Vaz Craveiro, A eleita do Senhor!, Vol. XVIII, pp. 277-278.

A ELEITA DO SENHOR!...

Na clausura sagrada
Do seu humilde Mosteiro,
Faleceu, santificada,
A Padroeira de Aveiro!...


– A sacrossanta Princesa
Filha do Rei Afonsino,
(Trocando o Paço, a Nobreza,
P'lo virtuoso destino
De freira dominicana,)
Foi exemplo fidedigno
Do que vale o amor em Deus!


Tão virtuosa quão bela,
Seus olhos volve para os céus
Onde brilhava a Estrela
Que lhe marcava o Caminho...


Alheia a sonhos de amor,
Seu corpo martirizando
No rude leito de pinho,
– Dia e noite e a toda a hora
A linda e nobre Senhora,
Vai sofrendo e vai rezando
Pela Fé no Salvador!...


No ermo da sua cela
Tantas graças irradia
De Pureza e de Virtude,
Que as irmãzinhas, ao vê-la
No seu místico esplendor,
Vão murmurando à porfia:
– A nobre filha do Rei,
É Eleita do Senhor!...

[Vol. XVIlI - N.º 72 - 1952] / 278 /

Memória dos seus milagres,
Humildades de atitudes,
...Quem nas pudera trovar?
E a Fé que transparece
Da Graça que não lhe finda,
– Quem na pode comungar?


– Como se um lírio divino
Em sua alma nascesse
A alumiar-lhe o Destino,
... Cinco séculos!... e ainda
Este lírio floresce
Como luz de eterna Graça!


– Oh! quem pudesse trovar,
Neste momento que passa,
Uma oração, qualquer reza,
Na virtude que promana
Da Vida desta Princesa,


Princesa Santa Joana?!!!...

Ílhavo, 1952.

VAZ CRAVEIRO

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