NENHUMA obra de EÇA DE
QUEIRÓS melhor se presta
a mostrar o processo de trabalho do autor do que a
sua primeira grande produção, a mais notável e também a mais discutida de
todas − O Crime do Padre
Amaro. É curiosa a génese desse romance, a sua história
externa, porque a outra, a da sua concepção, a começar pelo
título, completamente nos escapa, visto EÇA nada ter deixado
escrito a tal respeito. Além disso, é muito arriscado lançarmo-nos no pélago
de hipóteses sem base, sempre sujeitas à censura ou cepticismo de quem lê.
É preferível pisar em
terreno firme, onde menos sujeito se está a escorregar...
Da obra foi feito o primeiro esboço em 1870. Sabemos,
por confissão do autor e pelo depoimento de contemporâneos, que o trabalho estava pronto quando EÇA foi exonerado do cargo de administrador de Leiria, em 1871. Em fins
de 1872, partiu o escritor para Havana; e sabe-se que aquela primeira
versão do romance foi publicada, por iniciativa de
JAIME BATALHA REIS e sem autorização do autor, na "Revista
Ocidental", desde 15 de Fevereiro a 15 de Maio de 1875.
Em 1876, veio a lume, em livro, a refundição da obra; e em 1889, com profundas modificações, a redacção que hoje
corre.
Olhando-as no seu conjunto, as principais personagens que figuram nas três versões do romance são: o Padre Amaro,
Amélia, João Eduardo; a S. Joaneira; o cónego Dias e D. Josefa,
irmã dele; as senhoras Gansosos (D. Joaquina e D. Ana);
D. Maria da Assunção; o Libaninho e o Artur Couceiro;
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o tio Cegonha; os padres Brito e Natário; as criadas Ruça
e Maria Vicência; e a Dionísia. − A Marquesa de Alegros e
a filha, e o Padre Liset são figuras evocadas na parte do
romance em que se relatam a infância e a ordenação e nomeação do protagonista.
O antecessor de Amaro na paróquia de Leiria chama-se
José Miguel na primeira versão e José Miguéis nas restantes;
o sineiro chama-se António na primeira e tio Esguelhas nas
outras; ao advogado Dr. Silves da primeira corresponde o Dr. Godinho
da segunda e terceira.
Na segunda edição, de 1876, aparecem três personagens novas: o
redactor
Agostinho; o Dr. Gouveia, médico; e o Morgado de Poiais.
Todas são mantidas na terceira versão,
em que surgem mais três, com notável intervenção no entrecho: o «abade» Ferrão; a
Totó, filha do sineiro; e a tecedeira de anjos, além de outras de muito menor importância.
A quinta de D. Josefa, onde Amélia morre, situou-a o
autor em Cortegaça nas duas primeiras redacções − por
lapso escrita Cortegana na de 1875 − e na Ricoça na última.
A primeira redacção abre com um capítulo de que o autor
pouquíssimo aproveitou nas duas subsequentes. Aqui o transcrevemos na íntegra, para conhecimento de quem nunca o haja lido:
«Era em Leiria. Começava então a construir-se a
estrada da Figueira: o velho passadiço de pau, sobre a
ribeira do Lis, tinha sido destruído, e já se passava sobre
a ponte nova, baixa, com dois arcos de pedra, fortes,
atarracados e largos. Para diante revolvia-se ainda o
terreno, desbastavam-se os silvados, esboroavam-se montes de saibro, e a espaços erguiam-se os montes de cascalho; com os seus grandes chapéus desabados os calceteiros britavam o calhau, e viam-se os grossos cilindros
de pedra que acamam e recalcam os macadams, um pouco
enterrados na terra negra com as ultimas chuvas de Maio.
Sobre a ponte a paisagem é larga e de alta respiração.
Para o lado do interior, donde o rio vem, elevam-se
colunas baixas cobertas das ramas verde-negras dos
pinheiros, ou, a espaços, escalvadas, onde fazem nódoa,
as grandes amarelidões dos saibros: em baixo, na espessura dos arvoredos, estão os casais.
Às vezes numa clareira, ao
sol, uma parede branca e caiada destaca-se
na clara tranquilidade das tardes, e esbatem-se no ar os fumos
esbranquiçados das lareiras. Da banda da cidade,
que é também a do mar, para onde o rio vai entre dois
renques de salgueiros esguios e pálidos, estende-se até,
aos primeiros areais, o campo de Leiria, verde, fecundo
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com o aspecto das águas abundantes e batido da larga
luz. Da cidade vêem-se apenas alguns telhados negros,
as cantarias pardas, pesadas e jesuíticas da Sé, o muro do cemitério
coberto de parietárias, deixando ver as
pontas agudas dos ciprestes; e sobre o seu escuro
monte, revolvido e duro, ouriçado de vegetações rebeldes, estão as ruínas do castelo, destacando em negro,
quadradas, com um grande ar histórico.
Ao fim da ponte uma pequena rampa desce para a
alameda à beira do rio. Há ali árvores antigas; e o chão
baixo, ao abrigo dos ventos inquietos, tem quase sempre
uma camada amarela e pisada de folhas secas. Duas
velhas mós de moinho, esquecidas ali, esverdeiam-se de
musgos. A alameda é curta, e acaba num caminho
estreito, vincado das rodas dos carros, que leva para os
campos e para as fazendas distantes, apertado e quase
escondido entre as duas altas sebes de relva: é a azinhaga.
Do outro lado do rio, defronte da alameda, são campos
cultivados, que chegam quase junto da água: apenas um pequenino caminho, negro, húmido, lodoso, com
ervas
pobres que agita a palpitação da corrente segue rente do
silvado que fecha as culturas, ao longo do rio. Por ali,
em Junho, uma tarde, ainda na luz vigorosa, caminhavam
de vagar, com o seu passo poderoso e tranquilo, duas
grandes vacas. Guardava-as com uma vergasta uma rapariga de dez anos:
era esguia, magrinha, com sardas,
um lenço vermelho na cabeça de onde caíam felpas esguedelhadas e secas, os
ombros, com saliências de ossos, um
colete desbotado de atacador e uma sainha curta. A água
ia clara, numa toalha delgada e vagarosa; pedaços de areia
em seco reluziam; e o rio arrastava-se com um marulho
doce todo enrugado do roçar dos seixos; e os arcos estendiam na água a sua sombra maciça. O ar estava imóvel, penetrado de luz; nos campos viam-se às vezes, entre os milhos, os chapéus negros, as brancuras de camisas que se moviam. Os pássaros
chilreavam: e como havia ali madressilvas, ainda àquela hora as
borboletas brancas, aos pares, esvoaçavam palpitando. Sentia-se a grande
distância um tambor. A estrada estava solitária: um ou
outro homem vinha da cidade montado na sua égua,
direito, de jaqueta ao ombro. O cajado entalado entre a
perna e o albardão coberto com uma pele de cabra, trotando num choito indolente para o lado das freguesias...
E ainda todo o céu tinha a cor duma velha porcelana azul.
As vacas tinham parado com a cabeça erguida, derramando em roda o seu olhar tranquilo, e a rapariga
procurava as amoras que já começavam a escurecer nas
sebes, quando um rapaz de onze anos que viera pela
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azinhaga, parou á beira da água, com uma canastra de erva à cabeça, e
umas compridas calças azuladas que arrastavam.
− Oh Farrusca, gritou ele, passa para cá as vacas.
− Passa tu, disse a
rapariga com a sua vozinha arrastada e ranhosa.
O rapaz arregaçou as calças, e com um grande ruído
na água, chapinhando, com as pernas muito abertas, ia
atravessar segurando com os braços esticados a canastra.
Mas com o rumor, as vacas que iam entrar no rio
a beber, voltaram para o carreiro com um movimento
brusco, as carnes trémulas, balouçando a papeira.
− Deixa beber as vacas, rapaz, gritou a rapariga,
com uma voz acre e aguda. Eh malhada!
O rapaz voltou para a alameda, pousou a canastra e, com as calças arregaçadas, as canelas brancas e delgadas, as mãos nos bolsos, e o barrete azul enterrado na
cabeça, dizia-lhe:
− Então passa tu, Farrusca, corta ao atalho... anda!
A pequena gritava às vacas
que iam voltando à água, e que estendendo o pescoço pelado da canga, bebiam de leve,
vagarosamente, sem ruído. A espaços erguiam a cabeça lentamente, olhando
com a passiva tranquilidade dos seres fartos, e fios de água, babados,
claros, brilhantes á luz, pendiam dos cantos do focinho. Ficavam assim
olhando vagamente, davam outro passo indolente procurando o fio da
corrente, com uma perna estendida, tornavam a beber, roçando a água ao
arrepio, e a sua sombra corpulenta tremia na fina enrugação da água.
− Depois passa para cá, dizia sempre o rapaz.
− Passa tu.
− Olha a casmurra! É p'ra subir p'rá estrada?
− Vou lá para a estrada!
− Estou-te a dizer: cortas pelo atalho!
− Passa tu.
O rapaz tornou a entrar na
água, segurando com as
mãos as calças que se desarregaçavam e caíam. Mas com o ruído, as vacas
voltaram outra vez devagar, com a cabeça baixa, batendo a cauda.
− Deixa beber as vacas, rapaz!
− E como ele, continuava chapinhando e
resmungando: − Deixa beber as
vacas, rapaz! − gritava quase chorando a rapariga.
O rapaz parou.
− Olha a sarna! disse ele; e a grandes passos, com as
pernas muito abertas, saltou para a alameda, pôs a canastra á cabeça
ajeitando-a, e ia-se pela rampa todo calado.
− Oh Moriço, espera Que eu enxoto para lá,
gritou-lhe a rapariga,
espera lá Moriço!
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− Adeusinho, disse ele, subindo sempre a
rampa, e
a cada momento voltava-se resmungando-lhe: Casmurra!
− Oh Moriço, espera!
E toda apressada, atirava às
vacas. Espera Moriço!
O rapaz pousou a canastra, esperando.
A pequena tinha entalado as saias nos joelhos, e
com as suas perninhas brancas e finas, cortava a água
baixa, devagarinho, falando às vacas. Com a inclinação do sol a água perdia a sua claridade espelhada e
estendiam-se mais as sombras dos arcos da ponte. Os
pássaros chilreavam por todas as árvores. Pela estrada começava a passar
gente na volta do trabalho. Então
entrou na alameda, saindo da estreita azinhaga, um
homem a cavalo: era grosso, com o pescoço curto, os ombros subidos, o rosto trigueiro carnudo e avermelhado, e os beiços grossos. Parecia dormitar. Trazia um chapéu desabado,
uma quinzena curta, e os seus largos pés, calçados com botas cheias de rugas, de canos
vermelhos, assentavam pesadamente nos estribos de pau.
A égua era branca, com a crina cortada, um passo curto,
e ao entrar na alameda relinchou fortemente.
− Chó! disse o homem espertando. E as vacas,
enxotadas pela Farrusca, quase ao pé da alameda, estacaram. A pequena gritava:
− Eh! malhada! eh! − As vacas paradas olhavam.
−Espera lá, espera lá, disse o rapaz,
e com uma pedra na mão, entrou na água correndo.
− Não atires, Moriço! Mas a pedra tinha assentado
no lombo da malhada ao pé do pescoço, mesmo em cheio.
A vaca assustou-se e fugiu para a alameda num
largo passo, manso e pesado.
O Moriço correu para a cercar, gritando:
− Eh! eh!
Mas então a égua branca que vinha, recuou, deu um
salto de repelão e o homem destribou-se, oscilou pesadamente, e foi cair com um som baço sobre as mós de
moinho, onde ficou espapado de bruços, com os braços
abertos, e um fio de sangue escuro, delgado, que escorria
pela pedra, e caiu gota a gota no chão.
O pequeno atirou-se à estrada, gritando. Dois trabalhadores que passavam correram:
− Que é lá? Que é lá? E um, forte e espadaúdo, ergueu o homem por
debaixo dos braços: o corpo ficou todo pendente, descaído, e os fios de
sangue escuro
escorriam-lhe pela cara.
− Queres tu ver!? Ai que é o sr. pároco!
E então tinham vindo os britadores da estrada, as
mulheres que levam o saibro. O apontador das obras,
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um loiro de boné de oleado e óculos azuis, amarrou-lhe um lenço em
torno da testa. Um velho apareceu logo em mangas de camisa, todo
esbaforido, com uma escada curta: estenderam-lhe em cima uma manta velha
e a tampa duma canastra, e estiraram o corpo do pároco, hirto, com o
seu ventre proeminente, a camisa ensanguentada, o rosto amarelo com
nódoas roxas, os lábios cheios duma espuma sanguínea; e enquanto os
dois homens o levavam como numa maca, quase correndo, os seus dois
braços pendiam, com as mãos lívidas, polpudas e cheias de cabelos.
A tarde esmorecia, e o poente inflamava-se, com grandes laivos
escarlates. Acabavam os trabalhos e, recolhendo, pelos estreitos
caminhos dos casais, e das freguesias, com a jaqueta ao ombro, a enxada
às costas, as mulheres levando os farnéis, ia aquela (sic) gente
espalhando pelas portas, a história da morte do pároco.
No entanto tinham conduzido o corpo
à botica ao
pé da Sé.
− Foi apoplexia, disse o Carlos, o boticário: está
pronto!
Arregaçou-lhe a manga e ainda lhe picou a veia com a lanceta, mas
formou-se uma gota quase coalhada e negra, e o golpe arroxeou-se.
− Está morto, resumiu o
boticário.
À porta entre a gente que se juntara numa curiosidade assustada, os trabalhadores, aterrados, escorrendo em suor,
contavam a uma velha cheia de ais que perguntava, encolhendo-se e
dobrando-se no seu xaile preto, quem o tinha matado; e já era noite
quando se ouviu o sino grande tocar vagarosamente o dobre.
Assim ficou vaga a paróquia
da Sé.»
(Revista Ocidental, 1875. tomo l, págs. 33-36)
O entrecho da obra é simples: chegada e recepção de Amaro, o novo pároco, e sua aposentadoria em casa da S. Joaneira.
Resumo retrospectivo da vida de Amaro: sua infância e ordenação, e sua
colocação, primeiro em Feirão, na Gralheira, e depois em Leiria. Resumo
retrospectivo da vida de Amélia, filha da S. Joaneira, até ao namoro com
João
Eduardo, agora seu noivo. Nascimento da inclinação mútua de Amaro e
Amélia. A sedução e a mancebia. Nascimento de um filho, que o padre
Amaro, na noite do parto de Amélia, deita a afogar num riacho. Morte
de Amélia. Saída de Amaro de Leiria. Seu encontro, passado tempo, em
Lisboa, com o cónego Dias.
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Ainda não havia terminado a publicação
desse primeiro
esboço (Março de 1875), e já EÇA DE QUEIRÓS tratava de remodelar a obra para a publicar em volume. Pouco antes, em
fins de 1874 ou princípios de 1875 − o mais tardar no primeiro trimestre deste
ano −, aparecera em França o romance − La Faute de l'Abbé Mouret, de Zola. EÇA DE QUEIRÓS,
então em Inglaterra, imediatamente o leu; e, como havia,
nos dois romances, situações idênticas, o nosso escritor, para
melhorar o seu, aproveitou do de Zela o que lhe convinha, e não fugiu
mesmo a um ou outro decalque.
A remodelação, já pronta em Maio de 1875, não afectou
essencialmente o primeiro esboço, excepto no que respeita
ao primeiro capítulo; mas nota-se mais cuidada e lógica arrumação dos assuntos pelos diferentes
capítulos e certo progresso na redacção. Duas descrições da obra de Zola
− a da missa, pertencente ao Cap. II da primeira parte de La Faute, e a do
enterro de Albina, do Cap. XVI da terceira parte
foram aproveitadas por EÇA DE QUEIRÓS, que introduziu no Cap. XXV uma descrição de missa, também influenciada por
outro passo de La Faute, e desenvolveu o seu trabalho com
a descrição do enterro de Amélia, onde também se notam
reminiscências da Madame Bovary, de FLAUBERT. A principal das personagens novas é o Dr. Gouveia,
moldado sem
dúvida, no Dr. Pascal do romance de ZOLA(1).
Quando em 1876 foi publicada esta segunda redacção de «O Crime», a que
EÇA chamou definitiva, a crítica, principalmente a brasileira, logo notou a influência do escritor
francês e a pôs em evidência. Em face dos ataques da crítica, que acusou o nosso escritor de plagiário, EÇA DE QUEIRÓS,
na ânsia, também, de progresso, foi levado a remodelar de
novo o romance, cuja estrutura final modificou profundamente e cuja forma melhorou. A nova redacção, feita
entre 1878 e 1879, e dada a lume em 1880, foi precedida
de uma nota, em que o autor se defende da acusação de plagiário e nega
que La Faute haja exercido sobre ele qualquer
influência. No final dela, afirma que «com o conhecimento dos dois
livros só uma obtusidade córnea ou má fé cínica»
poderiam aproximar as duas obras.
Nessa redacção definitiva, o Padre Amaro não mata o
filho; entrega-o a uma mulher − a tal tecedeira de anjos −
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que deixa morrer a criança; as entrevistas dos amantes, também em casa do sineiro, são notadas pela
Totó, filha daquele,
entrevada e imbecil, que as revela ao cónego Dias; a descrição da missa
do Cap. XXV da edição de 1876, em que EÇA
DE QUEIRÓS seguira, muito de perto, o modelo francês, é
totalmente desprezada; a descrição do enterro de Amélia
sofre profunda modificação: na edição de 1876, supunha-o o
autor feito em dia de sol, como o da personagem da obra
de ZOLA, e agora punha-o em dia muito chuvoso de Dezembro, e isso sem embargo de ainda seguir, e muito de perto,
a lição do escritor francês.
A figura do Dr. Gouveia, que na segunda redacção passa
rapidamente, é aqui bastante ampliada, e aparece o «abade
Ferrão», simples desenvolvimento de um «cónego Silva»,
modelo de padres, pertencente ao primeiro esboço do romance.
Quanto ao final da última versão, é muito diferente do
das outras, mas só ligeiramente foi modificada a essência do derradeiro
capítulo.
Com o decorrer do tempo, desconhecida ou esquecida a
primeira versão e esgotada a de 1876, cujos exemplares se
tornaram pertença de poucos bibliófilos, assentou a crítica,
mesmo a mais desfavorável ao escritor, que entre O Crime e La Faute não
havia qualquer ponto de contacto, nem o
poderia haver visto o romance francês ter sido publicado depois da obra
portuguesa.
Fica, porém, provado que isso não é inteiramente verdadeiro: se a primeira redacção nada deve a ZOLA(2), o
mesmo não acontece com a segunda, publicada depois do
aparecimento da obra francesa, e tal influência ainda se nota
na terceira redacção, por muito que o nosso autor se haja
esforçado por a evitar e negar.
Aveiro, 25 de Outubro de 1915.
JOSÉ PEREIRA TAVARES |