Acesso à hierarquia superior.

 

setembro – novembro / 2020

Jornal n.º 3

Cuidados paliativos: Filosofia, Conceitos e Recursos

 

Este ano o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos comemora-se a 10 de outubro. Para assinalar esta importante data decidimos dar-lhe a conhecer um pouco sobre este tema e os recursos existentes no ACeS Baixo Vouga.

Os Cuidados Paliativos (CP) foram definidos em 2002 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes – e suas famílias – que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e do alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais”. A filosofia dos CP assenta então na afirmação da vida e aceitação da morte como um processo natural, pelo que não pretendem provocá-la ou atrasá-la através da eutanásia ou da “obstinação terapêutica”.

Atualmente, o conceito de CP alarga-se a todos os doentes com doenças incuráveis e/ou graves, como é referido na definição da OMS, preconizando-se uma transição colaborativa entre as terapêuticas de índole curativa e os CP, num modelo de cuidados partilhados. De ressalvar que todos os doentes com doenças crónicas, sem resposta à terapêutica de índole curativa e com um prognóstico de vida limitado no tempo, devem ter acesso a CP.

O ACeS Baixo Vouga conta com o apoio de uma Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos no Centro Hospitalar do Baixo Vouga. Esta equipa multidisciplinar é composta por médicos, enfermeiros, enfermeiro de reabilitação, assistentes operacionais, assistente social, psicólogo, nutricionista/dietista, secretária clínica, voluntários da Liga de Amigos do Hospital Visconde Salreu e apoio espiritual. Realiza a sua atividade nas vertentes de consulta externa, consultadoria intra-hospitalar e internamento na Unidade de Cuidados Paliativos.

Os Cuidados de Saúde Primários assumem a este nível também um papel fundamental, pois Médico e Enfermeiro de Família têm uma relação habitualmente mais próxima com o doente e a sua família, focando-se na abordagem holística do doente. Por fim, o Médico de Família tem ainda o dever de identificar precocemente o doente com necessidades paliativas e, se adequado, encaminhá-lo atempadamente para CP de nível especializado.

Dr.ª Ana Rita Pereira
Interna de Medicina Geral e Familiar
Mestranda em Cuidados Paliativos (ESALD)

Bibliografia:
Barbosa, A., Pina, P., Tavares, F. & Neto, I. (2016). Manual de cuidados paliativos. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa.
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, disponível em

https://www.apcp.com.pt/cuidados-paliativos/o-que-sao.html


AVC
Sinais de Alarme

O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido por AVC, é a doença que mais mata em Portugal e a principal causa de invalidez permanente.

 

Esteja atento aos seus sinais de alarme, através da “regra dos 5 F’s”:

Face: assimetria da face de forma súbita, com “canto da boca” ou uma das pálpebras descaídos;

Força: perda de força ou falta de equilíbrio de forma súbita nos membros;

Fala: estranha ou incompreensível, com discurso não perceptível;

Falta de visão súbita ou visão dupla;

Forte dor de cabeça, diferente do padrão habitual e sem causa aparente.


Dr.ª Catarina Fortunato
Interna de Medicina Geral e Familiar

 

página 1/4

  Página anterior  

Índice

  Página seguinte