PICADOS
NÃo se trata de qualquer iguaria com bocadinhos de carne ou de peixe,
especialidade de Aveiro; trata-se de uma família de alcunha pouco
comum, daquela cidade, onde, no mesmo gosto, outras famílias nos
aparecem, como os Bombardas, os Roulões, os Rossimos,
os Favelas, os Pericões, etc.
Bartolomeu Afonso Picado, o velho, que fazem filho de Silvestre Ferro
−
diz o linhagista LUÍS DA GAMA −, residiu na freguesia de Vera Cruz e em
1604 lá vivia casado, tendo falecido a 20 de Janeiro de 1639. Casou com
Isabel Dias Saraiva, que faleceu a 15 de Abril de 1627, como consta dos
livros de óbitos da mesma freguesia. Filhos:
− Domingos Saraiva Picado, segue.
− Bartolomeu Afonso Picado, segue depois.
− O licenciado Manuel Dias Picado, que vivia
em 1612.
− Isabel Pinto, que casou com o licenciado Julião
de Figueiredo Leão.
− Maria da Luz Saraiva, que casou com Pedro Fernandes Ribeiro.
− Domingos Saraiva Picado viveu em Aveiro, onde
casou com Maria Madalena de Oliveira. Antes de casar teve amores com uma
tal Isabel, moça solteira, e deles foi filho Manuel, baptizado a
6-2-1616. Filho:
− António Saraiva Picado, que casou duas vezes, a primeira com Inês
Ribeiro Machado, que faleceu
a 2-8-1638, e a segunda com Maria de Brito, não tendo geração desta.
Filhos do 1.º matrimónio:
− Mariana, baptizada a 18-9-1628.
/
94 /
− Nicolau Ribeiro Picado, segue.
− Inês, baptizada a 15-4-1633.
− António Saraiva Ribeiro Picado, bapt.
a 16-11-1635.
− Nicolau Ribeiro Picado, baptizado em Vera Cruz a 14-12-1630, diz
LUÍS DA GAMA que foi fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo
e mestre-de-campo na guerra da Aclamação. Fundou, na sua freguesia, a
capela com a invocação a Madre de Deus, como se vê no Arquivo do Distrito de
Aveiro, pág. 152 do 2.º volume, no artigo Informações Paroquiais, de
ROCHA MADAHlL. Casou duas vezes; a 1.ª com D. Leonarda da Cunha Rebelo,
filha de João Cerveira da Cunha e de sua mulher Brites de Almeida
Queimado, tiveram um filho, João de nome, baptizado a 21-11-1673, que
morreu menino; casou a 2.ª vez com D. Maria Saraiva de Vila Lobos, filha
de João de Figueiredo, de Mogofores, e de sua mulher Catarina Lobo de
Oliveira (casamento este que se realizou em 15-12-1654). João de
Figueiredo era filho de Sebastião de Figueiredo, morador
.em Mogofores, e de sua mulher Maria Ribeiro Bôto. Foram irmãos de D.
Maria Saraiva: o Dr. João de Figueiredo e D. Júlia Josefa de Figueiredo
que casou com o seu segundo primo Julião de Figueiredo Leão, c. g., D.
Maria Saraiva, depois de viúva do mestre-de-campo Nicolau Ribeiro Picado, tornou a
casar com Miguel Vieira Guedes, como se verá no artigo sobre os Vieira
Guedes. Filhos:
− D. Inês, baptizada a 2-2-1678.
− D. Teresa, baptizada a
16-10-1679.
− João, segue.
− João Saraiva Ribeiro Picado, fidalgo da Casa Real,
'provedor dos marachões do Mondego por sua mulher. Casou em Coimbra com
D. Escolástica Josefa Maria de Castelo Branco, filha herdeira de Tomás
de Sequeira de Castelo Branco, provedor dos marachões do Mondego, e de
sua mulher D. Serafina Monis Mascarenhas, filha esta de João Travassos
da Costa. Foi filho desta união:
− António José Saraiva de Castelo Branco, ou antes, como vem no
Dicionário Aristocrático, «António José de Almeida Castelo
Branco, natural do Lugar de Mogofores, termo da Villa de Aveiro, filho
de João Saraiva Ribeiro de Figueiredo, fidalgo que foi da Casa Real, e
neto de Nicolau Ribeiro Picado», fidalgo cavaleiro, por alvará de 29-8-
1711.
António José, sendo solteiro, teve em Maria Freire, a patarata,
também solteira, filha de Manuel João, o patarata, da
/
95 /
freguesia de Vera Cruz, e de sua mulher Antónia Freira, de Ílhavo, a Maria, que foi baptizada a 22-5-1726. Casou com
D. Micaela Luísa de Aguiar, da Vila da Feira, filha de João Ferreira
da Cruz, cavaleiro da Ordem de S. Tiago, natural de Maçãs de D. Maria, e
de sua mulher D. Francisca Luísa Teresa, de Lisboa. Filhos:
− José, baptizado a 23-6-1733.
− Bernardo, baptizado a 20-7-1734.
− Gonçalo, baptizado a 23-10-1735.
Parece que todos morreram solteiros e sem geração; pelo menos, assim o
diz o linhagista LUÍS DA GAMA.
− Bartolomeu Afonso Picado, o novo filho do outro do mesmo nome e de
Isabel Dias Saraiva, morou em Esgueira onde casou com Maria de Bastos,
filha de André Pires Feio e de sua mulher Margarida Rodrigues Basto,
moradores em Esgueira (vide pág. 13 de Pachecos e Cardosos da região
aveirense). Filhos:
− Manuel Gomes Faia, que segue.
− Maria Saraiva, casou com Manuel Favela de
Arruda, c. g.
− Manuel Gomes Faia, baptizado a 21-10-1614, morou
em Esgueira; governador das armas das companhias das ordenanças, teve
carta de brasão de armas em Janeiro de 1651 (escudo esquartelado com as
insígnias heráldicas dos Faias, Afonsos, Bastos e Feios, diferença uma
brica sanguínea e nela um crescente de prata); esta carta vem mencionada
a pág. 1I7 (n.º 360) dos Brasões inéditos do Dr. JOSÉ MACHADO. Os seus
pais e avós lá vêm mencionados como aqui, acrescentando-se que os irmãos
de sua mãe, Maria de
Bastos, foram João André Feio, André Pires Feio, Manuel
Gomes Faia e Cristóvão Feio, e que serviram na índia sendo
capitães de fortalezas e navios. Parece, portanto, que foi por aquela
linha que ao governador das armas das companhias das ordenanças de
Esgueira veio a principal nobreza. Casou com sua prima co-irmã D.
Isabel de Figueiredo Leão
baptizada a 17-5-1622, filha do Dr. Julião de Figueiredo de Leão e de
sua mulher Isabel Pinto, neta paterna de Fernão Lopes de Leão, de
Pedrogão, e de Catarina de Figueiredo, e materna de Bartolomeu Afonso
Picado, O velho, e de Isabel Dias Saraiva. Filhos:
− Julião de Figueiredo Leão, segue;
− Manuel Gomes Faia de Figueiredo, segue depois;
/
96 /
− José de Figueiredo de Leão, idem, idem;
− D. Maria de Leão, idem, idem;
− D. Juliana Faia de Leão, idem, idem;
− D. Joana de Figueiredo Faia;
− D. Jacinta Faia de Leão.
− Julião de Figueiredo de Leão casou com sua prima
D. Júlia Josefa de Figueiredo, filha de João de Figueiredo, de
Mogofores, casado a 15-12-1654 com Catarina Lobo de Oliveira, irmã de
Domingos Dias de Vila Lobos e filhos de
outro Domingos Dias de Vila Lobos. Filhos:
− Fernando Luís Lopes de Figueiredo Leão, segue;
− Matias de Figueiredo de Leão, que foi para a índia;
− D. Angélica de Figueiredo de Leão, primeira
mulher de seu primo André Pacheco;
− D. Maria Joana Figueiredo de Leão, baptizada
em 6-4-1704;
− D. Catarina de Figueiredo de Leão, casou com Francisco de Barros
Pereira, filho de outro Francisco de Barros Pereira e de sua 2.ª mulher,
D. Josefa.
− Fernando Luís Lopes de Figueiredo de Leão, casou
com D. Leonor Noronha de Andrade, filha do Dr. Luis Rodrigues e de sua
mulher D. Catarina Noronha de Andrade, filha de António Noronha de
Andrade, almoxarÍfe de Eixo, e de sua mulher Leonor Pacheco, filha de
António Pacheco de Miranda, de Lisboa, freguesia de S. Paulo, e de sua
mulher Catarina Faria de Brito, também de Lisboa. E nada mais sei por
agora.
− Manuel Gomes Faia de Figueiredo, filho do governador das armas das
companhias de ordenanças de Esgueira e de sua mulher D. Isabel de
Figueiredo de Leão, casou com D. Maria Pacheco Cardoso, ou Coelho
Pacheco, filha de André Pacheco Cardoso. No artigo Pachecos e Cardosos
da região aveirense, na alínea f), trato da geração deste.
− José de Figueiredo de Leão, irmão do antecedente, casou duas vezes:
a primeira com N., de quem teve um filho, Julião, que casou em Bertelo,
e a segunda com D. Helena... Notícias vagas que depois verei se
poderei aclarar.
− D. Maria de Leão, filha de Manuel Gomes Faia e de
sua mulher D. Isabel de Figueiredo de Leão, foi baptizada a 30-9-1640.
Diz LUÍS DA GAMA: «Achei que fôra freira em Jesus, mas talvez que lá
fôsse educada, e depois casasse»; casou com João de Brito Cação de Lima,
filho de Francisco
/
97 /
[Vol. XI -
N.º 42 - 1945]
de Brito Cação de Lima e de sua mulher D. Antónia da Fonseca Rebelo.
Este João de Brito tornou a casar, depois de viúvo. Note-se que eu, na
alínea f) do artigo sobre Pachecos e Cardosos da região aveirense cito
esta D. Maria de Leão, dizendo que o Abade de Perozelo a dá como
filha de Manuel Gomes Faia de Figueiredo e de sua mulher D. Maria Pacheco
Cardoso, e, portanto, neta e não filha do governador das armas das
companhias das ordenanças de Esgueira, e nisto deve ter havido engano.
Aclaro mais que, segundo uma nota de LUÍS DA GAMA, D. Maria foi a 2.ª
mulher de João de Brito e a 1.ª foi D. Francisca Freire, irmã do prior
de Talhadas. Filho:
− André Pacheco de Lima, que morreu em 1758 e que casou duas vezes, a
primeira com sua prima D. Angélica (ou Augusta?) de Figueiredo Leão,
filha de Julião de Figueiredo Leão e de sua mulher D. Júlia Josefa de
Figueiredo, e a segunda com D. Bernarda da Silveira do Amaral, filha de
António da Silveira Coelho Ribeiro do Amaral, e de sua mulher D. Branca
Coelho. Filhos:
− D. Maria Angélica de Figueiredo de Leão, que
casou com Manuel de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, filho de outro
Manuel de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, nascido em Esgueira a
15-4-1679, e casado no Porto a 28-1-1739 com D. Josefa Angélica de
Almeida Cabral, estes, meus quartos avós. Tiveram dois filhos: André,
que morreu solteiro, e D. Maria Pacheco de Lima que casou com Manuel
Pedro Godinho; D. Maria morreu de parto da sua única filha e Manuel
Pedro Godinho casou segunda vez. Filha:
− D. Joana de Figueiredo de Leão, morreu donzela.
− (2.º casamento) D. Feliciana da Silveira do Amaral,
que casou na Terra da Feira.
− D. Juliana (ou Jacinta?) filha de Manuel Gomes
Faia e de D. Isabel de Figueiredo de Leão, casou com Nicolau Pereira Viz,
que foi baptizado a 25-9-1664, filho de Nicolau Viz, irlandês, e de sua
mulher Leonor Roiz, portuguesa; Nicolau Viz, o pai, foi cônsul de
Inglaterra em Aveiro e sua
mulher chamava-se Leonor Rodrigues de Azevedo, filha de Pedro Rodrigues
de Azevedo, que o capitão-mor de Aveiro diz ter sido fidalgo-cavaleiro,
e de Madalena Pereira, de Aveiro. Filha única:
− D. Isabel de Figueiredo de Leão, herdeira, que casou em Aveiro com
Luís Pinheiro de Morais e Mariz
Laborinho, administrador do morgado de Santa Catarina
/
98 /
em Aveiro e dos direitos reais de Segadães e Brunhido (consórcio
realizado a 5-7-1704), filho de António Pinheiro de Morais e Mariz,
falecido a 5-1-1707, senhor dos referidos morgados, e de sua mulher D.
Maria de Magalhães e Mendonça. A respeito do morgado de Santa Catarina,
que tinha capela na demolida igreja de S. Miguel com sepultura própria
desta família, e onde foi sepultado Pedro Vinate que a mandou construir
em 10 de Maio da era de 1357, cipo da família, darei em artigo
especial algumas notícias que, tenho, e para aí deixo o que me
falta dizer acerca da descendência de D. Isabel de Figueiredo de Leão(1).
− Isabel Pinto, citada a princípio, filha de Bartolomeu
Afonso Picado e de Isabel Dias Saraiva, casou a 20-6-1619 com o
licenciado Julião Figueiredo de Leão, provedor e contador da fazenda na
comarca de Torre de Moncorvo, fidalgo de cota de armas.
MANSO DE LIMA e outros linhagistas chamam-lhe Julião de Figueiredo de
Leão, porém a carta de brasão de armas que lhe foi passada a 30-7-1639
só o apelida por Julião de Figueiredo, «...filho legítimo de Fernão
Lopes e de Catarina Jorge de Figueiredo; neto paterno de outro Fernão
Lopes e de Leonor Álvares, sua legítima mulher; bisneto de Fernão Luís
Lopes; 3.º neto de João Lopes das Maias, criado do infante D. Luís, o
qual seu 3.º avô foi sobrinho direito de Fernão Lopes e do capitão
António Lopes que ambos morreram pelejando em serviço de Sua Majestade
nas partes da
índia de Portugal, sendo todos naturais da vila de Pedrogam,
Priorado do Crato; neto materno do Capitão Jorge Pires de Figueiredo e
de sua legítima mulher Domingas Martins; bisneto de Simão Pires de
Figueiredo, que foi irmão de Baltazar de Figueiredo que também morreu
pelejando nas partes da
índia, do Licenciado António de Figueiredo e de Domingos
de Figueiredo, tudo gente nobre da dita vila de Pedrogam
e da de Certan» − Vide Brasões Inéditos (Suplemento) do Dr. JOSÉ
MACHADO, n.º 70. O brasão concedido é partido, de um lado Lopes (de João
Lopes de Leão) e do outro Figueiredos e não
tem diferença.
MANSO DE LIMA no seu nobiliário dá, porém,
este licenciado Julião casado
com Maria de Bastos (o mesmo nome da mulher, atrás apontada, de
Bartolomeu Afonso Picado, o
/
99 /
novo), mas o capitão-mor de Aveiro, Luís DA GAMA RIBEIRO
RANGEL DE QUADROS DA MAlA, nos seus Títulos ou linhas
genealógicas, diz que ele casou a 20-6-1619 com D. Isabel Pinto, filha
de Bartolomeu Afonso Picado, o velho, e de sua
mulher Isabel Dias Saraiva. Por outro lado, dúvida não há de que
Bartolomeu Afonso Picado, o novo, casou com Maria
de Bastos. A sepultura dos dois lá estava na igreja de Esgueira com
estes dizeres: − «Sep.ra de Bartholomeu Affonso
Picado, e de sua molher Maria de Bastos desta villa E de
seu Pay e May erdeiros anno de 1624».
PERICÕES
Para emparceirar com os Picados temos também em
Aveiro os Pericões, aos quais já atrás citei a graça. Principiarei pelo primeiro que da alcunha tenho notícia, e que
viveu no século XVI.
Chamava-se ele Pedro Anes Pericão, o velho, e era
irmão de Maria Anes, que foi a mulher de Miguel Ribeiro;
e estes Ribeiros eram na terra pessoas nobres e de representação, e daí, e ainda por outros motivos, infiro
que os Pericões não pertenciam à ínfima sociedade aveirense daquele
tempo(2).
Pedro Anes Pericão casou com Antónia Jorge, da qual
não sei os nomes dos pais. Viveu em Aveiro na rua de
Vila Nova, freguesia de Vera Cruz, onde faleceu a 20-8-1575,
fez testamento e nele deixa por testamenteiros seus filhos
Miguel Pires e Maria Pires, ou Maria André como depois se chamou.
Filhos:
− Miguel Pires Pericão, segue.
− Pedro Anes Pericão, segue mais adiante.
− Maria André Pericão, que casou com Miguel
André Rangel que viveu em Aveiro e morou na rua
Larga, filho de Miguel Fernandes Rangel e de sua mulher
Antónia Fernandes; faleceu a 22-7-1594 e foi sepultada na
/ 100 /
igreja de S. Miguel, junto ao altar de S. Pedro, perto das
grades. Destes foi filho António Rangel que teve a propriedade do Juízo da Alfândega de Aveiro, e três filhas,
Leonor e Catarina que casaram, e Maria que morreu solteira.
− Miguel Pires Pericão, que foi fldalgo cavaleiro e
provedor da Misericórdia de Aveiro em 1590 e em outros
anos, como foi também, em outros, escrivão e deputado.
Morou na rua dos Sombreireiros ou dos Balcões, possuiu o
prazo da Moita juntamente com a azenha por compra que
dele fez como consta da instituição de vínculo que fez sua
neta D. Maria Rangel. Casou com Isabel Migueis Rangel, filha de Mateus
Fernandes Rangel e de sua mulher Antónia
Dias. Mateus Fernandes, que foi filho de Filipe Roulão e
de sua mulher Leonor Anes Rangel, morreu a 25-3-1585 e
foi sepultado em S. Miguel na sepultura de seu sogro,
defronte da capela de S. Sebastião. De Isabel Migueis Rangel foi irmão, além de outros, D. Fr. Miguel Rangel que
tomou o hábito de S. Domingos em Aveiro, deputado do
Santo Ofício, bispo de Cochim, na Índia, onde morreu com
57 anos a 14-9-1646. Filhos:
− Miguel Rangel, que se segue.
− André Migueis Pericão, que seguirá depois.
− Luís Rangel, que morreu solteiro,
S. g.
− D. Catarina Migueis Rangel, baptizada a 31-12-1567.
Casou duas vezes, a primeira com Diogo de Oliveira de
Pinho, com geração, e a segunda com Francisco Homem
de Azevedo, fidalgo da Casa Real.
− Maria Migueis Rangel, que julgo foi baptizada em
S. Miguel a 28-7-1570 e vivia em 1598 pois foi madrinha
de um baptizado. S. g.
− Miguel Rangel morou na rua de Santa Cruz ou na
Larga, foi senhor do prazo da Moita e da Ilha do Monte
Farinha na ria de Aveiro, como consta da instituição do vínculo que fez sua filha D. Maria Rangel, que abaixo menciono.
Casou na igreja de Vera Cruz a 4-7-1601 com Maria de Barros,
da mesma freguesia, que morreu a 11-10-1617 e jaz com seu
pai e sua mãe na capela de S. Roque e era filha de Afonso
Gonçalves de Barros e de sua mulher Custódia Varela. Estes Varelas eram outra família tradicional de Aveiro com
largas ramificações. Filhas:
− D. Maria Rangel, baptizada a 8-9-1607, sucedeu na
casa de seus pais e instituiu um morgado vinculando os
seus bens com a obrigação de duas missas quotidianas e
/
101 /
outros legados; nos bens vinculados entrou o prazo da Moita com a azenha, a Ilha de Monte Farinha com várias
marinhas na ria de Aveiro, como consta da instituição
que foi lançada no tombo da igreja de Vera Cruz. Casou
a 10-2-1627 na Abrunheira, freguesia de Reveles, bispado
de Coimbra, com Fernão de Magalhães Pereira. Com
geração.
− D. Catarina Rangel, baptizada a 14-1-1609.
− André Migueis Pericão, filho de Miguel Pires Pericão
e de Isabel Migueis Rangel, casou com Maria Jorge, da qual
não sei a filiação. André Migueis Pericão foi sepultado na
igreja de Vera Cruz com o seguinte epitáfio: − «Sepultura
de Andre Migueis Piricão, e de Sua molher, e herdr.os» (Vide
Arquivo do Distrito de Aveiro, pág. 154 do 2.º volume).
Filhos:
− Manuel Rangel, clérigo.
− Miguel Rangel Colaço,
− Leonor Rangel
− Miguel Rangel, o beiço(3), que casou com sua
terceira prima Brites Henriques Correia da Veiga, filha
de António Rangel e de sua mulher Catarina Correia da Veiga e Quadros,
com geração, cujos filhos instituíram
um morgado que administrou João António de Quadros Varela.
− Bartolomeu Rangel, baptizado a 5-3-1596.
− Luís Dias Rangel, baptizado a 15-11-1598.
− Ângela Rangel, baptizada a 22-1-1601.
− Catarina Rangel
Nota: − No título dos Rangéis encontro que Brites Henriques instituiu um morgado em que chamou para sucessor
seu sobrinho António Rangel de Quadros e Veiga; se assim
foi, natural é que não tivesse tido geração. Brites Henriques
foi baptizada a 27-8-1606 e faleceu a 8-8-1673, tendo sido
sepultada no convento de S. Domingos. Seu pai, António
Rangel, proprietário do ofício do Juízo da Alfândega de
Aveiro, ofício que lhe veio por sua mulher, faleceu a 31-3-1608
e foi sepultado na capela de S. Pedro da igreja de S. Miguel,
e sua mãe (de Brites Henriques), Catarina Correia da Veiga
e Quadros, morreu a 18-8-1654 e era filha de André Ribeiro e de sua
segunda mulher Brites Henriques Correia.
/
102 /
O supra citado João António de Quadros Varela, deve
ser João António Rangel de Quadros Varela, baptizado
a 15-7-1700, 3.º neto de António Rangel e de sua mulher
Catarina Correia da Veiga e Quadros, bisneto de Miguel Correia de
Quadros e Veiga (irmão de Brites Henriques),
neto de António Rangel de Quadros e Veiga e filho de Miguel Rangel de
Quadros e Veiga, baptizado a 7-4-1665, que teve o hábito de Cristo, foi
proprietário do ofício de Juiz na Alfândega de Aveiro, casado com D.
Mariana Pereira Varela,
filha de Manuel Varela Pacheco, mestre de campo de volantes, e de sua
mulher D. Bárbara Pereira de Carvalho.
− Pedro Anes Pericão, o novo, filho de outro mesmo
nome por quem se principia esta nota, e de sua mulher Antónia Jorge, morou na rua da Agostinha ou rua de Santa Cruz,
onde faleceu a 2-2-1617 e jaz no convento de Santo António.
Casou com Isabel Jorge e foram seus filhos:
− João André Pericão, segue.
− António Jorge Pericão, baptizado a 23-8-1586.
− Maria Jorge, baptizada a
13-8-1588.
− Isabel Jorge, que casou a 23-1-1612 com Manuel
Marques, filho de Pedro Marques e de sua mulher Margarida Domingues.
− Manuel Jorge, baptizado a 21-6-1592 e que casou com Catarina Migueis.
− João André Pericão, baptizado a 26-6-1580, casou
a 3 de Janeiro de 16... na igreja de Vera Cruz com Leonor
Couceiro. Filha:
− Luísa Couceiro Migalhas, baptizada a 13-5-1623
na igreja de S. Miguel; casou na Vera Cruz a 15-2-1654 com Pedro
Ferreira Pessoa, filho de André Ferreira Pessoa e de sua mulher Catarina
de Cáceres, moradores na vila de Treixedo, ou Freixedo...
Nota: − Aquela Leonor Couceiro é possível que tivesse
sido uma desse nome que foi baptizada em Aveiro a 7-9-1583,
filha de Manuel André Migalhas, que casou a 28-2-1578 na igreja de S.
Miguel de Aveiro com Isabel Couceiro, que parece ter sido irmã de Mateus Couceiro e de Branca Couceiro, filhos de Manuel Couceiro e de sua mulher Leonor Jorge. Mas, por
outro lado, parece que essa Isabel não teve
geração... Manuel André Migalhas foi filho de André
Afonso Migalhas e de Isabel Fernandes.
/
103 /
MIGALHAS
Mais uma família aveirense com uma alcunha por apelido, os Migalhas(4).
− André Afonso Migalhas, que parece ter sido filho de
Miguel Fernandes Rangel, casou com Isabel Fernandes.
Filhos:
− Tomé André Migalhas, segue na página seguinte.
− Manuel André Migalhas, que se segue.
− Manuel André Migalhas, casou na igreja de S. Miguel
a 28-2-1578 com Isabel Couceiro, que se julga ter sido irmã
de Mateus Couceiro e de Branca Couceiro, filhos de Manuel
Couceiro e de sua mulher Leonor Jorge. Filhos:
− Catarina, baptizada a 11-12-1580.
− Leonor, baptizada a 7-11-1583, e que instituiu,
dizem, o vínculo de Vilarinho.
− Pedro Couceiro, que se segue.
− Pedro Couceiro, baptizado a 26-11-1588, não casou
mas teve bastardo:
− Manuel Couceiro, segue.
− Manuel Couceiro, sucedeu no vínculo de Vilarinho
por nomeação de sua tia Leonor e casou com sua parente
Maria da Costa. Filho:
− Manuel Couceiro da Costa, que casou com
D. Teresa Quitéria de Figueiredo e Silva, sem geração. D. Teresa tornou a casar depois de viúva, como se
verá.
− Tomé André Migalhas, filho de André Afonso Migalhas, o primeiro citado nesta série, casou na igreja de
/
104 /
S. Miguel a 24-6-1572 com Antónia Dias, filha de André Dias Gordo. Nos
membros da Misericórdia de Aveiro nas mesas de 1586 e 1602 figura um Miguel Dias Gordo, talvez irmão ou
parente próximo de André Dias Gordo; Tomé André Migalhas, o deputado,
citado na nota anterior, deve ser este. Filho:
− André Afonso, segue.
− André Afonso Migalhas, licenciado, casou com Branca Godinho, que não
encontro agora de quem era filha. Este licenciado foi provedor da
Misericórdia em 1629. Filhos:
− Maria Godinho, que estava solteira em
1634.
− Tomé Migalhas Godinho, beneficiado, que foi
provedor da Misericórdia de Aveiro em 1657, e que
parece ter ido para a índia.
− O padre Fr. André Godinho, prior do convento de N.ª Sr.ª da Penha de
França.
− Tomé André, o velho ou o rico, que era irmão de
André Afonso Migalhas, o primeiro da série atrás apresentada, teve a sua
casa nos Balcões da Praça e casou, dizem, duas vezes; a primeira mulher
chamou-se Catarina Dias. Filhos:
− Matias André Roulão, baptizado em 1571, segue.
− Pedro André Roulão, segue lá mais para diante.
− Maria Roulão, que
casou com o licenciado António Rodrigues Bôto.
− Catarina dos Anjos, freira de Jesus.
Julga-se que casou segunda vez com uma Couceiro, de quem seria filho
António Couceiro, juiz de fora da Covilhã e da provedoria de Leiria,
casado com Leonor Cardoso, sem
geração.
− Matias André Roulão, baptizado em S. Miguel a 4-3-1571, casou na
igreja de Vera Cruz a 19-7-1604 com Maria Lançarote, filha de António
Lançarote − que morou na rua de Santa Cruz junto à viela do Roulão − e de
sua mulher Filipa Antónia da mesma freguesia, filha de António
Gonçalves, pessoa rica, e de sua mulher Isabel Dias, que morreu viúva, a
27-8-1591 com testamento em que instituiu o vínculo na sua capela da
igreja de Vera Cruz, chamada dos Lançarotes, onde foi sepultada. Maria
Lançarote foi baptizada
/
105 / em Vera Cruz a 4-3-1571 e morreu a 8-7-1630 e foi também sepultada na capela dos Lançarotes. Filhos:
− Luís Lançarote, segue.
− Tomás Lançarote, baptizado a 10-3-1611.
− António Lançarote, baptizado a 7-3-1613.
− Domingos Lançarote, baptizado a 16-8-1615
− Catarina Lançarote, baptizada a 30-12-1618.
− Luís Lançarote, baptizado a 1-9-1605, em Vera Cruz, morreu
vindo das Caldas a 6-6-1664 e jaz na capela dos Lançarotes. Casou na igreja de
Vera Cruz a 3-2-1644 com sua prima Maria Coelho, a rosa branca, filha
do licenciado José
Coelho, de Esgueira, e de sua mulher Antónia Rodrigues
de Azurara, filha esta de António Lançarote atrás referido.
Espinhos da rosa branca:
− José Lançarote, baptizado a 10-10-1644.
− Matias Lançarote, baptizado a 25-9-1645.
− Joana Coelho, baptizada a 5-2-1650, freira em Jesus.
− Maria Coelho,
baptizada a 7-1-1652, freira em Jesus.
− Madalena Coelho, baptizada a
30-3-1653.
− Francisco Lançarote, baptizado a 22-2-1654.
− António Lançarote, baptizado a 25-6-1655.
− Leonor Coelho, baptizada a 22-1-1657.
− Pedro Lançarote Coelho, segue.
− Tomás Lançarote, baptizado a
5-3-1663.
− Pedro Lançarote Coelho, nasceu em Aveiro e foi baptizado em Vera Cruz
a 1-3-1659, passou a viver em S. Luís
do Maranhão na companhia de D. Gregório dos Anjos, bispo daquela
diocese. Segundo um artigo genealógico publicado a pág. 350 do 2.º voI. do
Elucidário nobiliárquico, este
D. Gregório dos Anjos foi filho do desembargador do paço
Pedro Nunes da Costa e de sua mulher D. Catarina Roulão,
filha de Miguel André Roulão, irmão de Matias André RouIão, e portanto o
bispo, pela mãe, era da família de Pedro Lançarote Coelho.
Voltarei ao assunto, pois há diferenças entre o que aqui
escrevo e o artigo publicado no Elucidário.
Casou Pedro Lançarote Coelho no Maranhão com D. Maria
de Sampaio, do Maranhão, filha de Jorge de Sampaio. Filho,
talvez entre outros:
− Luís Lançarote Coelho, segue.
− Luís Lançarote Coelho, natural de S. Luís do Maranhão, Brasil, onde
foi capitão de infantaria da nobreza. Ali
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106 /
casou com D. Mariana da Silva, filha de Francisco da Silva Barbosa,
capitão de infantaria, natural e morador na mesma cidade, e de sua
mulher D. Josefa da Encarnação, natural da Ilha Terceira. Filho, e
poderia ter havido outros:
− João Couceiro Lançarote Coelho, segue.
− João Couceiro Lançarote Coelho nasceu em S. Luís do Maranhão e veio a
herdar a casa de Vilarinho e a capela dos Lançarotes na igreja de Vera
Cruz, em Aveiro. Casou com D. Teresa Quitéria de Figueiredo e Silva,
filha do licenciado Domingos Marques da Silva, de Estarreja, e morador
em Beduído, e de sua mulher D. Helena Valente, natural de Beduído. Esta
D. Teresa Quitéria era já viúva de Manuel Couceiro da Costa, senhor da
casa e morgado de Vilarinho, de quem não teve filhos. Filhos:
− Francisco Manuel Couceiro da Costa Coelho,
segue.
− D. Mariana e D. Constantina, que morreram novas.
− António Couceiro Lançarote Coelho, que militou
num regimento alentejano, e casou à sua vontade em Campo-Maior, com
geração.
− D. Joana Inocência,
que casou em Vouzela com António Valério de
Almeida Lemos, que parece ter sido formado(5). Com geração.
− D. Maria Isabel, casou em Portalegre com António Sebastião Salgado,
sem geração.
− Francisco Manuel Couceiro da Costa Coelho, morgado de Vilarinho. A capela dos Lançarotes
foi por este vendida «por 200$000 rs. á irmandade do S. Sacramento na egreja
de Vera Cruz, p.ª
n'ella colocarem o Santissimo, como hoje se vê, e aproveitando-se da lei
das abolições desfez-se de tal vinculo por insignificante, mas não o era
a dita capela por ser obra antiga m.to primoroza e digna de toda a
estimação e onde jaziam os seus antepassados». Foi também capitão de
cavalos «de uma tropa que poz à sua custa em 1762 e neste de 1796». Foi
sargento-mor com exercício de capitão no regimento de cavalaria de
Évora e foi reformado em
coronel.
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107 /
Casou duas vezes, a primeira com D. Joana Eufrásia
Coelho de Figueiredo e Castro, ou antes, D. Joana Eufrásia
de Moura Coutinho de Castro de Figueiredo (casamento
em 1765), filha de Agostinho Coelho de Figueiredo e Vasconcelos, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Maria Inês
de Castro Jácome, filha do desembargador Francisco de Castro
Jácome e de sua mulher D. Rosália Maria de Vasconcelos.
D. Joana Eufrásia era neta paterna de Matias Coelho de
Figueiredo e Vasconcelos e de sua mulher D. Joana de
Sequeira Coutinho de Almeida de Eça, da minha família,
como tudo está explicado a pág. 70 do meu livro Mouras
Coutinhos, de Esgueira, 2.º volume. De Francisco Manuel
e de D. Joana Eufrásia houve vários filhos, nos quais não perdurou a
geração.
Francisco Manuel Couceiro da
Costa Coelho tornou a
casar em Évora com D. Joaquina Madalena Salgado, filha de
Manuel Lourenço Salgado, natural de Guimarães, e de sua
mulher Delfina Inácia, de Évora, de quem teve vários filhos
que morreram de tenra idade, menos João Estêvão Couceiro
da Costa que também foi militar e que casou, sendo este o
pai de Francisco Manuel Couceiro da Costa, o último morgado de Vilarinho, que muito bem conheci e que teve larga
geração com excelente posição na sociedade e cargos de destaque na governação do país, na diplomacia, magistratura,
política, etc., etc.
−
Pedro André Roulão, irmão de Matias André Roulão,
e filhos de Tomé André, o velho, casou com Luísa Dias.
Filhos:
− Isabel da Costa, baptizada a 8-3-1604.
− Duarte da Costa, bat. a 15-1-1603.
− Manuel Roulão, a 3-3-1614,
segue.
− Domingos.
− Juliana da Costa, baptizada a 3-9-1617.
− João André da Costa, baptizado a 4-6-1623.
− Manuel Roulão, supra, casou não sei com quem e
foram estes os pais de:
− Manuel Roulão Pimentel.
− José Roulão Pimentel, reitor de S. Tiago de
Beduído, freguesia, por sinal, onde eu fui baptizado
a 1-11-1869 pelo reitor P.e João Pedro Tavares de Sousa.
Como nota vejamos agora, pelos Roulões, a ascendência dos morgados de Vilarinho, extraindo-a do que vem
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108 /
no artigo a que me refiro atrás, do Elucidário Nobiliárquico:
− Filipe Roulão que viveu em Aveiro e foi moço da
câmara do número. Filho:
− Pedro Roulão, também moço da câmara do número.
Filhos:
−
Matias André Roulão, segue.
− Tomé André Roulão, que casou com D. Catarina
Dias e depois de viúvo com D. Branca Couceiro, filha
de António Couceiro, de Tentúgal. Filhos:
− Pedro André Roulão
(1.º casamento) de quem
procede José Roulão Pimentel, morador na quinta da Marciana junto a
Lisboa.
− D. Leonor Costa (2.º casamento) que casou
com Lourenço de Carvalho de Meneses, fidalgo da Casa Real. Sem geração, e os seus bens foram vinculados no morgado de Vilarinho.
− Miguel André Roulão, que foi pai de D. Catarina Roulão que, casando
com o desembargador do Paço Dr. Pedro Nunes da Costa, foram pais do
bispo do Maranhão e Pará, D. Jerónimo dos Anjos.
− Matias André Roulão, casou com D. Maria Lançarote Couceiro que
instituiu, diz o tal artigo, a capela de Vera Cruz que ficou anexada ao
morgado de Vilarinho. Diz que era filha de António Lançarote, senhor da
quinta e morgado de Vilarinho, que lá chamam Vilarinhos, no plural, e
neta paterna de Manuel Couceiro, senhor do referido morgado, e de sua
mulher D. Leonor Cardoso Ribeiro, filha de Lançarote Ribeiro, fidalgo da
Casa Real, e da família dos Ribeiros, de Aveiro. Manuel Couceiro era
filho de Lucas Couceiro, que viveu em Coimbra e Casou em Vilarinho com
D. Mariana de Portugal, filha de Simão Rodrigues Portugal, de
Montemor-o-Velho, e de sua mulher D. Maria Francisca, de Tavarede. Lucas
Couceiro era filho de Jorge Couceiro de Eça, capitão de ginetes no tempo
de D. Afonso V, casado em Viana da Foz do Lima com D. Helena de Alvim,
etc., etc., pois vou escrevendo em resumo. Filho:
− Luís Lançarote Couceiro que casou com D. Maria Coelho, filha do Dr.
José Coelho, de Esgueira, e de sua mulher D. Antónia Rodrigues Lançarote,
filha de António Lançarote.
Como se vai vendo não dá certo o que eu escrevi com
o que traz o Elucidário. Matias André Roulão, casado com
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Maria Lançarote, é dado arriba como filho de Pedro Roulão e no que
escrevi é dado como de Tomé André, o velho. Este Tomé André casado duas vezes, a primeira com Catarina Dias, é dado no
Elucidário como irmão de Matias André Roulão.
Ora eu segui o que escreveu o capitão-mor de Aveiro,
LUÍS DA GAMA, que de perto deveria ter conhecido a família,
que cita datas, que consultou os livros findos, − pelo menos
os de Aveiro − que compulsou documentos da casa, etc.
É muito possível que nas suas informações tenha caído
em erros, não o duvido, mas tinha elementos que faltariam
ao linhagista moderno, que escreveu o artigo sobre os Couceiros referindo-se especialmente à linhagem de Henrique
Mittchell de Paiva Cabral Couceiro, que tanto se celebrizou nos
acontecimentos políticos de Portugal depois da implantação da República em 1910, como já antes se notabilizara
como militar e colonial.
Mas não é só esta discrepância que encontro entre os
dois trabalhos. Outras há, e importantes, mas falta-me agora a pachorra para levar mais longe esta investigação, especialmente pelas linhas dos Roulões e dos Couceiros.
Se surgir oportunidade, para outra vez será.
FRANCISCO DE MOURA COUTINHO |