1750-01-27 — Faleceu no Convento de Azurara o ilustre
franciscano Frei José de Aveiro que, em 23 de Setembro de 1730, fora
eleito definidor da sua Ordem na Província do Minho. Pregador insigne,
foi um religioso de preclaras virtudes, sendo extrema a sua caridade
para com os pobres e os enfermos, que visitava e tratava pessoalmente
(Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 51-52) – A.
1750-04-19 — Nasceu o insigne franciscano aveirense Frei
Francisco Nunes da Costa, muito versado em Humanidades e Filosofia,
conhecedor profundo do Grego e do Hebraico, teólogo eminente e orador,
escritor e poeta de merecimento (Academia das Ciências de Lisboa,
Manuscrito 505-V, fls. 117-119) – A.
1750-04-25 — Foi baptizado na freguesia de S. Bartolomeu, de
Coimbra, D. Manuel Pacheco de Resende, futuro bispo de Aveiro, filho do
liceniado Custódio Pacheco de Resende, natural da Ilha de S. Miguel, e
de D. Maria Joaquina, natural de Coimbra (Arquivo do Vaticano, Processo
Consistorial n.º 211, fl. 80) – A.
1750-04-29 — Foi baptizado na igreja de S. Miguel – um
manuscrito diz que nasceu neste dia – o aveirense Frei Francisco Nunes
da Costa, que professou na Ordem de S. Francisco e passou mais tarde a
freire da Ordem de S. Tiago da Espada, sendo despachado pároco de uma
das freguesias da vila de Palmela. Muito versado em línguas orientais,
usava com perfeição o Português e o Latim, conhecendo-se dele uma ode,
três epigramas e uma oração parenética (Academia das Ciências de Lisboa,
Manuscrito 349-V, fl. 16) – A.
1750-05-08 — Foi passada provisão de qualificador do Santo
Ofício a Frei Francisco de Azurara, religioso franciscano da Província
da Soledade, morador no seu Convento da vila de Aveiro, ex-leitor de
Teologia no Convento de S. Frutuoso de Braga, natural de Azurara, Vila
do Conde (Arquivo, XXX, pg. 145) – J.
1750-05-18 — Por carta desta data, dirigida ao bispo-conde de
Coimbra, D. Miguel da Anunciação, El-Rei D. João V deu licença para a
abertura do riquíssimo túmulo da Princesa Santa Joana, em ordem à
organização do processo de canonização – o que se veio a fazer em 1 de
Junho seguinte (Crónica, pg. 291) – A.
1750-06-01 — O bispo de Coimbra D. Miguel da Anunciação
procedeu à abertura do túmulo e ao exame das relíquias de Santa Joana
Princesa, em ordem ao processo de canonização (Crónica; pg. 291) – A.
1750-06-24 — O bispo de Leiria, D. Frei João de Nossa Senhora
da Porta, erigiu uma freguesia à qual deu o nome do Senhor dos Milagres,
cujo templo paroquial teve origem num caso julgado extraordinário, que
ocorreu em 1728, graças ao valimento do Senhor Jesus dos Milagres, ou
das Barrocas de Aveiro, em favor de Manuel Francisco Maio (Padre José
Ferreira Lacerda, Breves apontamentos para a história da fundação da
igreja do Senhor Jesus dos Milagres no concelho de Leiria, 1913, pg. 44)
– J.
1751-02-12 — El-Rei D. José I autorizou que fossem cobrados
dois réis em cada quartilho de vinho e em cada arrátel de carne, os
quais seriam aplicados nos trabalhos da abertura da barra nova de
Aveiro; o produto do imposto, cobrado enquanto durassem as obras, seria
guardado num cofre próprio (Livro dos Registos, fls. 296-296v;
Colectânea, II, pgs. 569-570) – J.
1751-02-26 — El-Rei D. José I houve por bem conceder que a
sisa dobrada se aplicasse na obra da barra de Aveiro, como já havia
determinado por decreto de 1 do corrente (Livro dos Registos, fls.
296v-297; Colectânea, II, pgs. 570-571) – J.
1751-05-11 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
José da Costa Ferreira, negociante, natural da freguesia de Santo
Isidoro da vila de Eixo e morador em Lisboa (Arquivo, XXXV, pgs.
232-233) – J.
1751-07-03 — Foi passada a Francisco Gomes Neves provisão do
cargo de escrivão do celeiro da Comenda da Ordem de Avis na vila de
Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 32v)
– A.
1752-05-04 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício ao
bacharel Luís António Rosado da Cunha, eleito juiz de fora da cidade do
Rio de Janeiro, Brasil, natural de Guimarães mas na ocasião residente na
freguesia de S. Miguel, da vila de Aveiro (Arquivo, XXXVIII, pg. 79) –
J.
1752-05-24 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Manuel de Almeida, boticário, natural da freguesia de S. Miguel, da vila
de Aveiro, filho do alfaiate Manuel de Almeida (Arquivo, XXXIX, pgs.
58-59) – J.
1752-05-26 — Após pleito judicial, a Casa de Aveiro foi
confirmada em favor de D. José de Mascarenhas, sendo o oitavo duque de
Aveiro (Arquivo, XXXVIII, pg. 275) – J.
1752-08-17 — Por acórdão da Relação de Lisboa, que confirmou
a sentença dada a seu favor em 1749 e confirmada em 26 de Maio de 1752,
contra D. António de Lencastre Ponce de Leão, entrou na posse da Casa de
Aveiro D. José de Mascarenhas e Lencastre, oitavo e último duque de
Aveiro (António Caetano de Sousa, Memórias Históricas e Genealógicas dos
Grandes de Portugal, pg. 26; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, II, fl. 253. Marques Gomes, em Memorias de Aveiro, pg. 41,
equivocou-se na data) – J.
1752-08-25 — De acordo com sentenças de 1749 e 1752 e com o
decreto de 17 de Agosto de 1752, El-Rei D. José I publicou uma provisão
para que D. José de Mascarenhas e Lencastre, marquês de Gouveia, tomasse
posse efectiva – como oitavo duque – dos bens da Coroa pertencentes à
Casa de Aveiro, o que aconteceu em 4 de Setembro seguinte (Livro dos
Registos, fl. 298; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos,
II, fls. 253-254; Arquivo, XXXVIII, pg. 277) – J.
1752-09-04 — D. José de Mascarenhas e Lencastre, oitavo duque
de Aveiro, tomou posse efectiva dos bens da Casa de Aveiro, mediante
procurador (Livro dos Registos, fl. 299; Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, II, fl. 255; Arquivo, XXXVIII, pg. 278) – J.
1752-10-20 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Manuel da Silva Pereira, mestre oleiro, natural da freguesia do Espírito
Santo, da vila de Aveiro, e morador na freguesia de S. Miguel, da mesma
vila (Arquivo, XL, pg. 304) – J.
1752-11-22 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Manuel Francisco da Maia, mercador, natural da Quinta do Picado, da
freguesia de S. Pedro de Aradas, morador em Coimbra (Arquivo, XXXIX, pg.
288) – J.
1753-02-02 — Foi erecta na capela de Santo António da
Oliveirinha, então da freguesia de Eixo, a Irmandade de Nossa Senhora
dos Remédios, cujos estatutos foram aprovados pelo bispo de Coimbra, D.
Miguel da Anunciação, em 22 de Março de 1753 (Padre António Valente
Nunes Antão, Alguns Apontamentos para a História da Oliveirinha, pgs. 4
e 11) – J.
1753-03-09 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício ao
Bacharel Inácio de Carvalho e Freitas, provedor da Comarca de Aveiro em
1773, natural da freguesia de Santa Maria da vila de Tondela (Arquivo,
XXXI, pgs. 308-309) – J.
1753-04-12 — Professou no Colégio de Coimbra da Ordem
Terceira da Penitência o ilustre aveirense Frei Manuel de Santa Teresa,
filho de António Leite Gomes e de Joana Angélica (Academia das Ciências
de Lisboa, Manuscrito 353-V, inumerado) – A.
1753-07-07 — Foi passada provisão do lugar de escrivão do
celeiro da Comenda de Avis, na vila de Aveiro, a Francisco Gomes Nunes,
que teve provisão semelhante em 3 de Julho de 1751 (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 174v) – A.
1753-07-23 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Manuel Ribeiro de Pinho, natural da vila de Esgueira, homem de negócio
para o Maranhão e Pará, no Brasil (Arquivo, XL, pg. 223) – J.
1754-01-09 — Foi passada carta de apresentação da vigararia
da igreja do Espírito Santo, da vila de Aveiro, ao Padre Manuel
Rodrigues de Figueiredo (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis,
livro 37, fl. 149) – A.
1754-02-07 — Foi passada ao Padre Francisco Gomes Nunes (sic)
provisão de escrivão do celeiro da Comenda da vila de Aveiro (Torre do
Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 210) – A.
1754-03-01 — Foi passada provisão de escrivão do celeiro da
Comenda da vila de Aveiro ao Padre Luís dos Reis (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 213) – A.
1754-03-11 — Foi passada carta de apresentação da coadjutoria
da igreja matriz de S. Miguel, da vila de Aveiro, ao Padre Manuel dos
Santos Pereira (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37,
fl. 215v) – A.
1754-03-15 — Foi passada provisão de comissário a Frei Manuel
da Cruz Mendes, professo da Ordem de S. Bento de Avis, bacharel formado
na Faculdade dos Sagrados Cânones da Universidade de Coimbra,
beneficiado coadjutor da igreja matriz de S. Miguel e natural da
freguesia da Vera-Cruz, da vila de Aveiro (Arquivo, XXXIX, pg. 213) – J.
1754-06-11 — Foi passada a Manuel Dias dos Reis uma provisão,
referente ao celeiro das dízimas da Colegiada de S. Miguel de Aveiro
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 226) – A.
1754-06-18 — Foi passada provisão de comissário da Santo
Ofício ao Padre João Pedro Miguéis Corrales, bacharel formado na
Faculdade dos Sagrados Cânones, protonotário apostólico de Sua Santidade
e vigário da igreja paroquial de S. Julião de Cacia, natural da
freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, da vila de Aveiro (Arquivo,
XXXIV, pgs. 67-68) – J.
1754-06-19 — Foi passada uma nova provisão de escrivão do
celeiro da Comenda da vila de Aveiro ao Padre Francisco Gomes Neves
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 228) – A.
1755-02-24 — Foi passada provisão de escrivão do celeiro da
Comenda da vila de Aveiro ao Padre Francisco Neves (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 277) – A.
1755-07-01 — Foi passada provisão de comissário do Santo
Oficio ao Padre Manuel da Cruz Salgueiro, bacharel formado nos Sagrados
Cânones e vigário colado da igreja de Reveles, Montemor-o-Velho, natural
da vila de Aveiro (Arquivo, XXXIX, pgs. 213-214) – J.
1755-07-16 — Foi passada carta de apresentação de benefício
simples na igreja de S. Miguel, da vila de Aveiro, a D. José de Faes
(Torre do Tombo, Cancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 306) – A.
1755-08-23 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Manuel da Rocha Ferreira, mercador, natural de S. Pedro de Aradas e
morador em Lamego (Arquivo, XL, pg. 223) – J.
1755-10-04 — El-Rei D. José I condescendeu em fazer mercê do
título de duque de Aveiro, mas em sua vida somente e não de juro e
herdade, a D. José de Mascarenhas, marquês de Gouveia e já senhor da
Casa de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. José I, livro 84, fls.
175-175v; Arquivo, XXXVIII, pgs. 279-280) – J.
1755-10-08 — Foi passada provisão de comissário do Santo
Ofício ao Padre João Correia da Costa, reitor da igreja de Santo Isidoro
de Eixo, natural da freguesia de Almalaguez (Arquivo, XXXIII, pg. 139) –
J.
1755-11-01 — Segundo as informações datadas de Maio do ano
seguinte e subscritas pelos párocos das freguesias da então vila de
Aveiro – São Miguel, Espírito Santo, Vera-Cruz e Nossa Senhora da
Apresentação – e ainda pelos das freguesias de Aradas, Cacia, Eixo,
Esgueira e Requeixo, sabe-se que o violento terramoto deste dia causou,
nesta vila e nas freguesias limítrofes, o desabamento de algumas casas,
brechas em muitas outras, vários danos em igrejas, conventos e capelas,
ondas alterosas no mar, ruídos estranhos no subsolo e até o badalar
incontrolado dos sinos na matriz de Aveiro (Arquivo, XXII, pgs. 121-138
e 167-168) – J.
1756-02-27 — Foi passada carta de familiar do Santa Ofício a
João Ferreira de Sousa morador na vila de Aveiro, mas natural de Ouvinho
de Cima, freguesia de Santa Leocádia de Briteiros, Guimarães (Arquivo,
XXXIII, pg. 151) – J.
1756-05-08 — O vigário da freguesia da Vera-Cruz, Frei Manuel
da Cruz Mendes, deu a sua informação sobre os efeitos do terramoto de 1
de Novembro de 1755, respondendo assim ao inquérito ordenado pelo
Marquês de Pombal (Arquivo, XXII, pgs. 134-136) – J.
1756-05-09 — O vigário da freguesia de Nossa Senhora da
Apresentação, da então vila de Aveiro, Frei António da Cruz, deu a sua
informação sobre os efeitos do terramoto de 1 de Novembro de 1755,
respondendo assim ao inquérito ordenado pelo Marquês de Pombal (Arquivo,
XXII, pgs. 125-129) – J.
1756-05-10 — O pároco da freguesia de Requeixo, Padre Dr.
Manuel Gonçalves Martins, deu a sua informação sobre os efeitos do
terramoto de 1 de Novembro de 1755, respondendo assim ao inquérito
ordenado pelo Marquês de Pombal (Arquivo, XXII, pgs. 167-168) – J.
1756-05-12 — O prior da igreja e freguesia de S. Miguel, da
então vila de Aveiro, Frei Paulo Pedro Ferreira Granado, deu a sua
informação sobre os efeitos do terramoto de 1 de Novembro de 1755,
respondendo assim ao inquérito ordenado pelo Marquês de Pombal (Arquivo,
XXII, pgs. 129-133) – J.
1756-05-13 — O pároco de Aradas, Padre José Filipe da
Fonseca, deu a sua informação sobre os efeitos do terramoto de 1 de
Novembro de 1755, respondendo assim ao inquérito Ordenado pelo Marquês
de Pombal (Arquivo, XXII, pgs. 121-123) – J.
1756-05-13 — O vigário de Cacia, Padre João Pedro Miguéis
Carvalho, deu a sua informação sobre os efeitos do terramoto de 1 de
Novembro de 1755, respondendo assim ao inquérito ordenado pelo Marquês
de Pombal (Arquivo, XXII, pgs. 136-137) – J.
1756-05-16 — Foi passada carta de familiar da Santa Ofício a
Bento Ferreira Guimarães, mercador em Aveiro (Arquivo, XXVI, pg. 212) –
J.
1756-05-27 — El-Rei D. José I, para atender as reclamações
dos aveirenses, resolveu ordenar as obras de melhoramento da barra,
para o que criou a Superintendência das Obras da Barra e lançou o
imposto do «real de água», a pagar por todas as câmaras municipais da
Comarca de Esgueira, o qual consistia num real em cada quartilho de
vinho e outro em cada arrátel de carne (Arquivo, I, pg. 223, XXII, pg.
237, e XXXIX, pg. 123) – J.
1756-06-13 — Professou na Ordem Terceira de S. Francisco, no
Colégio de Coimbra, o eminente professor, orador sagrado e escritor
aveirense Frei António da Purificação e Silva (Academia das Ciências de
Lisboa, Ms. 505-V, fls. 38-40) – A.
1756-08-10 — Do assento de óbito lavrado pelo coadjutor Frei
Manuel dos Santos consta que, na sua residência, na Rua Nova do Campo –
depois Rua das Beatas, da Sé e actualmente do Capitão João de Sousa
Pizarro – faleceu repentinamente o Dr. Brás Luís de Abreu, médico sábio
e distinto, sacerdote franciscano, que teve uma vida atribulada, cujo
cadáver foi sepultado na capela-mor da igreja do Recolhimento de S.
Bernardino. Camilo Castelo Branco imortalizou-o no romance histórico «O
Olho de Vidro» (Arquivo do Distrito de Aveiro, Livro de Óbitos da
freguesia de S. Miguel; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, VI, fl. 103. Marques Gomes, em O Districto de Aveiro, pg.
135, diz erradamente que ele morreu no Convento de Santo António) – J.
1756-10-05 — Professou em Coimbra, na Ordem Terceira da
Penitência, o ilustre aveirense Frei Francisco das Chagas, filho de
Manuel da Maia e de Joana Inácia (Academia das Ciências de Lisboa,
Manusc. 353-V, inumerado) – A.
1756-12-16 — Com 61 anos de idade, faleceu no Recolhimento de
S. Bernardino, em Aveiro, – que algures se afirma ter falecido em 16 de
Agosto de 1756 – a Irmã D. Josefa Maria do Santíssimo Sacramento, que
vivera casada com o célebre médico Dr. Brás Luís de Abreu, conhecido
pelo nome de «Olho de Vidro» (Arquivo, I, pgs. 213-215) – A.
1757-01-27 — Por um aviso régio desta data, o ilustre
aveirense João de Sousa Ribeiro da Silveira, capitão-mor de Ílhavo, foi
autorizado a fazer à sua custa um regueirão na areia, a fim de se
escoarem as águas para o mar, como efectivamente fez no local da
Vagueira, onde outrora estivera a barra (Livro dos Registos, fl. 315;
Colectânea, II, pgs. 611-612; Arquivo, I, pgs. 223-224) – A.
1757-02-21 — O ilustre aveirense Doutor Frei Manuel da Cruz
Mendes, foi o nono vigário da primitiva freguesia da Vera-Cruz, fez o
testamento de todos os bens, vinculados a obrigações, em favor de seu
irmão, o bacharel António Tomás da Cruz Mendes (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 136) – J.
1757-11-05 — Foi passada a Carlos José Moreira provisão da
tesouraria da igreja de S. Miguel da vila de Aveiro (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 396) – A.
1757-11-09 — Foi passada carta de apresentação da vigararia
da igreja da Vera-Cruz, da vila de Aveiro, ao Padre Manuel dos Santos
Pereira (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 57, fl.
401) – A.
1757-12-08 — O aveirense João de Sousa Ribeiro da Silveira,
capitão-mor de Ílhavo, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e formado
nos Sagrados Cânones pela Universidade de Coimbra, acabou a abertura de
uma vala entre a ria e o mar, em frente do chamado Forte Velho, meia
légua a sul da povoação de São Jacinto – trabalho realizado à sua custa
e que iniciara em 11 de Fevereiro passado. Esta barra, feita em
condições precárias, ainda se manteve em relativa segurança até Abril de
1768 (Arquivo, XL, pgs. 186-187 e 196) – J.
1758-01-21 — Foi passada provisão de escrivão do celeiro da
Comenda da vila de Aveiro ao Padre José Dias dos Santos (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 424v) – A.
1758-03-16 — O Padre Luís Carlos das Póvoas Coutinho, pároco
de S. Julião de Cacia, deu por terminada a interessante memória
paroquial sobre a sua freguesia, respondendo ao interrogatório que
superiormente lhe fora enviado. (Câmara Municipal de Aveiro, Cacia e o
Baixo-Vouga, 1984, pgs. 29-33) – J.
1758-04-10 — O Padre Paulo Teixeira de Queirós concluiu a
memória paroquial sobre a freguesia de Esgueira, de que era vigário,
onde há elementos de interesse local (O Nosso Jornal, Cacia, 25-12-1979)
– J.
1758-05-15 — O Padre João Correia da Costa, pároco de Santo
Isidoro de Eixo, respondeu ao interrogatório sobre a sua freguesia, onde
há pormenores interessantes para a história local (Torre do Tombo,
Diccionario Geographico, XIII, pg. 63; O Nosso Jornal, Cacia,
25-10-1981, onde erradamente se indica a data de 25-5-1758) – J.
1758-08-04 — Foi passada ao Padre Manuel Marques de
Figueiredo carta de apresentação de futura sucessão na vigararia da
igreja aveirense de Nossa Senhora da Apresentação (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 37, fl. 429v) – A.
1758-12-13 — O Desembargador José António de Oliveira Machado
prendeu o oitavo duque de Aveiro, D. José de Mascarenhas e Lencastre,
acusado de cumplicidade no atentado de 3 de Setembro do mesmo ano contra
El-Rei D. José I, sendo a prisão efectuada na quinta que aquele titular
possuía em Azeitão (Marques Gomes, Memórias de Aveiro, pg. 43) – A.
1758-12-16 — El-Rei D. José I, numa carta assinada em Belém,
ordenou ao Dr. Miguel de Arriaga Brum da Silveira, do seu Desembargo,
que suspendesse todos os magistrados e oficiais da justiça postos pelo
duque de Aveiro nas comarcas de Coimbra e de Esgueira e na ouvidoria de
Montemor-o-Velho e, em seguida, em nome de Sua Majestade, os restituísse
no exercício dos seus cargos, enquanto não fosse determinado o
contrário. O auto de suspensão realizou-se no dia 28 do corrente mês
(Livro dos Registos, fls. 301v-302v; Colectânea, II, pgs. 582-583;
Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 289) – J.
1758-12-28 — Após uma reunião na Câmara Municipal de Aveiro,
presidida pelo Dr. Miguel de Arriaga Brum da Silveira, do Desembargo de
Sua Majestade, foi neste dia lavrado e assinado o auto de suspensão dos
magistrados e oficiais de justiça, postos nesta vila pelo duque de
Aveiro – que logo foram restituídos aos seus cargos – conforme ordem de
El-Rei D. José I, passada em Belém no dia 16 de Dezembro corrente (Livro
dos Registos, fls. 301v-302v; Colectânea, II, pgs. 582-585; Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 290) – J.
1759-01-06 — A Câmara Municipal de Aveiro, que, em nome do
povo da vila, havia prestado juramento de fidelidade a El-Rei D. José I
perante o prior de S. Miguel, Frei Paulo Pedro Ferreira Granado,
representou que não queria continuar a ter por donatário o duque de
Aveiro, «o homem que havia atentado contra a vida do seu rei e senhor».
Seguiu-se o canto do te-deum e fez-se «com muita pompa uma procissão por
toda a vila, indo nela o Senhor Sacramentado» (Livro dos Registos da
Camara da Villa de Aveiro, fls. 302v-303; Colectânea, II, pgs. 583-584;
Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 43; Arquivo, I, pg. 21) – A.
1759-01-12 — Por uma duríssima sentença desta data, o duque
de Aveiro, D. José de Mascarenhas, foi condenado à morte como cúmplice
do atentado cometido contra El-Rei D. José I na noite de 3 de Setembro
de 1758. Seus bens seriam incorporados nos da Fazenda Real, sendo
demolido o palácio de Belém, onde habitava, e o chão salgado para que
nada aí se produzisse (Collecção dos Breves Pontificios e Leis Regias de
1741 etc., n.º XII; lndices e summarios etc., 2ª parte, fasc. III, pgs.
260 e 261; Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 43; Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 294) – A.
1759-01-13 — Com requintes de ferocidade, foi executada a
sentença proferida no dia anterior contra o duque de Aveiro, D. José de
Mascarenhas, que morreu no cadafalso, em Belém, no meio dos mais
horríveis sofrimentos (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, II, fls. 303 e ss.) – A.
1759-01-17 — Um alvará desta data «trancou» a doação de
Montemor-o-Velho, Penela e Reguengo de Camponês ao senhor de Aveiro D.
Jorge, para que em nenhum tempo se pudesse extrair dela cópia alguma. A
doação era de 27 de Maio de 1500 (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João
III, livro 71, fl. 309) – A.
1759-01-17 — El-Rei D. José I extinguiu a Casa e o Ducado de
Aveiro (Colecção das Leys, Decretos, e Alvarás d’El Rey Fidelissimo D.
Joze o I, Tomo II, Lisboa, 1762) – J.
1759-04-11 — Por um alvará deste dia, El-Rei D. José I,
considerando a situação natural, povoação e circunstâncias que
concorriam na vila de Aveiro e nos seus habitantes, e folgando pelos
ditos respeitos, e por outros que inclinaram a sua real benignidade,
houve por bem elevar a dita vila de Aveiro, notável por mercê filipina,
à dignificante categoria de cidade (Litoral, 13-9-1958; Arquivo, I, pg.
25) – A.
1759-05-11 — Foi passada carta de apresentação de benefício
simples na igreja de S. Miguel, de Aveiro, a Frei Sebastião de Sá e Melo
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 39, fl. 35) – A.
1759-06-01 — A Câmara Municipal resolveu agradecer a El-Rei
D. José I a mercê da elevação da vila a cidade, encarregando o aveirense
João de Sousa Ribeiro da Silveira, cavaleiro da Ordem de Cristo e
capitãomor de Ílhavo, de beijar a mão de Sua Majestade e de lhe pedir
dispensa do pagamento de direitos (Arquivo, I, pg. 22) – A.
1759-07-25 — Em observância do alvará de 11 de Abril de 1759,
foi publicada a carta de lei que elevou a antiga vila de Aveiro à
categoria de cidade (Livro dos Registos, fls. 303v-305; Colectânea, II,
pgs. 586-588) – A.
1759-09-07 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
D. António Joaquim de Castelo-Branco Correia da Cunha, conde de
Pombeiro, filho da Condessa D. Pelágia Teresa Agostinha Belchiora de
Almada e Noronha, que fora baptizada na ermida de Verdemilho (Arquivo,
XXV, pg. 209) – A.
1759-09-29 — Em sessão da Câmara Municipal, e estando
presentes a nobreza e muito povo, João de Sousa Ribeiro da Silveira fez
entrega da carta que elevou Aveiro à categoria de cidade. Feita a
publicação, saíram todos para a vizinha igreja matriz, onde se celebrava
neste mesmo dia a festa de S. Miguel, e, ainda de manhã, «se cantou com
boa música uma Missa solene e orou com admirável estilo o M.R.P.M. Frei
Bernardo de S. José Magalhães, da Sagrada Religião dos Pregadores»; de
tarde, «cantou-se o te-deum e se fizeram várias preces pela duração da
vida, saúde e felicidades do nosso ínclito Soberano, a que se seguiu uma
pomposa procissão por várias ruas, que estavam vistosamente
ornamentadas». As demonstrações de alegria, com «luminárias, iluminações
de diferentes artifícios e encamisadas de primorosa ideia», continuaram
nos dias seguintes; além disso, «correram em algumas tardes touros e
tudo se fez com galantaria e grandeza» (Gazeta de Lisboa, n.º 44,
1-11-1759; Padre João Vieira Resende, Monografia da Gafanha, pgs.
171-172; Arquivo, I, pgs. 21-27) – J.
1759-10-13 — El-Rei D. José I, ainda nesta data, fez mercê ao
Bacharel Manuel de Faria Souto, antigo juiz do Fundão, do lugar de
provedor de Esgueira (Torre do Tombo, Desembargo do Paço, Documentos
Originais, 1758-1759; Arquivo, XXIV, pgs. 58 e 78-79) – J.
1759-10-13 — Também nesta data, El-Rei D. José I nomeou o
Bacharel António de Jesus e Silva para corregedor de Aveiro (Torre do
Tombo, Desembargo do Paço, Originais, 1758-1759; Arquivo, XXIV, pgs. 58
e 79) – J.
1759-10-19 — El-Rei D. José I nomeou António de Jesus e Silva
para o cargo de corregedor da Correição ou Comarca de Aveiro, que até
então se denominava de Esgueira (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 19) – J.
1759-11-01 — A Gazeta de Lisboa, deste dia, em
correspondência de Aveiro datada de 6 de Outubro, publicou uma
circunstanciada notícia das imponentes festas realizadas em 29 de
Setembro por motivo da apresentação, feita na Câmara Municipal, da carta
régia que, em conformidade com o alvará de 11 de Abril, elevou a vila a
cidade (Arquivo, I, pgs. 22-23) – A.
1759-11-15 — El-Rei D. José I mandou que servisse de
corregedor da Comarca de Aveiro o juiz de fora Dr. Miguel Pereira de
Castro Padrão, uma vez que o monarca havia separado a jurisdição do
corregedor de Aveiro da do corregedor de Coimbra (Livro dos Registos,
fls. 305-305v; Colectânea, II, pgs. 588-589) – J. |