Cuidados paliativos:
Filosofia, Conceitos e Recursos
Este ano o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos
comemora-se a 10 de outubro. Para assinalar esta importante data
decidimos dar-lhe a conhecer um pouco sobre este tema e os recursos
existentes no ACeS Baixo Vouga.
Os Cuidados Paliativos (CP) foram definidos em
2002 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “uma
abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes – e suas
famílias – que enfrentam problemas decorrentes de uma doença
incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da
prevenção e do alívio do sofrimento, com recurso à identificação
precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a
dor, mas também dos psicossociais e espirituais”. A
filosofia dos CP assenta então na afirmação da vida e aceitação
da morte como um processo natural, pelo que não pretendem
provocá-la ou atrasá-la através da eutanásia ou da “obstinação
terapêutica”.
Atualmente, o conceito de CP alarga-se a todos
os doentes com doenças incuráveis e/ou graves, como é referido
na definição da OMS, preconizando-se uma transição colaborativa
entre as terapêuticas de índole curativa e os CP, num modelo de
cuidados partilhados. De ressalvar que todos os doentes com doenças
crónicas, sem resposta à terapêutica de índole curativa e com um
prognóstico de vida limitado no tempo, devem ter acesso a CP.
O ACeS Baixo Vouga conta com o apoio de uma
Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos no Centro
Hospitalar do Baixo Vouga. Esta equipa multidisciplinar é
composta por médicos, enfermeiros, enfermeiro de reabilitação,
assistentes operacionais, assistente social, psicólogo,
nutricionista/dietista, secretária clínica, voluntários da Liga de
Amigos do Hospital Visconde Salreu e apoio espiritual. Realiza a sua
atividade nas vertentes de consulta externa, consultadoria
intra-hospitalar e internamento na Unidade de Cuidados Paliativos.
Os Cuidados de Saúde Primários assumem a
este nível também um papel fundamental, pois Médico e Enfermeiro de
Família têm uma relação habitualmente mais próxima com o doente e a
sua família, focando-se na abordagem holística do doente. Por fim, o
Médico de Família tem ainda o dever de identificar precocemente o
doente com necessidades paliativas e, se adequado, encaminhá-lo
atempadamente para CP de nível especializado.
Dr.ª Ana Rita Pereira
Interna de Medicina Geral e Familiar
Mestranda em Cuidados Paliativos (ESALD)
Bibliografia:
Barbosa, A., Pina, P., Tavares, F. & Neto, I. (2016). Manual de
cuidados paliativos. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa.
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, disponível em
https://www.apcp.com.pt/cuidados-paliativos/o-que-sao.html |
AVC
Sinais de Alarme
O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido por
AVC, é a doença que mais mata em Portugal e a principal causa de
invalidez permanente.
Esteja atento aos seus sinais de alarme,
através da “regra dos 5 F’s”:
• Face: assimetria da face de forma
súbita, com “canto da boca” ou uma das pálpebras descaídos;
• Força: perda de força ou falta de
equilíbrio de forma súbita nos membros;
• Fala: estranha ou incompreensível, com
discurso não perceptível;
• Falta de visão súbita ou visão dupla;
• Forte dor de cabeça, diferente do padrão
habitual e sem causa aparente.
Dr.ª Catarina Fortunato
Interna de Medicina Geral e
Familiar
|