N.º 18 –
Março de 2001
Ouve-se cada coisa
quando, sobretudo às forças partidárias, à esquerda e à direita,
pretendem disfarçar a crispação realmente existente na sociedade, que
chega a ser patético, não sendo na verdade o objectivo criar alianças
para beneficio do povo, mas sim visando simplesmente atingir o
poder-pelo-poder, procurando tão somente roubar o protagonismo ao líder
do lado ou anular o partido vizinho roubando-lhe quadros e/ou ideias e,
por consequência, agressividade.
Transforma-se a lei
da procura e da oferta (o mercado) natural, num ser, embora
intangível, vivo, patrão de uma forma de ditadura, que se alimenta da
crispação acima falada e por sua vez criada intencionalmente pelo grande
capital, que guia/governa os políticos e a política a seu bel-prazer,
com honrosas excepções, fazendo crescer/engordar as grandes potências,
elas próprias, por sua vez, na realidade ingovernáveis e
auto-destruidoras.
Face a isto, lutar
por “pequenas” causas, como defender o seu cantinho cultural, é roubar
bocados à “vida”, como se não houvesse amanhã.
É contrariar coisas
aparentemente incontrariáveis.
É tentar deixar uma
marca do querer de quem percebeu a voracidade do predador, que também o
é sem o querer.
Em suma, o que se
ouve, comparando com a prática de quem o diz, cada vez que se aproxima
uma eleição, dói e anula.
Por favor, deixem-se de “tangas” e dignifiquem a política, da qual são
profissionais e, para tal pagos. |