J. Pereira Tavares, Joaquim da Costa Cascais, Vol. IX, p. 286.

JOAQUIM DA COSTA CASCAIS

QUANDO  publicámos, acerca deste aveirense ilustre, o pequeno estudo que os leitores conhecem (n.º 33 do Arquivo, págs. 15 e segs. deste volume), não sabíamos que alguém já abordara o assunto. O nosso prezado amigo, Sr. Dr. ANTÓNIO CRISTO, que anda empenhado no louvável trabalho da recolha de informações para o estudo da biografia de aveirenses notáveis, facultou-nos, há pouco, cópia de um artigo sobre COSTA CASCAIS, publicado no extinto Distrito de Aveiro por JOSÉ REINALDO RANGEL DE QUADROS.

Por ele se vê que JOAQUIM DA COSTA CASCAIS era filho de Manuel da Costa Cascais, natural do Bunheiro, de gente humilde e pobre(1), e de D. Rita da Cássia de Jesus, do Porto; que nasceu em Aveiro, na freguesia da Vera-Cruz, em 29 de Outubro de 1815; que, depois de haver recebido lições de uma professora particular, residente na Rua das Salineiras (Rua do Forno ou Rua de Baixo), frequentou a aula de primeiras letras, regida por Frei Joaquim de Santa Rita Valongo, no Convento de Santo António, e passou depois para a aula de latim do professor José Lucas de Sousa da Silveira, em ambas as quais teve por condiscípulos a José Estêvão e Manuel José Mendes Leite; que auxiliou a Associação Aveirense das Classes Laboriosas, a dos Artistas, a Irmandade de Santa Joana Princesa, a fundação do Campeão do Vouga, a erecção da estátua de José Estêvão, o Teatro Aveirense e o Hospital da Misericórdia; que escreveu um drama intitulado − Uma Noite de S. João em Aveiro −, representado em Lisboa, mas nunca publicado; e, finalmente, que faleceu em Lisboa no dia 9 de Março de 1898.

Muito nos apraz acrescentar ao que deixámos escrito as presentes informações, cujo conhecimento ficamos devendo à gentileza do Sr. Dr. ANTÓNIO CRISTO, a quem neste lugar confessamos a nossa gratidão.

JOSÉ TAVARES

(1) − Refere também R. DE QUADROS que o pai de Costa Cascais, devido à sua notável acção na Guerra Peninsular, chegou ao posto de major efectivo e pertenceu ao batalhão de Caçadores 10, aquartelado em Aveiro a partir de 12 de Agosto de 1814.