Défice ou deficit é um
termo da contabilidade de origem latina, que se caracteriza por um saldo
negativo. Num orçamento, o saldo negativo ocorre quando os gastos ou as
despesas superam os ganhos ou as receitas.
Se o saldo é negativo, o
orçamento é chamado deficitário.
Na balança de pagamentos (transações
com o resto do mundo) o défice da balança comercial ocorre quando o
valor total das importações supera o das exportações.
A subida dos impostos, a
redução do rendimento, as medidas que tributam o consumo, o corte dos
subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos, e o aumento de
meia hora de trabalho diário no sector privado, foram as medidas
escolhidas para este acerto de contas, do descalabro das contas públicas
e da falta de controlo desde há praticamente 36 anos quase sem excepção,
tendo a classe politica dos diversos governos, mas também grande parte
da oposição, incluindo as centrais sindicais - por incapacidade,
ignorância e por alinhamento com interesses de classes corporativas, e
de países terceiros, descurando os interesses das PME´s portuguesas, dos
contribuintes portugueses, dos jovens á procura de emprego – tendo
ajudado a liquidar uma parte da agricultura, das pescas e industrias
portuguesas, parecendo mais que estavam a actuar num mundo virtual.
Triste sina esta, que envergonharia muitos dos nossos portugueses e
heróis antepassados, se cá voltassem e vissem o que está a acontecer.
Portugal está há anos a
esta parte a afundar-se, são feitas frequentemente considerações e
comentários mais ou menos jocosos vindos de várias paragens, mas em
particular dos países mais ricos, que praticamente deixaram de nos
respeitar, e quase que confundem o povo português com uma parte da
classe política incompetente, e em muitos casos até corrupta, que nos
tem dirigido nos últimos anos e se tem governado a si própria e aos seus
amigos “compagnons de route”, além de chorudas e alguns com duplas
reformas em acumulação com outras remunerações, enquanto estas e outras
situações não forem corrigidas, com uma reforma única por pessoa, com um
mínimo e um máximo sustentável, os políticos não vão ter o respeito e a
consideração da maioria dos portugueses.
Vêem-nos como um fardo
pesado incapaz de recuperar e de traçar um rumo com futuro, assente na
sustentabilidade, no trabalho e no desenvolvimento do país.
Agora, mais do que lamentar
a situação de quase falência a que Portugal chegou, e mais do que
procurarmos os responsáveis e são muitos, cabe-nos dar a resposta ao
mundo mostrando de que fibra somos feitos para podermos recuperar a
nossa autoestima e o nosso orgulho.
Nós seremos capazes de
ultrapassar esta situação difícil. Vamos certamente dar a nossa melhor
contribuição para dar a volta por cima, mas há atitudes simples que
podem fazer a diferença, e diga-se também em abono da verdade, que uma
grande parte do povo português no passado sempre descurou o que é
português, por falta de informação, e por factores culturais diversos.
O desafio é preferir e
comprar sempre que possível os produtos fabricados em Portugal. Fazer o
esforço, em cada acto de compra, de comprar os produtos e serviços que
tenham sido produzidos em Portugal, ou que de alguma forma tenham uma
parte de incorporação portuguesa, quer através de matérias primas e /ou
de mão de obra portuguesa.
Assim, estaremos a
substituir muitas das importações que nos estão a arrastar para um beco
sem saída, e poderemos apresentar futuramente resultados surpreendentes
a nível de indicadores de crescimento económico e consequentemente de
redução de desemprego. Práticas que iriam melhorar substancialmente a
nossa agricultura, pecuária, pescas, indústria, comércio em geral – opte
sempre que possível pelo comércio local, de bairro da aldeia, da vila –
faça mais férias e turismo em Portugal, passe uns dias nos campos do
Alentejo, em Trás-os-Montes, no Minho, nas Beiras, para só falar nestas
regiões menos conhecidas turisticamente, e contacte com a natureza
daqueles lugares, teremos mais qualidade de vida, e desfrutamos mais da
natureza.
Este comportamento deve ser
assumido como um acto de cidadania, como um acto de mobilização
colectiva, por nós, e, como resposta aqueles que nos vêem como uns
dependentes.
Devemos aprender com os
nossos vizinhos Espanhóis, especialistas nestas formas de ser e de
estar, há muitos anos que utilizam estas práticas. Quem convive com
alguma frequência com ou quem já contactou ou viajou com pessoas de
Espanha, sabe que eles, começam logo por reservar e comprar as
passagens, ou o pacote, em agência Espanhola, depois, se viajam de
avião, fazem-no na Ibéria, pernoitam em hotéis de cadeias exclusivamente
Espanholas (Meliá, Riu, Sana ou outras), desde que uma delas exista, e
se encontrarem uma marca espanhola dum produto que precisem, é essa
mesma que compram, sem sequer comparar o preço (por exemplo em Portugal
só abastecem combustíveis Repsol, ou Cepsa). Mas, até mesmo as empresas
se comportam de forma semelhante!
As multinacionais
Espanholas a operar em Portugal, com poucas excepções, recomendam aos
seus funcionários que se deslocam ao estrangeiro a seguir estas
preferências e contratam preferencialmente outras empresas espanholas,
quer sejam de segurança, transportes, montagens industrias e duma forma
geral de tudo o que precisem, que possam cá chegar com produto, ou
serviço, a preço competitivo, vindo do outro lado da fronteira. São
super proteccionistas da sua economia, protegendo todo o seu tecido
empresarial, e dão sempre preferência aos produtos e serviços espanhóis.
Esta prática não é tudo,
mas seguramente é meio caminho andado para combatermos o défice, e os
desequilíbrios das nossas contas, e estamos a contribuir para o
desenvolvimento e fortalecimento da nossa economia, e a defender o
futuro de Portugal com novecentos anos de história.
Temos de ter políticos
sérios e que saibam gerir o Estado, para salvar o Estado, começando nós
por saber escolher os políticos sérios e competentes, desde logo
começando por aqueles que têm a coragem de nos falar verdade, mesmo que
ela seja dolorosa, só assim podemos preparar o nosso futuro e o dos
nossos filhos.