Índice do Almanaque.
 

Arte, Cultura, Tradição, Gastronomia

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Mercado Central de São Paulo

Sónia M. P. Silva & Maria L. F. Braga

Fachada do mercado de São Paulo (Brasil). Clicar para ampliar.

Fachada do Mercado Central de São Paulo (Brasil)

O Mercado Central de São Paulo, Brasil, inaugurado em 1933, é um importante entreposto comercial de atacado e varejo, especializado na comercialização de frutas, verduras, cereais, carnes, temperos e outros produtos alimentícios tais como sementes, queijos, peixes e especiarias raras em boa parte da cidade, figo da Índia e pistacho iraniano, assim como raridades da alta gastronomia, como é o caso do bem conhecido (e pouco provado) caviar, bem como trufas brancas, flores de sal e favas de baunilha.

O Mercado localiza-se no centro antigo de São Paulo, capital do Estado brasileiro, numa área do Rio Tamanduateí, no bairro Mercado na antiga Várzea do Carmo.

O "Mercadão", como é conhecido, fica em um sumptuoso prédio Neobarroco, considerado como Património Histórico.

O edifício, em estilo eclético, foi construído pelo escritório do renomado arquitecto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, sendo o desenho das fachadas de Felisberto Ranzini.

O estilo da construção escolhido foi o uso de fachadas sóbrias, com colunas internas e externas em estilo grego, jónico ou dórico. Telhas de vidros, clarabóias e vitrais complementam o conjunto, criando uma perfeita iluminação natural.

No interior, magníficos vitrais de Conrado Sorgenicht Filho chamam a atenção dos visitantes.

  Vitral do Mercado de São Paulo. Clicar para ampliar.  
 

Um dos magníficos vitrais existentes no Mercado Central de São Paulo (Brasil)

 

Ao todo são 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais. Nestes vitrais, pode-se ver o trabalho manual do colono através de suas obras compostas por paisagem de cultivo e colheita, tracção animal para o arado e para transporte, além da criação de gado e de aves.

A construção, que demorou 4 anos para ficar pronta, foi um dos últimos grandes edifícios erguidos com a intenção de consolidar São Paulo como a metrópole do café. "Ele precisava ser referência para fora da cidade", diz o historiador. O novo edifício deveria substituir o mercado velho, que ficava na Rua 25 de Março. Para a empreitada, foram contratados os arquitectos que tiraram dos alicerces o Palácio das Indústrias, o Teatro Municipal, os Correios e o Colégio Sion.

São 12.600 metros quadrados em estilo eclético, como mandava a moda na Itália, Alemanha e França. O prédio é inspirado nos mercados, catedrais e estações ferroviárias europeias. A abóbada na entrada principal é típica", explica Gonçalves. Suas colunas são em estilo grego, dórico e jónico. Já os 72 vitrais alemães, em estilo gótico, ilustram a produção agrícola e pecuária do interior paulista, especialmente a colheita do café.

Tomar um simples café da manhã no Mercado pode ser uma experiência incrível. Ao chegar já é possível notar como as cores, cheiros e sabores criam uma atmosfera única nos 12.600 metros quadrados que contemplam esta imensa feira diária.

Uma variedade de frutas, carnes, sementes, queijos, peixes e especiarias raras, como figo da Índia, pistacho iraniano, caviar, trutas brancas, flores de sal e favas de baunilha. É claro que esta variedade se faz presente também nos queijos. Os lacticínios Pirâmide são uma das lojas que deixam isso bem visível, com um imenso queijo provolone de quase dois metros de altura na entrada. Aqui é possível encontrar desde os essenciais parmesão, prato e mussarela, como também os finos Rembrandt da Holanda, o Brie da França, o Manchego da Espanha e o Serra da Estrela de Portugal.

Temperos de várias partes do mundo também podem ser encontrados . Sua próxima parada pode ser uma das lojas dedicadas exclusivamente a especiarias, que vende desde condimentos como cavalinha, orégão chileno, chili em pó e alho frito, além de uma infinidade de espécies de açafrão, como também pimentas, ervas e corantes naturais como beterraba, espinafre e aipo em pó.

Para acompanhar toda esta diversidade de alimentos, somente um bom vinho.

O Empório Luso Brasileiro tem uma das maiores e mais completas adegas . Rótulos nacionais, caros ou baratos, assim como estrangeiros, encontram-se na loja, tanto para os especialistas, quando para os consumidores esporádicos. Vinhos como o Pêra-Manca e Torre do Esporão, com valores elevados juntam-se a rótulos bem mais baratos como o chileno Casillero del Diablo. Gostos à parte, a maioria das lojas do mercado municipal contam com uma ampla oferta de vinhos.

Seus restaurantes homenageiam as principais colónias de imigrantes, ais como italiana, japonesa, espanhola, árabe, portuguesa, entre outras.

E por falar em colónia portuguesa, quero destacar aqui a Gastronomia Alentejana com o seu cardápio variado e rico, tão apreciado pelos brasileiros.

O Alentejo é a região que pratica uma cozinha original e diferente e que, como destino turístico, é difícil de igualar. Muitas são as opções para apreciar as riquezas gastronómicas alentejanas, em tascas e restaurantes de óptima qualidade.

Para bem conhecer uma cidade é importante visitar os seus mercados. É uma oportunidade a mais para identificar muitos produtos nacionais e estrangeiros, que só visualizamos nas representações artísticas expostas nos museus, nas galerias do mundo inteiro.

Presto aqui uma homenagem ao Mercado Central Paulistano que, ao longo de muitos anos, vem servindo a população e trabalhando para manter a saúde e a qualidade de vida das pessoas, cultivando a cultura e preservando o seu património histórico.

  Alguns dos muitos produtos frutícolas vendidos no Mercado Central de São Paulo (Brasil). Clicar para ampliar.  
 

Alguns dos muitos produtos frutícolas vendidos no Mercado Central de São Paulo (Brasil)

 

Cimo da páginaPágina anteriorPágina seguinte