO
(pp. 259-338), efectuamos uma análise relativamente profunda dos
sistemas de decantação ou depuração do azeite, sendo dada uma atenção
especial aos diferentes tipos de tarefas (pedra, barro, madeira e metal)
e a toda a terminologia relacionada com esta fase final da extracção do
azeite. À semelhança de todos os capítulos anteriores, vai profusamente
ilustrado com fotografias e esquemas. O capítulo termina com uma visita
a um lagar da região de Coimbra, onde nos foi minuciosamente explicada a
operação de sangramento das tarefas.
O
CAPÍTULO
NONO
(pp. 339-381) ocupa-se de elementos dos lagares habitualmente esquecidos
nos estudos efectuados nesta área, ou seja, de elementos tais como as
fornalhas e as caldeiras,
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sem as quais não será possível a completa
extracção do azeite, os quartos para os mestres e ajudantes, os infernos
ou poços de decantação; etc..
Terminamos o capítulo com uma análise lexical dos diferentes vocábulos
encontrados.
Finalizamos com o
CAPÍTULO
DÉCIMO
(pp. 383-392), um capítulo de CONCLUSÕES de carácter geral, a que se
segue um GLOSSÁRIO de todas as palavras com interesse surgidas ao longo
do trabalho, um índice numérico de todas as povoações registadas no mapa
“A Oliveira e o fabrico tradicional do azeite” (não incluído), um índice
de gravuras e um índice geral de todos os conteúdos.
Embora tenha interesse, não é incluído nenhum exemplar do inquérito por
correspondência, que foi impresso e enviado para as diferentes regiões
de Portugal.
O último parágrafo do prefácio original, à semelhança do que era hábito
em todas as teses de licenciatura, terminava com «os agradecimentos ao
Professor Doutor Manuel de Paiva Boléo, por toda a orientação e
esclarecimentos prestados, que nunca poderão ser esquecidos». Todavia,
volvidos 45 anos, a grande maioria das pessoas, sem as quais este
trabalho não poderia existir, não está mais entre nós, a não ser nas
memórias daqueles que com eles conviveram. Na primeira versão deste
trabalho, embora nunca tenham sido esquecidos, os seus nomes ficaram
omissos. Por isso, importa agora para eles uma palavra especial de
agradecimento. Para que os seus nomes não fiquem totalmente perdidos,
ficarão registados no tempo através da palavra escrita, enquanto esta
subsistir, numa listagem nominal.
A primeira pessoa que deu um total e incondicional apoio, ocupando,
inclusive, dezenas de horas a ajudar a efectuar a transcrição dos
registos magnéticos para o registo escrito, foi o meu professor
primário, sem o qual eu nunca poderia existir, ou seja, o meu pai, o
professor Henrique de Oliveira.
Professor primário e delegado escolar em Coimbra, o professor Troncho de
Melo deu-nos também um incondicional apoio, oferecendo-nos
frequentemente boleia nas suas deslocações às escolas primárias do
concelho de Coimbra, o que nos permitiu
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chegar a povoações onde nunca
pensáramos ir.
Antes do capítulo de Introdução, efectuamos a já referida homenagem a
todos os nossos informadores, apresentando uma breve listagem com os
nomes daqueles que nos deram a sua preciosa ajuda. Nela estão obviamente
incluídas as dezenas de pessoas anónimas que nos ajudaram e transmitiram
os seus conhecimentos.
Termino o prefácio dedicando o livro a minha esposa e meus filhos e,
muito especialmente, aos meus dois netos, a Filipa Isabel e o Henrique
Manuel, esperando que, se algum dia tiverem a curiosidade de conhecer um
pouco da nossa cultura, possam recorrer ao registo escrito e visual de
costumes ancestrais praticamente desaparecidos, como era o fabrico
tradicional do azeite em Portugal, que o avô agora lhes lega através
deste documento impresso. |