N.º 23 –
Junho de 2002
“Vemos ouvimos e
lemos / Não podemos ignorar
Assim é. De facto é
impossível ignorar, mesmo querendo fazê-lo, o que se passa a todos os
níveis neste país.
O futebol comanda a
vida, numa estranha e absoluta promiscuidade com a política.
Os órgãos de
informação, salvo honrosas excepções, são propriedade de grandes grupos
financeiros, funcionando forçosamente e por isso mesmo como elemento
manipulador, empurrando tudo e todos para a voracidade consumista que
alimenta a mesma gente.
Faz-se, desfaz-se e
volta-se a fazer legislação, não pela sua real importância e
necessidade, mas sim por pequenas vinganças e chantagens, que somente
servem grupos, no mínimo, desfasados da realidade do Povo que produz e
paga, em quem falam tanto e tão pouco pensam.
Fala-se com ênfase em
melhorar a escolaridade, aumentar o conhecimento e a formação, mas logo
de seguida fecham-se escolas e acabam-se com os cursos nocturnos,
Promete-se melhorar
as condições de vida e a capacidade de compra dos Portugueses, para de
imediato condicionar os aumentos de salários, planear despedimentos e
aumentar os impostos.
Já não se discute
quem mente, mas sim quem mais ou quem mente menos
Quando
ouvimos com atenção o que nos dizem e procuramos entender o seu correcto
significado, para além do que de imediato está à vista, ou quando
conseguimos descortinar o que está nas caves e bastidores, verificamos
que a desvergonha é tal que, definitivamente, é o desencanto e o abate
de todas as esperanças. |